Capítulo 10: O baile

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*Oliver*

A semana passou rapidamente, e junto com ela veio toda a agitação dos preparativos para a festa na mansão da minha avó. Não vi Lia no decorrer da semana, o que acabou sendo um alívio para mim, pois a casa estava um caos com a chegada dos meus familiares e os fornecedores contratados por Briana.

Creio que a garota esteja fugindo de mim e das responsabilidades que despejei sobre ela.

Agora, parado diante do salão de festas lotado, observo o ambiente com certo orgulho misturado à ansiedade. Minha irmã se aproxima, ajustando o nó da minha gravata com um sorriso irônico nos lábios.

Hum, alfaiate nacional, você realmente está se esforçando para se sentir parte do Brasil. — Relevo sua zombaria acerca do meu terno, que é tão impecável quanto os de alta costura que normalmente uso. — No entanto, não posso negar, você está incrível, Oliver.

Olho para baixo, apreciando a perfeição do meu traje, sou um homem vaidoso e muito exigente. O terno é feito de um tecido italiano luxuoso, de cor escura e corte impecável. O caimento é perfeito, ressaltando meus ombros e delineando minha silhueta. Os botões são de madrepérola, contrastando elegantemente com o tom escuro do tecido. Cada detalhe foi cuidadosamente bem pensado, desde o colarinho perfeitamente alinhado até os vincos bem marcados nas calças.

Ele representa não apenas o meu bom gosto, mas também o meu status e posição na sociedade. É uma armadura que me dá segurança.

Agradeço o elogio da minha irmã com um sorriso discreto, enquanto um misto de emoções percorre meu interior.

— Aquela ali é a filha do prefeito — minha irmã sussurra. — Bonita e de boa família, e não tira os olhos de você... — Interrompo-a.

— Ela tem idade para ser a minha filha, tenha juízo, Briana.

— Tem idade, mas não é sua filha — resmunga e meu primo gargalha.

— As jovens são as melhores, Oliver.

— Não, odeio mulheres que nem são capazes de decidir o que realmente querem — falo de mau humor.

Por educação dancei com meia dúzia de convidadas e me dou conta que são todas mulheres com o mesmo perfil, e as conversas sempre são superficiais. Logo depois, troquei algumas palavras com poucos convidados, sempre sobre dinheiro, viagens e implicitamente tentando demonstrar poder, nada que realmente me dê vontade de aprofundar uma conversa.

Em nossa mesa, vovó balança os braços tentando dançar ao som da orquestra e sorri docemente me encarando.

— Estou louco para conhecer a sua escolhida, irmão, não a vimos ainda — comenta minha irmã, despertando minha curiosidade.

— Você vai adorar a Lia, vai por mim — confesso, sentindo um arrepio de empolgação percorrer minha espinha. A ideia de apresentar Lia como minha noiva me deixa ansioso e, ao mesmo tempo, curioso.

— A magia do casamento... — Briana provoca com um sorriso malicioso, e eu reviro os olhos, sabendo exatamente aonde ela quer chegar.

— Eu aposto que não dou conta de uma bunda gostosa dessa — meu primo comenta, desviando o olhar para alguma coisa atrás de mim.

Curioso, viro-me para ver o que ele está observando, e meus olhos encontram Lia.

Ela está deslumbrante em um vestido longo azul turquesa, com um ombro caído que revela sua pele suave e sedutora. O vestido marca sua cintura delicada, ressaltando suas curvas de forma irresistível. Uma pequena calda cai elegantemente do lado esquerdo do vestido, dando um toque de sofisticação aos seus passos fluidos.

Contrato sem voltaOnde histórias criam vida. Descubra agora