*Lia*
Amo seguir uma rotina, porém a vida é avassaladora, surpreendente e cheia de reviravoltas inesperadas, e é num desses redemoinhos que me encontro quando peço ao porteiro para repetir o que disse, porque é muito inacreditável.
— Lia, o segurança está dizendo que precisa falar contigo com urgência. — O tom do porteiro da mansão é ameno através do interfone.
— Certo, deixe-o entrar. — A aflição é evidente em minha voz, afinal, desde o nosso encontro, Leandro não me procurou mais.
Sempre sou eu que fico atrás dele cobrando meus cem reais e agora totalmente do nada, ele quer conversar, respiro fundo, enquanto tento me acalmar, apesar de achar tudo muito estranho.
O coração bate descompassado dentro do meu peito, enquanto espero o segurança entrar na imponente mansão.
Atravesso o grande hall de entrada, e observo os detalhes majestosos da decoração. As paredes são revestidas de mármore branco, e os lustres de cristal pendem do teto alto, emitindo um brilho suave e luxuoso. Os móveis elegantes e impecáveis dão um toque de sofisticação ao ambiente.
A luz do sol invade os amplos vitrais, criando reflexos coloridos no chão polido. Sinto um arrepio percorrer minha espinha, uma mistura de nervosismo e admiração diante da grandiosidade deste lugar.
Enquanto espero, minha mente vagueia pelos últimos acontecimentos. Conhecer Cosme foi uma grata surpresa, e questiono-me sobre o que ele ia achar sobre esse avanço repentino do Leandro.
O som dos passos se aproxima, abro a porta da mansão, que revela Leandro parado no limiar. Seus olhos escuros me fitam com seriedade, transmitindo uma aura de importância e urgência.
Seu uniforme, geralmente impecável, está desgrenhado hoje, denotando um descuido incomum. A aflição que carrego dentro de mim parece ecoar em seu olhar, intensificando ainda mais a curiosidade e o receio do que está por vir.
Determinada a encarar essa conversa de frente, dou um passo em sua direção, sentindo meus pés pesarem a cada movimento, como se carregassem toda a ansiedade que me envolve. A tensão é palpável no ar enquanto espero que ele comece a falar, tentando decifrar os segredos ocultos por trás daquele semblante sério.
— O que você quer? — minha voz sai em um fio, revelando minha apreensão.
Meus lábios entreabertos expressam minha surpresa diante daquela atitude inesperada. Meu olhar se volta para as cédulas em suas mãos, percebo enfim que é o dinheiro que ele me devia. No entanto, a visão dos hematomas arroxeados ao redor de seus olhos choca-me profundamente, deixando-me preocupada com sua condição.
Antes que eu possa perguntar se está tudo bem e mencionar seu filho, ele me interrompe, com o semblante enraivecido, lançando suas palavras cortantes:
— Diga ao seu noivo que a minha dívida está paga.
— Noivo? Do que está falando? — Atropelo-me nas perguntas e ele apenas franze o cenho irritado.
— Tenho que ir trabalhar.
A resposta brusca e a sua partida súbita deixam-me descrente de que finalmente tenha devolvido o dinheiro que me devia.
Fico paralisada por um momento, tentando processar tudo o que acaba de acontecer. As incógnitas se acumulam em minha mente.
Ainda parada em frente à porta de entrada, sou surpreendida pelo som de móveis sendo arrastados no andar de cima. A confusão toma conta dos meus pensamentos, já que minha patroa, devido à sua idade avançada, dorme no quarto do térreo.
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Contrato sem volta
RomantikTropes: Convivência forçada:: Casamento por contrato :: Bilionário x Faxineira:: Mocinha Plus size