First Love | Sunsun

24 | In My Place

Kim Sunoo

Às vezes eu ainda me questionava se estava vivendo em um sonho ou na realidade. Ter alguém como Sunghoon na minha vida parecia ser algo impossível de acontecer antes.

Ele me ajudou novamente quando apareci em sua casa depois da briga que tive com meu pai, me consolou e me deu conforto. Seus pais também me ajudaram, e eu fiquei muito grato por conhecer pessoas tão gentis como a família Park.

Por causa daquela briga, voltei a passar a maior parte do meu tempo na casa de Sunghoon. O garoto insistiu que eu não estava incomodando em nada, o que eu finalmente resolvi aceitar.

Havia alguns dias que eu estava desconfiando que Sunghoon e Heeseung estivessem escondendo alguma coisa de mim. Toda vez que eu chegava perto de onde eles estavam conversando ambos ficavam quietos e começavam outro assunto do nada. Não cheguei a perguntar diretamente Sunghoon se eles estavam escondendo algo, porém eu tinha certeza.

Minhas suspeitas se confirmaram alguns dias depois, quando Heeseung me chamou e disse que eu deveria trocar de roupa, porque eu iria a um lugar com ele.

— O Hoon sabe disso? — perguntei, enquanto olhava para Lee. Eles tinham saído sem me falar, o que foi algo incomum. Toda vez que saíam Sunghoon sempre me avisava – isso se não me levasse junto. — Onde ele 'tá?

— Por enquanto não posso dizer nada.

Era justo o dia que completava um mês do nosso namoro, e Sunghoon não tinha comentado nada sobre isso o dia inteiro, então não evitei criar expectativas de que houvesse alguma surpresa.

Saímos após eu trocar de roupa. Eu seguindo Heeseung, por não saber exatamente para onde estávamos indo.

Tentei perguntar para ele nesse meio tempo sobre Sunghoon várias vezes. Lee não falou nada, por mais que eu insistisse.

Tinha começado a anoitecer, e em minutos chegamos no Central Park. Eu já estava acostumado com os passarinhos cantando, as folhas das árvores sendo balançadas pelo vento noturno, pessoas conversando e crianças rindo.

— Agora eu vou ter que te vendar, Sun — Heeseung falou, tirando um pedaço de pano vermelho do bolso e esticando com as mãos.

— Mas, o Hoon...

Estávamos na entrada do parque e eu não vi Sunghoon em lugar nenhum ali.

— Ele vai chegar depois de você, não se preocupa.

Tentei ficar mais tranquilo ao soltar um suspiro. Em pouco tempo, Heeseung passou a venda em volta dos meus olhos, amarrando atrás da minha cabeça, antes de segurar em meus ombros e começar a me guiar para algum lugar.

Fiquei quieto durante esse tempo, pois já sabia que Lee não iria me dizer nada.

— Agora eu vou buscar ele, já volto — ouvi dele assim que soltou meus ombros. Heeseung me deixou em um lugar específico, praticamente em uma posição de estátua.

Os passos de do mais velho foram se afastando, e eu comecei a esperar ainda mais ansioso, até ouvir passos se aproximando. Eram bem leves e quase inaudíveis por se misturarem com outros sons do parque.

Achei isso estranho, já que não tinha demorado quase nada, porém não era como se tivesse outra pessoa para subistituir Sunghoon.

Eu acho.

Uma sensação estranha tomou conta de mim na hora em que a respiração da pessoa tocou meu rosto. Uma presença familiar, que não era boa.

Comecei a ficar desesperado por isso, e lembrei que Heeseung me disse um tempo depois de me vendar que eu não deveria tirá-la até ouvir Sunghoon falar.