A Condessa de Wessex

Chapter XXI

Londres, 8 de março, 1821

É ridículo como a vida pode simplesmente sair do seu controle, não como se nós seres humanos tivéssemos algum controle realmente, porém Hinata gostava de pensar que sim, ela era detentora do seu próprio destino, porém em uma bela madrugada resolveu buscar um livro na biblioteca dos seus pais e por acaso um belo conde havia marcado um encontro clandestino nessa mesma biblioteca, como se seu destino já tivesse sido selado antes mesmo de nascer ou dois foram obrigados a se casar. Ela achou muito injusto, é claro, o homem era o mesmo que a desprezara oito anos antes, que ironia Deus lhe pregava. Tentou lutar contra aquilo mas não houve escapatória, porém os dias com o marido foram agradáveis, agradáveis até demais, era fácil demais se apaixonar por Naruto, que era dócil, gentil, honesto, amável e muito, muito bonito, se fosse honesta consigo mesma saberia que talvez já tivesse uma quedinha por ele antes mesmo de se casar com ele. Era inevitável chegar em um salão de baile e não procurar por ele, ela mentia para si mesma que era somente para saber sua localização para evitá-lo, mas não podia negar que sentia uma satisfação em rejeitar todos os seus pedidos de dança, até que ele parou de pedir e ela fingia que estava muito satisfeita com a decisão dele mas não estava.

Hinata Hyuuga, tinha tudo o que queria, sempre, até que chegou o dia em que não podia mais, ela queria o amor do marido, em um casamento de fachada que foi realizado as pressas para salvar sua reputação, ela queria a atenção, o afeto, o carinho, era egoísta o suficiente para admitir que queria tudo, mas nunca percebeu que só estava disposta a receber sem dar nada em troca. Naruto abriu seu coração para ela sobre seus problemas e ela nunca teve coragem de contar o que aconteceu com ela, por Deus ela nunca teve coragem nem de contar para a própria mãe, mas agora, se ela quisesse realmente sair desse casamento sem arrependimentos deveria ser sincera com ele.

- Nabi? - chamou a irmã que descia para o café - Poderia me emprestar a carruagem?

- Claro, mas para onde você vai tão cedo?

- Para a casa do Naruto, preciso encerrar as coisas de um jeito certo.

- Talvez seja cedo demais para desistir irmã, vocês deveriam se dar mais uma chance.

- Nabi, ele não me ama, como pode um casamento continuar assim?

- Ele te disse isso? - Perguntou Konohamaru descendo as escadas.

- Não, mas ele deixou bem claro.

- Perguntei se ele te disse isso? Se ele disse que não te amava? - Questionou bufando - Olha se você não perguntar o que quer saber, nunca vai ter uma resposta, converse com ele e pergunte, se ele disser que não te ama, desista do seu casamento e vá para o condado, não desista só por presumir as coisas.

- Não preciso machucar meu próprio coração, Konohamaru.

- Céus Hinata, como você é teimosa - esbravejou Hanabi - Se você não perguntar, não precisa mais falar comigo.

- Hanabi!

- Estou falando sério, vá para a casa e converse com o seu marido, depois me envie uma mensagem avisando que vocês voltaram e mandando devolver todas as suas coisas.

- E se ele não me amar? Posso voltar? - perguntou irritada e nervosa com todo aquele assunto.

- Não vai acontecer, agora vai, xô.

Hanabi praticamente expulsou a irmã de sua casa, porém estava com um sorriso no rosto com a sensação que teria boas notícias em breve, depois de tudo que Hinata contou ela merecia muito um final feliz.

~~~~//~~~~

Naruto mal dormiu aquela noite, para ser honesto ele mal dormiu qualquer noite desde que Hinata foi embora, hoje seria o dia que ela provavelmente se mudaria para o campo, a casa em Devonshire era linda, seu sonho sempre foi um dia poder criar os filhos lá, suspirou, jamais conseguiria criar seus filhos porque eles jamais sequer vão nascer, mesmo após a conversa com a sua mãe e seus muitos tapas, todos seus conselhos pareciam distantes de se concretizarem. Ele sabia que Hinata era teimosa e provavelmente jamais voltaria para ele. Sentia tanto a falta dela que já estava começando a delirar, podia jurar que estava sentindo seu perfume e ouvindo a voz dela.