'𝟳 | 𝘭𝘰𝘷𝘦. 🎾

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Acordo com uma dor de cabeça terrível, andando meio tonto pela casa que parecia ser de...Karl?

Cadê Dream, George ou até o próprio Karl? Minha visão andando pelos cômodos estava muito ruim. Consigo agarrar a maçaneta de uma porta e abri, caindo em um quarto escuro. Agarrei a cortina e tudo pirou quando o sol bateu nos meus olhos.

— George caralho, são 6 da manhã, dá paz! — Resmungou a voz que parecia ser de Karl. Entrei no quarto dele sem querer. Não estou enxergando nada, e pra piorar também sinto uma enxaqueca que parece querer me matar.

— Karl, me ajuda, tô cego e com dor de cabeça. — Falei olhando ao redor, e apenas enxergando um clarão.

— Cego? Meu deus menino. — Ouço Karl levantar da cama e segurar em minhas mãos, ele me guia e sentamos na cama. A mão do garoto se levantou, tirando os cabelos da frente de meus olhos, e deslizando sobre minha pele. Fechei meu punho sentindo a quentura se espalhar pelo corpo. Um sentimento de choque pelo jeito delicado que ele me tocou. Eu não lembro de nada que fiz ontem.

Isso me dá até um pouco de medo de ter feito besteira. A única coisa que me recordo são flashbacks, a única coisa que lembro claramente é a imagem de Karl passando algo em meu rosto, sua gentileza após as maiores atrocidades que ele tenha passado realmente me encanta. Karl é um ser humano doce, e eu estou fazendo de tudo para recompensar a resposta que meu pai deu. Resposta que nem eu mesmo sei o que foi escrito.

— Karl, você está bem? — Sussurrei. Recuperando um pouco da visão e conseguindo me encontrar no azul do olhar de Jacobs, que ainda passava as mãos gentilmente pelas minhas mechas.

— Por que eu não estaria? — Ele diz, meu coração acelerou. Preciso contar a verdade para Karl, quanto tempo eu prendo esse segredo, mais magoado ele irá ficar quando descobrir.

— Por conta da sua mãe, seu pai. Eu li os e-mails, e eu estou me sentindo péssimo por você. — Ele ficou silencioso e eu também, minha vista volta completamente e consigo observar o rosto de Karl perfeitamente. Seus olhos rapidamente se encheram de água, o mesmo abaixou sua mão e um pouco da cabeça também.

— Por que você leu? — Uma lágrima escorreu pelo seu rosto, enquanto sua voz ficou trêmula ao falar. Senti um aperto enorme no peito, como se eu estivesse feito a maior besteira de toda minha vida.

— Eu fiquei curioso, queria saber da história. — Assumi com aquela sensação ruim, eu queria poder abraçar ele e dizer que sinto muito, mas acho que piorei a situação.

— Nicholas, foi a única coisa que eu te pedi para não fazer. — Ele se levantou, com o rosto pingando de lágrimas. Por que eu fui falar isso? — Eu não gosto mais de você do jeito que já gostei, e eu não sou um obcecado. Por favor, me deixa em paz. — Karl caminhou até o banheiro e se trancou. Fui atrás dele desesperadamente.

Eu não quero que ele se machuque de novo por minha causa, não suportaria o peso de fazer mal algum pra ele quando ele é a pessoa que mais anda me acalmando durante minhas crises de ansiedade.

Apesar dele ter fechado a porta na minha cara, agachei no chão do lado da porta, tentando ouvir o som que recuava lá dentro.

— Karl, fala comigo por favor. Não foi intencional te machucar. Vou abrir o jogo com você. — Suspirei deitando minha cabeça na madeira da porta. — Quando eu li aquelas coisas que você escreveu para mim, eu me senti bem Karl. Eu me senti tão tão bem, alguém finalmente tinha enxergado algo em mim, além da minha aparência mais apreciando também minha personalidade. Depois de tanto tempo sendo julgado pelo meu pai, recebi afeto da forma certa. Mas depois lendo tudo, eu me senti tão mal por você, tão mal que fiz minha empresa mudar de ideia sobre você e escrevi um email dizendo o quão eu admiro você do fundo do meu coração. Eu quero abraçar você tão forte e agradecer por ter sido tão fundamental para o alívio da minha ansiedade. Karl, não faz besteira por favor, amanhã é o seu aniversário e eu quero que seja o melhor dia do mundo para você. Abre a porta do quarto.

' ℰᥙ tᥱ o̶d̶e̶i̶o̶ ᥲ꧑᥆ | 𝒦ᥲrᥣᥒᥲρ  🎾Onde histórias criam vida. Descubra agora