Capítulo 5

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Emma Hovland

Digamos que de todas as chateações que já passei por ser princesa, nenhuma se compara ao fato de ter o cartão recusado e sequer conseguir saber o porque. Voltei para casa irritada e isso só piora com esse guardas que parecem não saber dirigir, de que adianta um carro blindado e tão potente se nem aproveitam isso.

Entrei irada em casa assim que as portas foram abertas pelos guardas e fui direto para o escritório de meu pai, sabia que estaria lá. Entrei empurrando a porta e ouvi o fim de uma conversa.

-É um favor entre familias Heliot, precisa falar logo e resolveremos essa situação. -minha mãe dizia assim que entrei.

-Pai porque meu cartão foi recusado hoje a tarde? -questionei assim que entrei, para que não soubessem que ouvi o fim da conversa e ficar algo desconfortável.

-Querida bata antes de entrar. -meu pai, Heliot, disse como sempre com sua doçura e me senti mal de ter entrado sem bater e ter ouvido uma parte da conversa antes.

Normalmente meu pai não liga muito pra isso, por isso a porta do escritório nunca está trancada e muito menos no que se diz respeito a minha entrada no local.

-Isso é o que recebe por ter mimado tanto a Emma. -disse me fuzilando com o olhar minha mãe.

Eu e ela nunca tivemos a melhor das relações sempre fui mais amiga de meu pai, nem me recordo direito de momentos de carinho com minha mãe.

-Desculpa pai. É que na hora que o cartão foi recusado paparazzis tiraram fotos e aquilo me irritou muito, mas sei que  o senhor vai resolver esse mau entendido. -digo e dou a volta na mesa o abraçando e vejo que esta com o rosto serio, mas logo sorri pra mim.

-Emma seu pai tem que lhe falar algo. -ponderou minha mãe e lhes olhei sem entender, ele sempre fala comigo abertamente sem precisar dela pedir. 

-Juliane, não. -adverte meu pai parecendo irritado.

-O que tá acontecendo papai? -o questiono sem entender, e vejo seus olhos ainda na minha mãe logo se virarem a mim.

-Bom filha o que ocorreu hoje nas compras é bom que não se aconteça de novo então evite estar em shoppings.. -dizia mas parecia mais desconversar, não acho que seja algo por conta dos paparazzis.

-Não Emma, não é isso seu pai não quer dizer, mas os seus luxos estão saindo caros e estamos falindo e o pouco que temos é para manutenção de coisas importantes que não seja suas idas frequentes a lojas de luxo. -minha mãe disse aumentando o tom de voz.

Aquilo não fazia sentido, pois ir a lojas de luxo era inclusive um hábito dela mesma o qual aderi e também não deve ser por conta de mim nossa queda financeira, não sou eu quem mais esbanjo aqui.

Não acho que sejam meus caprichos que nos levaram a isso, mas não me incomodo em parar meus hábitos, caso seja.

-Não é bem assim como a Juliane esta dizendo querida, estamos cortando custos e por isso seu cartão foi bloqueado, mas mudarei isso e não estamos exatamente falindo. -meu pai disse com calma se levantando de sua cadeira  arrodeando veio para perto de nós, pois eu depois de lhe abraçar, fui para o outro lado.

-Pare de proteger a Emma, Heliot, até os negócios obscuros e com outras potências vem decaindo,  ela é a única que poderá mudar isso. -quando minha mãe disse aquilo olhei para meu pai, para que melhor me explicasse, como eu poderia ajudar.

-Como assim ajudar? -questionei

-Isso ainda está em pauta Juliane. -meu pai disse ríspido, nunca o vejo falar com ela nem com ninguém assim é sempre muito gentil.

-Seu pai mesmo deu o ultimato sobre isso Heliot e se hoje você está reinando nessa nação é somente pelo afastamento que teve de dar anos atrás por conta do câncer. -minha mãe falava aumentando o tom de voz e eu ainda não conseguia compreender em que eu poderia entrar nisso.

-Mas e como eu posso entrar nisso? -falei erguendo a mão para que os dois parassem.

-Seu avô tem um favor pendente com a máfia russa que controla o país indiretamente e que é regida pela familia Smirnov uma das mais, se não a mais poderosa e respeitada de toda a Europa. -minha mãe dizia e eu já ouvi falar sobre essa família, infelizmente eu sei que para esse regime se sustentar precisamos de negócios no submundo, pois com a queda de regime monárquico e a implementação dita de monarquia parlamentarista, precisamos nos sustentar e o mercado submundano é o mais produtor, descobrir isso anos atrás de um forma não tão legal pelo meu avô.

-E nesse acordo a única coisa que precisamos é que você se case com um dos herdeiros russos, foi a única coisa instituída por eles, nada mais. -minha mãe disse calmamente como se aquilo fosse a coisa mais simples do mundo.

Aquelas palavras me atingiram como um tiro, me deixando voando naquela sala sem entender. Não que eu esteja em um relacionamento, mas pra mim entrar em um ainda mais um casamento assim, é tão arcaico e insensível.

-Pai isso é, isso é verdade? -perguntei sentindo meu ar fugir dos pulmões quando ele balançou a cabeça positivamente. -Eu poderia trabalhar, como advogada.. -tentava abrir sugestões.

-Trabalhar, como advogada sem experiência? Na Noruega? Sendo mulher? -Juliane dizia num tom debochado. Ela nunca foi a favor de eu estudar, trabalhar ou fazer qualquer coisa, as vezes acho que ela nem queria me ter.

-Eu não ia te contar assim Emmy, eu iria te falar com calma, dar um tempo para que se conhecessem, meu pai disse já instaurou esse acordo. -meu pai fala e aquilo não me confortou, porque ele não iria retirar isso, só iria me preparar mais. -Vocês poderiam se apaixonar e... -meu pai tentava dizer, mas ergui a mão em sinal que se calasse.

-Eu não vou, eu não quero, eu não vou me casar com um desconhecido. -ponderei falando alto e saí da sala batendo a porta atrás de mim.

Corri pelo castelo, demorando em passar o sala e chegar as escadas que subi correndo até chegar ao corredor de quartos, abri a porta do meu, onde entrei e tranquei me jogando na casa e naquele momento deixei as lagrimas rolarem por meu rosto, como uma cachoeira eu não chorava somente por me querem casar para solucionar problemas e sim por me tratarem apenas como uma moeda de troca inútil igual já foi feito a muitos anos e achei ter acabado e assim chorei até não aguentar mais e acabar cochilando.

Tentei abrir meus olhos com dificuldade pelo rímel borrado com as lagrimas que derramei ao ver meu celular tocar. Olhei para a tela e vi que se tratava de mensagens do Ulisses, ignorei como provavelmente eu vou ter que ignorar se não conseguir sair dessa sem ser vendida por meus pais.

Por meu pai, a pessoa que eu mais amo no mundo me fazer estar assim. Só em pensar nisso e que ele talvez não se importe dói tanto, dói como nunca doeu então volto a chorar.

.....

Triste por nossa princesinha.😔🥺

Andrei- Spin-off de Os Ceos da Maffia Onde histórias criam vida. Descubra agora