Os cabelos de Mayim voam ao bater a porta do carro de Moyse. Olha para trás, vendo o irmão sair. Logo em seguida, a amiga dele, Silva, sai de uma das portas de trás.
A Aquatill passa as mãos em seu vestido branco rodado, expulsando a poeira que ali poderia ter se fixado. Solta um sorriso para Moyse e, quando isso faz, o vê analisar Silva, que mexe em seu telemi, conversando com alguém.
Analisa ambos: Moyse, arrumado demais para o comum, com uma blusa pólo de manga curta de cor laranja, tênis brancos - completamente limpos - e uma calça cargo preta. Lembra da curiosidade que o irmão há tempos lhe contou: a cor favorita de Silva é laranja. Interessante. E, ao seu lado, sendo encarada com dois olhos nervosos, está Silva: utiliza um vestido preto, combinando com seus cabelos curtos, deixando bem à mostra suas tatuagens que cobrem ambos os braços, com um coturno de cano alto de mesma cor, acompanhada de seus óculos de armação redonda, localizados bem na ponta de seu nariz.
A moça revira os olhos no mesmo momento em que seu telemi apita. Ela o atende.
- Oi, mãe - disse, com suas sobrancelhas prestes a se juntarem. Não era a primeira ligação da mãe naquela mesma manhã.
O irmão finalmente percebe o olhar da caçula. Fica vermelho, mostra a língua e manda o dedo-proibido disfarçadamente. Mayim ri em baixo tom, retribuindo ambos os gestos e, quando isso faz, recebe um curto olhar confuso de Silva que, ainda comunicando-se com o pulso próximo ao seu ouvido, começa a ir na frente, passando pela entrada da Praça Mater.
Mayim a segue com o olhar, e Moyse se aproxima da irmã, dando-lhe um leve empurrão. Tem uma toalha de piquenique embaixo de um de seus braços e uma cesta de madeira em uma de suas mãos.
- Se diverte. - O irmão apoia a mão em seu ombro. Mayim o observa enquanto seus olhos brilham. - Me manda mensagem quando for sair. Não vá sozinha, tudo bem?
A Aquatill dá um leve empurrão no braço de Moyse. Seu sorriso segue intacto. Ri; ele trata-a como uma criança pequena.
- Aproveite seu encontro. - Mayim solta uma leve piscadinha. A expressão do irmão se fecha, cruzando os braços. - Ah! - exclamou a mais nova, começando a mexer em sua bolsa. Retira um saco de bolachas de leite e entrega-o na mão do irmão. - Não esqueça de comer e oferecer para Silva. - Mais uma piscadela.
O irmão revira os olhos, suspirando, guardando o saco em seu bolso e soltando um cafuné nos cabelos azuis soltos da irmã. Ele começa a andar.
- Não coma demais! - ele exclama e some ao atravessar a passagem de mármore, com "Praça Mater" gravada ao topo, escrita em um idioma antigo, considerado o idioma dos elementos. Mayim não sabe ele ler, mas confia no que os especialistas dizem.
Os olhos da garota brilham. Não vai ao Festival da Lua Larys desde... a morte de sua mãe. Sente falta dele como sente falta dela - talvez um pouco menos do Festival em si, mas é como se ambos estivessem ligados; imagina-os como um só.
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Nirum Parte Um: Quando a Flor Desabrocha
FantasyMayim é uma Aquatill que está cansada de sua incompetência. Após sua amiga de infância dar-se como desaparecida, voltando juntamente com a destruição do museu mais antigo da cidade de Nirum, põe como seu objetivo trazer aquela, agora tão mudada, de...