Londres, 9 de fevereiro, 1821
O dia anterior com a sogra foi divertidíssimo, porém fazer um piquenique a tarde a sós com o marido era muito melhor.
– Você gosta? – Naruto perguntou olhando para o pão com canela que ela acabara de tirar da cesta, ou dois preferiram fazer o lanche no quintal nos fundos da casa, o inverno ainda estava longe do fim e assim eles poderiam se aquecer à vontade com cobertores.
– Eu amo – sorriu – E você, gosta?
– Não, a canela tem um gosto horrível – fez uma careta.
– Você por acaso já experimentou?
– Não e nem quero.
– Você não pode dizer que não gosta de algo sem nunca ter provado – ele a encarou cético.
– Aqui, prova só um pedaço – tirou as luvas e desmanchou o pão, ofereceu um pedaço na direção da boca dele – Só um pedacinho.
– Tudo bem, mas se não gostar vou cuspir fora – deixou que ela colocasse o alimento na boca dele – Até que não é ruim – respondeu ante a expectativa dela que o encarava – Me dá mais – quando colocou outro pedaço ele a segurou pelo pulso delicadamente e lambeu os dedos dela que estavam cheios de açúcar.
Hinata paralisou, foi uma ação repentina e pareceu tão… natural, analisando bem não foi ruim, foi diferente e inesperado, um diferente bom, Naruto tinha esse efeito sobre ela, a fazia esquecer de quase tudo quando a tocava.
– Mas ainda prefiro os salgados – disse ele totalmente alheio às divagações dela – Sempre gostou muito de doces?
– Ah, sim, sempre, desde pequena, por isso sou assim – riu sem mostrar os dentes.
– Assim? – ele juntou as sobrancelhas em sinal de confusão.
– É assim – ela apontou para o próprio corpo.
Ele não sabia o que fazer, normalmente em situações assim quando não entendia algo, somente sorria e concordava com a cabeça, a evasiva sempre foi muito útil ao longo de sua vida, porém ele realmente queria entender do que ela estava falando, pegou a mão dela que notou já estava começando a ficar gelada.
– Hinata, eu juro que não faço a menor ideia do que você está falando.
Se fosse qualquer outro homem ali, ela poderia jurar que ele estava se fazendo de desentendido para evitar uma situação constrangedora, mas sabia que seu marido não era assim.
– Por isso eu sou cheia – ela desviou o olhar – No corpo todo.
– E o que tem?
– Não entendi, querido.
– O que tem demais seu corpo ser cheio? – ele realmente não entendeu pois inclinou a cabeça igual um cachorrinho, se fosse em outro momento Hinata teria achado muito fofo.
– O que tem demais é que um corpo cheio é feio – disse começando a se irritar com a conversa.
– Quantos espelhos tem na nossa casa? – o tom frio dele e a mudança completa de assunto fez a cabeça dela travar por uns segundos.
– Não sei, nunca contei, mas posso pedir para Kurenai um inventário – foi a vez dela de virar a cabeça em questionamento.
– Ótimo – ajeitou a coberta ao redor deles – Quando tiver os números, me avise, vou mandar comprar mais.
– Por que esse interesse repentino em espelhos?
Pois me parece que o que temos está estragado.
– Estragado? Isso não faz o menor sentido – ela riu dele.

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A Condessa de Wessex
FanfictionHinata Hyuuga no auge de seus 26 anos já carregava o título de solteirona, tudo graças a uma boato na sua primeira temporada que a rotulou de sem graça. Porém sua vida pode mudar ao ser flagrada na biblioteca junto do maior libertino de Londres, Nar...