Andrei- Spin-off de Os Ceos da Maffia

Capítulo 6

Emma Hovland

Ontem acabei passando o resto do dia todo no quarto e por maior que fossem as insistências de meu pai, nas varias vezes que bateu na porta eu não saí, não queria ver ninguém, nem a ele, que sempre foi meu melhor amigo e agora eu nem tinha alguém a recorrer.

Passei um bom tempo debaixo do chuveiro tentando raciocinar algo, tentar sair daquilo, mas foi inútil, então teria de recorrer a única coisa que eu poderia ter a piedade de meu pai quanto a isso e então fui no closet e pus o primeiro vestido que apareceu em minha frente, deixei os cabelos secando naturalmente e saí do meu quarto determinada a falar com meu pai.

Caminhei pelos corredores e desci as escadas sem ver ninguém, acho que tivemos cortes também no número de empregados.

Quando fui me aproximando do escritório de meu pai ouvi vozes altas, como numa discussão e era meu avô e meu pai. Involuntariamente eu fiquei ali encostada no canto ouvindo.

-Como vai deixar o legado Hovland se acabar assim Heliot? -meu avô Agenor berrava. -Eu confiei a você a minha sucessão e preferia ter morrido do que ter o desgosto de ver o meu reinado acabar assim. -ele dizia rispido com meu pai.

Fiquei encostada na parede, no canto da porta os ouvindo falar, não conseguiria mais sair dali mesmo que isso fosse errado.

-Como pode querer que eu faça isso com a minha garotinha?! Botar a Emma no meio disso tudo como se fosse uma moeda de troca? -meu pai dizia ainda com a voz firme, mas em tom mais baixo.

-Deveria ter tido um filho homem, um sucessor e a filha que tem nem sequer pode contribuir para a continuidade de nosso nome. A Juliane tem razão você é o meu filho preferido, mais é um fraco e criou a Emma com muito mimo. -dizia tão grosseiramente que parecia que suas palavras eram navalhas me cortando por dentro.

-Pense, fale, faça o que quiser, mas a Emma só casa se ela quiser e eu não vou obrigar minha filha a fazer isso. Se quiser me deserdar, me matar se for preciso que seja, mas a Emma não entra nisso. -disse pontual e senti lágrimas quentes escorrerem de meus olhos, ao saber que me defendia e não concordava com isso.

-Vai se arrepender disso Heliot. -meu avô falava. -Vai suplicar por piedade e eu vou fazer o que quiser. -foi muito tenebrosa a forma como falou e me fez arrepiar a espinha.

-Como ousa.. -meu pai disse e por um instante pensei que iria avançar em seu pai, mas não acho que foi isso.

Eu nunca tinha visto meu pai discutir com meu avô, na verdade ele sempre foi o preferido dele, diferente de meu tio que na época da sucessão quando meu avô não o convocou, mesmo sendo ele o primogênito ficou irrado. Ele também foi muito gentil sempre comigo, mas o ouvindo falar agora chega a me dar medo. 

Ouvi seus passos e o bater da bengala no chão e pelo visto ia saindo, então rapidamente saí do lugar e procurei me esconder, então entrei na sala ao lado.

Fiquei por um tempo escondida na biblioteca até achar que podia ir para a sala de meu pai e assim  o fiz, mas quando o entrei vi de cabeça baixa como se chorasse e aquilo me devastou.

-Pai.. -murmurei baixo, mas atrai seu olhar. 

Vi seus olhos inchados e vermelhos, como se chorasse e um breve sorriso se abrir em seus lábios ao me ver.

-Olá querida.. -disse e fui andando, logo me sentado na cadeira a sua frente, sendo separada dele somente pela enorme mesa de carvalho em nossa frente.

Quando vi seus olhos tão tristonhos sabia que podia contar com ele, porém mais que isso, sabia que ele ia ter que contar comigo.

-Filha você já comeu algo? -perguntou preocupado e apenas neguei com a cabeça sorrindo fraco pela sua preocupação. -Meu amor, você e sua irmã são o que tem de mais importante em minha vida, saiba que o que sua mãe disse ontem foram besteiras e eu vou dar um jeito em tudo. -dizia com carinho e parecendo ansioso.

-Pai, eu vou me casar. -sussurrei, mas alto o suficiente para que ouvisse e seu olhar congelou.

-Não Emma, não a quero num casamento infeliz. -disse e apenas acariciei sua mão que repousava sobre a mesa.

-Não vai ser infeliz, só preciso da oportunidade de conhecer ele, só isso que peço. -digo com a maior dor no coração, mas mantendo um sorriso acolhedor, para que acreditasse em mim.

-Emmy, quero que se case por amor, apaixonada. -se recusava ao que pedi.

-Se ele estiver disposto também vou estar, e como você mesmo diz vamos poder construir o amor dia a dia. -digo séria e com ternura em minha voz, sentindo seu carinho agora com o polegar em minha mão. -Sem contar que sempre quis conhecer a Rússia. -brinco e sorrimos.

Ficamos ali por alguns segundos nos olhando, sem dizer nada apenas aproveitando desse momento um com o outro.

-Essas são as informações sobre ele? -questionei ao olhar a pasta com o sobrenome Smirnov sobre a mesa abaixo e nossas mãos.

-Sim seu avô deixou aqui mais cedo e mandou que lhe entregasse para saber mais dele, pois marcaria o primeiro encontro entre vocês.. -disse se ajeitando na cadeira.

-Moderno, mais ainda medieval. -brinco e sorrimos com seriedade dessa vez. -Posso? -interrogo pedindo a basta.

Assim que me entregou abri a pasta e vi os dados básicos sobre o Andrei Smirnov ou melhor dizendo, meu futuro marido.

-Olha só pai ele é advogado.. -pontuo e ele me olha com o cenho franzido ao me ver despertar interesse. Mas ao virar a pagina me pergunto como não me interessaria, o homem é simplesmente lindo, loiro de olhos claros, ombros claros, barba rala e um olhar incrivelmente intrigante.

Enquanto eu folheava e observava podia ver um certo nervosismo nos olhos de meu pai.

-Pai o que foi? -pergunto

-Seu avô e eu tivemos uma discussão, mas antes disso disse que assim que você decidisse marcaria a vinda do Smirnov para aqui. -disse entrelaçando os dedos.

-Pai eu já decidi, pode ligar pro vovô, eu vou me casar. -digo por fim pontualmente. -Vou sair e te espero pro café enquanto fala com o vovô. -digo e me levanto sorrindo. -E vou levar isso também. -falo e pego a pasta com os dados do Smirnov.

...

Ao sair da sala de meu pai nem eu mesma sabia o que fiz, porém tinha certeza que fiz o que deveria ser feito por nós, eu, meu pai e a Maya, ninguém mais.

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Sim, vai rolar casamento nos primeiros capítulos pela primeira vez kkkk