Andrei SmirnovTalvez eu nunca tenha me imaginado nesse momento, quer dizer, nessa situação, prestes a casar, vivendo a semana mais estranha da minha vida com preparativos para um casamento com alguém que eu sequer sinto nada, ou pior ainda, eu nem conheço bem.
As vezes que tivemos de sair juntos eram tão somente para nos manter como notícias na mídia, mal conversamos ou interagimos sobre nós mesmos. Cada dia que passa nos tornamos ainda mais estranhos do que somos, não posso dizer que ela não me desperta desejo, afinal sem dúvidas é uma mulher estonteante, mas ainda assim depois de nosso beijo no dia do noivado a um mês atrás parece que somente aquilo nos fez querer mais ainda nos afastar.
Hoje é exatamente o dia definitivo de por um ponto final, e na verdade começar um novo parágrafo, uma nova vida, e até mesmo um novo lar. Desde segunda estou na Noruega e ontem a noite meus irmãos e as meninas chegaram, pois hoje logo mais as 18h00 será a celebração do matrimônio entre mim e Emma.
Agora, exatamente faltando algumas horas para meu casamento, senti uma necessidade enorme de gastar toda energia que na verdade me recuso a dizer que é tensão, então estou praticando alguns exercícios no quarto mesmo, para me relaxar mais.
Estava fazendo alguns minutos de prancha já, sentindo o suor cair, meu corpo totalmente se enrijecer e cada nervo de meu corpo reagir, pela posição que mantenho, mas infelizmente fui atrapalhado por batidas na porta de meu quarto.
Levantei do chão e peguei uma toalha que estava sobre a poltrona e enxuguei o suor indo até a porta. Giro a maçaneta e ao abrir a porta dou de cara com Maksim que além de meus irmãos foi a única pessoa que veio da Rússia, não chamei Simon nem os italianos a tempo e por ser na Noruega o casamento e minha distração para lhes chamar acabaram dizendo que não poderiam vir e na verdade era esse o intuito prefiro ficar acima de qualquer suspeita e o Simon perceberia algo errado desde o momento que visse Kloviz, Stênio e Rodolf aqui.
-Entra. -digo soltando a porta e abrindo espaço para que passasse, saí andando lhe dando as costas, notando logo em seguida o bater da porta atrás de si.
Fiquei em pé encostado na janela esperando que falasse de uma vez.
-Estava treinando? -pergunta o óbvio e apenas aceno positivamente com a cabeça. -Hum. -murmura.
-O que você quer Maksim? -pergunto, já conheço o meu amigo. Jogo a toalha que enxugava o rosto sobre o ombro e apoio as mãos no batente da janela, esperando que fale de uma vez.
-Está pronto?! -questiona. -Hoje é o grande dia. -completa, sabe que não estou exatamente bem com isso.
-Se não fosse ser tão ruim preferia estar embriagado pra isso. -comento e ele arqueia a sobrancelhas, não bebo com uma certa frequência.
Tive alguns momentos ruins depois da morte do Bóris, não por remorso, mas por achar que deveria ter o feito sofrer mais, que fomos brandos com ele e isso me atormentava pois puxei essa responsabilidade para mim e durante semanas eu não dormia, somente bebendo, porém com o tempo consegui controlar outra vez isso. Afinal nunca tive problemas com bebidas e não seria naquele momento que eu teria.
-Admiro sua coragem. -diz e eu que o olho agora incrédulo. -Jamais conseguiria me casar sem amor. -argumenta, e isso na verdade faz sentido vindo dele.
-Você e o Aidan são os únicos caras que não param com mulher fixa e são assim românticos. -proclamo e ele apenas dá de ombros.
-Mas e então?! -quer saber as coisas, parece uma velha mexeriqueira.
-Foi uma semana infernal, torço por não termos que morar aqui, eu surtaria. -digo frustrado, finalmente pude dizer isso alto. -Muita mídia, o país tem um clima meio instável, a culinária me agrada em partes, a família da Emma com exceção do pai é intrometida e ela não respira sem parecer frágil, pois a colocam nessa posição. -despejo tudo de uma vez e ele arqueia as sobrancelhas.
-Então a considera uma mulher forte. -afirma repetindo o que eu implicitamente talvez tenha dito. Que outras qualidades ela tem? -indaga.
-Não sei se é forte, só não lhe acho tão frágil. E bom ela tem que viver segundo esse regime machista, patriarcal e tosco o que incrementa para isso. E eu não sei qualidades dela, tudo que sei foi daquela pasta que recebi. -concluo e ele faz uma cara de desdém como se duvidasse.
-Bom, boa sorte cara. -disse batendo e veio até mim dando um tapa leve em meu ombro. -Agora sugiro que comece a se arrumar, quem se atrasa é a noiva e já passou das 16h00. -disse e me senti alarmado eu já deveria estar me arruu, realmente.
Em seguida Maksim saiu do quarto, e foi para o dele se arrumar também, estamos todos num das mansões Hovland, insiste que não precisava e nos sentiríamos bem num hotel, mas no final das contas acabei aceitando pois seria melhor para o conforto de todos, tanto por conta do bebê, como da Maitê gestante.
Imediatamente me direcionei para o banheiro, precisava começar a me arrumar, mesmo que minha única função fosse estar lá antes da noiva eu não poderia simplesmente ir de qualquer jeito.
[...]
Os rostos estranhos e os flashes vinham de todos os lados, era além disso tudo um lugar estranho, sem contar que estar nesse altar me traz a sensação que não seja exatamente digno disto, afinal de contas já cometi inúmeras coisas ditas pecado sem pensar duas vezes.
A única forma de tranquilas era olhando para meus irmãos e ali na frente, mas até isso evitava pois atrás estava aqueles velhos asquerosos do Concelho, odeio o fato de terem botado eles assim perto como se fossem da família. Nesse meio tempo olhei mais uma vez no relógio e vi que já se passava das 18h30, e ainda não ouvia falar da chegada da Emma.
-Por que ela está demorando tanto? -questiono me virando e olhando para Alya e Arnold que são meus padrinhos de casamento e os únicos que realmente casaram.
-Fica calmo, ela já já chega. -de todos os comentários, o mais genérico foi o que Arnold fez.
-Normalmente nesse momento vem uma espécie de choque da realidade, por isso atrasamos mais que o normal. -Alya disse algo mais sensato murmurando pra mim.
O nervosismo não era por medo dela desistir, ao menos, não somente, mas sim por estar ali e ter toda a pressão de saber que nossa máfia dependia de mim.
Me virei pro lado quando Haskel deu um choro alto e nesse instante as portas da grande de Urnes, que a Juliane fazia tanta questão que nos casassemos foi fechada.
Olhei para frente e logo em seguida começou a ecoar no ambiente a marcha nupcial, indicando claramente a chegada da noiva, todos se levantaram as câmeras se direcionaram a entrada e foi exatamente nesse instante que aos poucos pude ter a visão do branco que suponho ser do vestido de Emma.
Logo as enormes portas estavam totalmente escancaradas e de braços dados ao pai ela vinha caminhando lentamente sobre o tapete vermelho, não podia ver seu rosto por conta do véu, mas sabia sem dúvidas que estava magnífica. Seu vestido era enorme e rodado, o buquê de flores vermelhas trouxe vida aquele ambiente assim como seus cabelos fariam.
××××
Eita que o coração do Andrei parece ter errado umas batidas
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Andrei- Spin-off de Os Ceos da Maffia
ActionAndrei Konstantin Smirnov é um homem muito reservado e que tem prazer em controlar ao seu redor, sempre foi muito decidido e as poucas vezes que se envolve com alguém não é algo de fato assumido a todos e sempre de duração determinada a fim de somen...