VINNIE HACKEREu sentia falta dela.
Sentia falta da Evelise todos os dias, desde que ela foi embora, mas me esforcei ao máximo para continuar seguindo em frente, pelas meninas. Elas eram meu foco e, até que tudo estivesse bem com elas, eu não podia pensar em mais nada, nem em mais ninguém. Mas, às vezes, eu me permitia pensar na Evelise. Para falar a verdade, pensar nela tornava alguns dias mais fáceis.
Logo dezembro chegou, e aquele seria nosso segundo Natal sem a Nicole. As festas de fim de ano ainda eram difíceis para todos nós, mas eu e as meninas encararíamos isso juntos. Na manhã de Natal, a grama estava congelada, pois fazia muito frio. Coloquei o casaco de inverno, peguei algumas cobertas no armário e fui até a sala de estar, onde Lorelai e Karla estavam.
Ambas me fitaram com expressões confusas.
- Aonde você vai? - perguntou Karla.
- Achei que seria uma boa ideia visitar a mãe de vocês e desejar um feliz Natal pra ela - expliquei. - Querem pegar seus casacos?
Elas fizeram o que eu sugeri e nós seguimos em silêncio de carro até o cemitério. Quando entramos, reparei que havia mais pessoas visitando seus entes queridos naquele dia, compartilhando histórias e lembranças.
Eu e as meninas fomos até o túmulo da Nicole e espalhamos as cobertas pelo chão antes de nos sentarmos juntos, encostados uns nos outros para permanecermos aquecidos.
Ficamos em silêncio por um tempo, apenas olhando e refletindo.
- Era aqui que eu vinha - sussurrou Karla, olhando para o túmulo. - Quando eu tava matando aula, eu vinha pra cá, ficar com ela - confessou minha filha. - Eu me sentia melhor quando tava perto da mamãe. Era como se ela sempre tivesse alguma coisa pra me contar, mas eu não conseguisse ouvir. Eu não conseguia entender.
Olhei para minha filha e sorri.
- Eu costumava fazer o mesmo, depois que ela faleceu. Eu me sentia assim também. Como se ela estivesse tentando nos dizer algo, mas eu não conseguisse entender.
- Por que vocês não perguntam pra ela? - questionou Lorelai, confusa. - Eu pergunto coisas pra mamãe o tempo todo, e ela responde.
Sorri para Lorelai e torci para que o dom que ela tinha de continuar conectada à mãe nunca desaparecesse. Puxei-a mais para perto de mim.
- Acho que é mais fácil para algumas pessoas, Lorelai. Algumas pessoas conseguem manter relacionamentos bem próximos com seus entes queridos depois que eles morrem.
- É, a mamãe é minha melhor amiga - afirmou ela. - Por que vocês não tentam conversar com ela?
- Como você faz, Lorelai? - quis saber Karla. - Como você fala com ela e sabe que ela te escuta?
Ela deu de ombros.
- Você só precisa acreditar.
Karla respirou fundo e fechou os olhos.
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𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐑𝐞𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨 | ⱽⁱⁿⁿⁱᵉ ᴴᵃᶜᵏᵉʳ ツ
Lãng mạnQuando me apaixonei por ele na juventude, eu não sabia muito da vida. Sabia dos sorrisos dele, das risadas dele, do frio na barriga que sentia quando ele estava por perto. A vida era perfeita... Até que deixou de ser, e fomos forçados a seguir camin...