1- Luna Grace

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                               Luna Grace
                                          ☾

Irritada, é a palavra perfeita para me descrever agora. Sinceramente, no dicionário de Luna Grace, não existe paz.

Arremessar tudo que eu vejo pela frente sempre foi muito normal, em momentos assim, só que dessa vez eu estava destruindo o meu quarto.

Bom, eu não iria ficar nele por muito tempo, meu pai que o diga.

Velho estúpido.

—Inferno!—é a única palavra que escapa da minha boca durante mais um dos meus surtos adolescentes.

Mas sério, quem não surtaria ao descobrir que vai ser mandado para um internato?

Nunca tive uma boa relação com os meus pais. Não conheço a minha mãe. Ela abandonou a família logo depois que eu nasci. Acho que talvez por isso que meu pai e minha irmã mais velha não sejam tão legais, acham que eu sou a culpada.

Eu não me importo.

Na verdade, era tarde de mais para eu me importar com alguma coisa, sempre fui considerada a ovelha negra da família, ouvir comentários sobre como a minha irmãzinha Isabel preciosíssima era mil vezes melhor que eu, era muito comum.

Bom, talvez ela seja mesmo, ou só seja tudo que meu pai quis que ela fosse.

Não, pai, não vou me tornar o que você planejou que eu me tornasse.

E por isso que ele não se importa comigo. Afinal, o cara nunca aparece nem nas reuniões da escola, as pessoas pensam que sou órfã, e sinceramente, não é muito diferente.

Dizem que meu pai, ou Vicente Grace, o nome dado ao meu progenitor calvo, só não era presente porque ele trabalhava demais para proporcionar o melhor para minha vida.

Minha vida está bem diferente do que esses dizem ser o melhor.

Daddy issues?

Minha cabeça nunca foi das mais bem tratadas, e acho isso normal (nada normal) para uma adolescente de 17 anos que cresceu sem o amor de ninguém. Aliás, eu vi minha irmã se tornar o exemplo do que é ser o orgulho do papai.

Lembro que quando era pequena, até os meninos da escola diziam que eu era o fracasso da família.

Quem contou para eles?

Eu chutava as mini bolas deles e fingia que não me importava, mas com 10 anos era um pouco difícil não voltar para casa chorando, né? Ou será que eu só era muito fraca?

Respirar...

Era o que eu repetia antes de abrir a porta de casa, enxugando as lágrimas. Nessa época, eu realmente só fingia, dizem que quanto mais você finge, mais seu cérebro acredita que aquilo é real.

Aos 15, descobri o cigarro, os de menta eram os que me agradavam. Isso foi o motivo de eu estar indo para um internato.

E também talvez o fato de eu ter sido expulsa da escola.

Não tenho culpa se o diretor não sabe brincar.

Hoje em dia, era muito normal pichar a sala de um velho calvo babaca que come a esposa do professor de química todo dia. Os desenhos da representação da calvície dele que eu tinha feito estavam incríveis, pensei que ele ia gostar.

Não se enganem achando que meu pai liga e ele só está tentando impor limites, Vicente se importa apenas com a própria imagem.

Flashback On

Hate (me) You- JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora