Capítulo 22

795 72 3
                                    

Emma Hovland

Dias depois

A minha rotina aqui na Rússia está sendo mais monótona do que na Noruega, e tão chata quanto. Acordo todos os dias, abraçada a este urso e depois passo o dia ou lendo no jardim, ou lendo na sala.

Já me recuperei desde a noite que cheguei aqui e tive uma febre alta, fiquei um pouco fraca nos primeiros dias, mas já me sinto melhor. Nos três primeiros dias que estava mais frágil Andrei dormiu ao meu lado, e foi uma sensação diferente, mas boa, mesmo que eu quisesse me manter afastada dele era difícil, pois todo dia de manhã estava abraçada nele sem fazer a menor noção de como acontecia e se incomodava ele também.
Até que na terceira noite Andrei mandou entregar aqui um urso enorme, quase do tamanho de uma pessoa e mesmo que fosse diferente, estou me adaptando a ficar com ele.

Andrei não falou que foi ele que me deu, mas era óbvio assim como as rosas que aparecem no meu quarto sem bilhete, acho que isso é uma estranha forma dele de cuidado.

Estou agora na sala e já é quase a hora do jantar, e Andrei ainda não chegou, o que é estranho. Já estou terminando o terceiro livro da semana, e de repente ouço a porta se abrir e me viro em direção a mesma vendo a figura do dito como meu marido entrar na sala, e logo seu olhar recair sobre mim.

-Boa noite. -diz e fecho o livro, lhe olhando.

-Boa noite, demorou. -saí meio que involuntárias as palavras da minha boca, mas não dava mais para retirar então ele veio em minha direção.

-Não sabia que marcava a hora que eu chegava. -se não conhecesse seu humor diria que está debochando de mim. -Tive alguns problemas no escritório e mal estou conseguindo ir no quartel. -fala meio que desabafando.

-Na verdade eu não faço nada o dia todo, então já sei a hora de basicamente tudo. -falo dando de ombros.

-Já te disse que pode fazer o que quiser, fazer compras, sair, uma reforma na casa se quiser, trabalhar... -ia listando um monte de coisas. -Mas somente se estiver realmente se sentindo bem. -se tem uma coisa que faz Andrei me dirigir a palavra isso é a minha saúde.

-Quero trabalhar, me sinto disposta e bom você tem um escritório, sou advogada, posso ficar de assistente ou algo assim.. -falo torcendo para que concorde, mas aguentando a emoção.

-Está bem, venha comigo. -diz e se levanta do sofá em que sentou e saí, me fazendo seguir ele, até um dos ambientes que ainda não entrei na casa, seu escritório.

Quando adentrei ao lugar me senti num filme, é uma sala escura diferente de todas da casa, tem várias prateleiras com livros, quase igual a biblioteca onde vivo enfurnada, mas além disso tem processos e ao entrar totalmente e ver ao lado pude observar um enorme quadro na parede de uma mulher, acredito que seja sua mãe, se parece.

-É a sua mãe? -questiono andando devagar até ele.

-Sim. -responde frio.

-Ela era linda, vocês se parecem muito com ela, os olhos, o tom do cabelo, o olhar, até mesmo o sorriso. -digo essa parte por fim com um sorriso bobo e vi que me olhava de uma forma engraçada e diferente.

Foi tosca a forma como eu consegui comparar eles somente por um simples quadro, talvez por isso me olhe assim.

-Venha até aqui. -diz e dou a volta na enorme mesa de carvalho indo para seu lado.

Andrei iniciava o computador que logo requisitou senha e ele pôs, não pude deixar de ver e era exatamente o ano em que nasci o que achei estranho, mas não dei importância.

-Esses atualmente são os casos em aberto, pois os advogados do escritório estão muito ocupados, tentarei assumir o máximo de casos. -diz apontando pra uma lista com cerca de dez casos ou mais em aberto.

-Não sei se consigo pegar vários casos. -confesso afinal eu nunca tinha advogado na minha vida, só me formado.

-Um que pegar já será válido e com o tempo vai adquirindo experiência e poderá pegar outros, sem contar que moramos juntos qualquer dúvida pode estar falando comigo. -se mantém a disposição e o olho vendo que estava com um dos braços apoiados na poltrona e nossos olhares se cruzaram.

-E esse aqui, porque está em urgência? -questiono olhando para a tela outra vez.

-Bom é um caso que terá uma audiência em breve e foi requisitado nossos serviços recentemente, mas já estava em andamento por outro advogado. -explica e depois da dois cliques abrindo o arquivo.

O arquivo tinha uma descrição bem breve e então comecei a ler, foi um caso já perdido uma vez e pelo visto se tratava de um caso de assassinato que ocorreu a meses atrás, por um homem que foi acusado de matar a ex-esposa.

-Quero este caso! -exclamo e mesmo que não veja, posso sentir o olhar de Andrei sobre mim.

-Tem certeza? -diz e o olho vendo seu olhar tão intenso e penetrante sobre mim.

-Sim, eu quero este. Darei o meu melhor para ganhar este caso. -falo com convicção.

-No escritório Smirnov não é uma opção perder um caso. -pontua e sinto um frio na minha espinha, e acabo escorregando, pois estava apoiada no braço da cadeira em que estava sentado.

Nesse instante tento equilibrar meu corpo, mas quem faz isso é Andrei que me segura e puxa a si fazendo com que eu sentasse em seu colo. Fiquei paralisada olhando em seus olhos e ele nos meus, parecíamos estar em transe e involuntariamente eu me sentia tentar aproximar mais dele.

Ele também fez o mesmo e a distância entre nós que já era pouca ficou ainda menor, com nossos lábios próximos não houve mais demora e logo nos beijamos. Sua boca tomou a minha avidamente, era o desejo que fala mais alto, desejo que inegavelmente sentimos um no outro, percorri minha mão na sua nuca e ele apertou minha cintura me puxando mais para si, sua língua e a minha estavam em sincronia, eu podia sentir cada célula do meu corpo se movimentando para que aquele beijo já tão profundo e quente que me faltava o ar não se acabasse. As mãos de Andrei descem devagar e logo estão de encontro com minha bunda coberta pela saia que eu vestia, seus dedos apertaram minha bunda e senti meu sangue ferver quando em meio ao beijo mordeu meu lábio inferior.

Respirávamos ofegantes, mas era impossível quebrar essa conexão, pois não queríamos. Percorri minha mão em seu cabelo enquanto ele apertava a minha bunda e aquilo me fazia ainda que com a perna sobre o braço da cadeira tentar rebolar em seu colo, Andrei logo subiu uma das mãos na minha cintura e foi até meus seios, onde enfiando a mão por entre o decote do blazer que eu vestia apertou meu seio rígido coberto apenas por um sutiã de renda, gemi com o ato e outra vez mordeu meu lábio o que me fez soltar outro gemido ainda mais alto e logo sem ter mais nenhum oxigênio nos separamos por falta de ar em nossos pulmões e com as testas próximas uma da outra respirávamos ofegantes.

-Farei meu melhor pelo caso senhor Smirnov. -sussurrei perto de seus lábios e em seguida me afastei levantando de seu colo sem dizer mais nada.

Saí em direção a porta e sentia meu corpo ainda quente pelo beijo que aconteceu segundos atrás. Preferi não ficar ali, pois sabia que iríamos ficar num situação estranha.

Assim que bati a porta atrás de mim, a única certeza que eu tinha é que precisava de um banho gelado, mesmo aqui na Rússia sendo frio eu me sentia queimar por dentro e eu precisava me recuperar tanto para nosso jantar como para a ligação de meu pai, para falar com ele e Maya como venho fazendo todos os dias.

×××
Eu amo um Carvalho branco, e um escritório, e uma ruiva que faz um loiro perder o controle e nem ela mesma sabe se controlar

Andrei- Spin-off de Os Ceos da Maffia Onde histórias criam vida. Descubra agora