Capítulo Trinta e Três : Irene

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Irene guia diversos policiais – a grande maioria de meia idade – até um local o qual nem ela mesma sabe onde

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Irene guia diversos policiais – a grande maioria de meia idade – até um local o qual nem ela mesma sabe onde. Mas, pela localização enviada por Mayim, tem uma breve ideia em que local irão chegar. Pois, enquanto sua assistente virtual cita quantos metros faltam, Irene começa a perceber uma certa familiaridade, como se já tivesse cruzado este mesmo caminho.

– VOCÊ CHEGOU A SEU DESTINO – finalizou a voz de seu telemi.

Ela para e, como sempre, passa a analisar o ambiente a partir dos locais ao seu redor que o ar encosta. Quando isso faz, a memória do dia em que seguiu Mayim até o bairro mais pobre de Nirum, até aquela cabana caindo aos pedaços, invade sua mente: isso porque a tal cabana está, novamente, da mesma forma que aquele dia, a poucos metros de si.

Ouve os passos dos policiais diminuírem até pararem. Em seguida, sente uma mão em um de seus ombros; uma mão gélida e trêmula que, se não possuísse seus poderes, poderia achar ser de Mayim.

Mas, assim que se concentra no ar que ali circula, percebe se tratar de um homem alto e corcunda, provavelmente muito mais velho do que si própria.

– Então é aqui? – indagou ele, apertando de forma involuntária o ombro de Irene.

A garota logo se afasta do mais velho, retirando a mão daquele com uma boa quantidade de nojo. Passa sua mão esquerda no ombro que foi tocado, franzindo o cenho, deixando seus lábios em uma linha reta.

– Tenho certeza de que sim. – Começa a mexer suas pernas na direção da possível entrada, e o som de diversos passos são emitidos em seguida, acompanhando-a.

Ergue seu pulso direito, o pulso com seu telemi, e clica no botão central, o que faz uma mensagem de texto de Mayim começar a ser lida por uma voz robótica feminina.

– VOCÊS DEVEM ESPERAR YENNEFFER NA PRIMEIRA PORTA À ESQUERDA.

Quando a voz finaliza, Irene já puxa o bastão que estava preso em sua cintura e abre-o, tocando ao chão, usando-o, com a ajuda de seus dons, para chegar até o ponto indicado.

Antes mesmo de chegar onde gostaria, ainda sendo seguida por, em média, vinte policiais – sem contar aqueles que ainda chegariam em viaturas –, a porta indicada é aberta, e uma garota sai dali.

Armas e mãos erguidas são apontadas de imediato, e Irene apenas se põe para frente, estende suas duas mãos para os lados, abre seus braços e ergue seu queixo, virando seu rosto para trás, para os policiais que, com um pouco de receio, passam a abaixar as armas e sair da defensiva. Volta-se para aquela que acabou de surgir e começa a analisá-la, abaixando suas mãos, tentando lembrar das características dadas por Mayim. E, assim que se recorda, todas elas encaixam-se: uma garota alta, de cabelos crespos e que não possui o braço esquerdo.

– Vocês me assustaram – disse ela em alto tom, pondo a mão em seu peito e suspirando de forma forçada em meio a risos.

Irene sente a aproximação daquela, que pega sua mão e a beija. A Venfriae não deixa de fazer uma cara de nojo, levando a mão beijada para trás de si, escondendo-a, deixando a garota ali curvada, soltando breves risadas. Em seguida, a desconhecida levanta o próprio rosto, e Irene sente seu olhar voar de si até os diversos policiais.

Nirum Parte Um: Quando a Flor DesabrochaOnde histórias criam vida. Descubra agora