2. "Como você fica se eu for embora?"

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  Meu irmão estava em pânico, eu não tinha visto ele dessa maneira a muito tempo desde a morte do nosso pai

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Meu irmão estava em pânico, eu não tinha visto ele dessa maneira a muito tempo desde a morte do nosso pai. Não consigo se quer levantar daqui e ajudá-lo. Sinto que não há nada que possam fazer para ajudá-lo.

— Onde está esse babaca? Como ele pode sair do hotel sem avisar a gente? Falta uma hora para o show e ele ainda não está aqui. — Ele diz ao telefone, gesticulando de forma eufórica, seu olhar é cansado e ao mesmo tempo carrega uma sombra familiar. — Traga ele de volta Will! Não importa o que ele esteja fazendo! Temos um show para fazer! — Chace desliga a ligação e finalmente repara na minha presença segurando um copo de água atrás dele.

— O que houve?

— Timothée saiu a três horas e ainda não voltou. Porra! E se ele não voltar antes do show? Não podemos fazer um show sem o guitarrista principal. — Sua voz é quase como um flash rápido, ele mal consegue respirar. Ele pega meu copo de água.

— Posso tocar no lugar dele. — Meu irmão me olha como se eu tivesse criado três olhos na testa. — Ou não. — Dou de ombros sem me importar com seu olhar.

— Não, eu não quis dizer que você não pode. É que...— Ele esfrega a cabeça devagar. — A mil pessoas que esperam pelos garotos da cidade de Shell Lake sejam os melhores. Eu realmente quero que seja tudo perfeito quando se trata da cidade em que crescemos.

Levo a mão até seu ombro e aperto gentilmente quase um gesto delicado dizendo que estou ao lado dele.

— Nosso pai ficaria orgulhoso de você. — Chace abre um pequeno sorriso e seus braços se envolvem ao redor do meu pescoço me puxando para um abraço. — Mamãe e eu estaremos na primeira fila gritando e dançando.

— Não exagere muito. — Ele aperta minha bochecha. — Obrigado pelo seu apoio, não sei o que faria sem você e a mamãe aqui essa noite.

Bato novamente em seu ombro, eu amo meu irmão, somos melhores amigos e gosto da nossa relação e do nosso apoio.

Ele respira fundo e gira em seus calcanhares, sumindo pelo corredor estreito, sigo para o outro lado descendo pela lateral do palco. Mamãe acena animada para mim, está usando uma camiseta branca com o rosto do meu irmão estampada, Chace ficaria louco quando pousasse os olhos em mamãe.

— Como ele está? — Pergunta ao ver meu semblante torto.

— Está ansioso, mas ele está bem, tenho certeza que vai arrasar.

Olho ao redor, o lugar está começando a ficar cheio.

— Mãe. Me dá alguns minutos? — Ela me olha preocupada, embora não questione minha saída. Corro para as portas duplas de emergência, as empurrando, meu peito pulsando depressa enquanto estou acelerando meus passos, aceno para um táxi que faz uma curva na rua.

Eu sei onde ele está. Timothée. Ele só pode estar lá.

     Tenho certeza, ele está aqui

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Tenho certeza, ele está aqui. Consigo vê-lo. Seus cabelos sacodem com a brisa fraca do anoitecer, o brilho do alvorecer pairando sobre sua cabeça, ele está deitado na areia da praia e segura uma garrafa grande de bebida.

Tiro meus sapatos e deixo meus pés afundarem na areia, cada vez que chego mais perto, meu coração parece que vai pular pela garganta. Isso é uma péssima ideia, eu não conseguiria lidar com ele. Não depois de tudo.

Sento ao seu lado, em silêncio, seus olhos me encontraram e me encaram por longos e torturantes minutos. Tudo nele parece diferente, faz tanto tempo que não nos vemos, quase dois anos, seu olhar é quase agressivo.

Quediabosvocêquer? — Diz tão rápido que mal consigo processar suas palavras. Eu puxo a garrafa da sua mão e derramo a bebida na areia. — Ei! Sua patricinha de merda!

Ele não me ofendia, mesmo que eu soubesse que se fosse em alguns anos atrás, doeria mais.

— Já chega Chalamet. — Me levanto, limpo a calça com vestígios de areia. — Você está agindo como um idiota, não me importo que me ofenda, mas está se esquecendo dos seus amigos, seus companheiros de banda, seu sonho. Tente ser menos egoísta, levante e volte para se desculpar com eles, se você ao menos tem um mínimo de respeito por seus amigos.

Timothée passa as mãos pelos cabelos, seus olhos se fecham devagar, sua respiração se altera, eu me aproximo, e paro, assim que ele me encara.

— Fique fora disso Wilson, você não tem o direito de me dizer nada, muito menos depois do que me fez. — Ele me dá as costas, pisando fundo na areia e caminhando para outra direção.

Meu peito começou a se fechar outra vez, sempre acontecia quando estava perto dele. Do meu primeiro amor, do meu ex melhor amigo, do meu ex namorado. Do meu passado estúpido que eu ainda amava reviver todos os dias.

Timothée! — Gritei, ele continuou a caminhar cada vez mais distante sem olhar para trás, sem se quer se importar com o que havia deixado para trás. — Timothée Chalamet! — Ele finalmente parou, embora não tivesse se virado para mim. — Eu me importo com você, mais do que imagina, pode parecer que tudo entre nós foi um erro e eu sei que se arrepende de tudo, mas eu fiquei devastada.

— Eu não me importo. — Responde. Ele se vira tão rápido que por um impulso dou um passo para trás mesmo que esteja tão longe de mim. — Eu não me importo com seus sentimentos egoístas, do que pensa de nós, por que 'nós' só existiu na sua cabeça de menina sonhadora. Eu nunca quis nada com você Wilson, e quero que saiba desde agora que só porque estou na cidade e que não venha ter esperanças de um final feliz para sempre entre nós dois. Porque nunca, vou permitir que aconteça. Fui claro?

As lágrimas pousaram nas minhas bochechas antes que eu pudesse contê-las. Eu odiava que ele me fazia se sentir tão fraca e impotente.

— Foi. Foi muito claro. — Limpo uma lágrima na bochecha.

— Então tá bom. — Ele se vira e volta a caminhar para longe de mim.

Me deixando de coração partido mais uma vez.

Who| Timothée Chalamet Onde histórias criam vida. Descubra agora