Andrei- Spin-off de Os Ceos da Maffia

Capítulo 24

AVISO: ESTE CAPÍTULO CONTÉM NARRATIVA SOBRE VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTIL, VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E ASSASSINATO.

Emma Hovland

Acordei animada era meu primeiro caso e o mais legal nisso foi que assim que abri o olho pude ver de relance Andrei sair do mau quarto e hoje como toda manhã haviam flores no meu quarto, mas dessa vez não eram rosas como de costume e sim um buquê de girassóis. Me levantei e corri rápido até o lugar vendo as flores lindas que irradiam luz no quarto e pela primeira vez em meio a elas havia um bilhete.

"Seja confiante Emma, você consegue faça o que faz de melhor brilhe e como esses girassóis dê as costas a toda possível escuridão. Fique forte, seja a Emma Smirnov.

A.K.S"

Ao terminar de ler o bilhete quis correr e agradecer a ele, mas imagino que se não o fez pessoalmente quando eu estivesse acordada é por não preferir mesmo.

Aquilo me revirou de energia de uma forma que apenas me levantei e fui direto me arrumar, seria um dia importante e eu não poderia me atrasar.

[..]

-A Clary hoje pela manhã nos falou isso e ficamos desacreditadas, ela ouviu a conversa e disse isso, normalmente ela não estava presente quando falávamos sobre e hoje estava. A senhora tem noção do quanto isso nos entristeceu e alegrou? A nossa pequena falou depois de meses sem falar após a morte da mãe, ela falou. -a avó e a tia da menina diziam surpresas e ao mesmo tempo em prantos.

-Ei pequena, lá dentro vão ter algumas pessoas e eu e elas talvez te façamos algumas perguntas, o seu pai não vai poder dizer nada não precisa ter medo.. você topa? -digo me abaixando diante da criança e falo, mas ela apenas olha para a tia que acena positivamente com a cabeça.

-Sim. -diz num sussurro e eu apenas me levanto, pois estava na hora de começar.

-Pedirei permissão para a promotoria para que ela deponha, provavelmente vai ser a última então é preciso que alguém fique aqui com ela, que não veja toda essa cena. -digo aos familiares e a avó decidi ficar com a menina e a tia vai ir para o tribunal.

....

-Bom Meritíssimo, como pode ver, o álibi do acusado é fraco e se truncou duas vezes no que disse, afirmou primeiro que estavam num bar, sendo que disse a primeira vez que era um restaurante e disse que passaram a madrugada no bar e depois foram para casa, mas na audiência anterior afirmou que o encontrou mais cedo por volta da meia-noite. -falo diante do juiz enquanto dou as costas ao abutre.

-Protesto Meritíssimo, o restaurante tinha um bar, e meia-noite já é madrugada, a advogada está tentando distorcer os fatos. Assim como fez com a suposta vizinha que disse ver o carro do meu cliente, mas o viu distante e também podia ser de outra pessoa. -o advogado de defesa diz.

-Protesto aceito. -o juiz diz batendo aquela droga de martelo sobre a mesa.

-Bom neste caso, chamo outra testemunha de suma importância para o caso. -ao me verem falar aquilo e entregar os papéis para o juiz o advogado e seu cliente ficam exasperados. -Chamo para depor Clary Salthman, filha do casal.

Nesse instante o olhar de todos caiu sobre a porta e a garotinha entrou com seu urso, nesse momento seu pai lhe olhou assustado e ela apenas o ignorou, essa criança é claramente forte.

...

-A babá tinha ido embora e a mamãe chegava em alguns minutos, eu estava no meu quarto brincando de casinha, quando meu pai entrou lá. Eu me assustei não era dia de ficar com ele e ele também tinha cheiro de álcool e me gritava perguntando por minha mãe. -a criança dizia com coragem e a minha vontade era de abraça-la e tirar dali, mas era por justiça e um futuro melhor que estava ali. -Eu disse que não sabia e assustada acabei caindo no chão, me papai veio para cima de mim e começou a tirar meu vestido e depois minha calcinha, eu não tava gostando e pedi para ele parar, mas não parava então ele enfiou o dedo aqui embaixo e a mamãe dizia pra mim que ninguém podia tocar lá embaixo, eu comecei a chorar e me bater pedindo para ele parar, mas ele não fez isso e começou a tirar a roupa dele, eu estava sentindo dor e chorava, e quando ele tirou sua roupa minha mamãe chegou no quarto e deu um grito forte que o fez levantar. Ela disse pra ele sair e que chamaria a polícia, então meu pai levantou e disse que ia matar ela e que minha mãe não podia afastar ele e saiu correndo e xingando de lá, minha mamãe veio até mim e me abraçou ela ficou comigo nos braços e chorando junto comigo, disse que tinha que me levar no médico e na polícia, mas eu pedi que não pra ser no outro dia, pois eu não queria ninguém. -a criança dizia abraçada ao seu urso. -A gente dormiu abraçadas e de manhã eu acordei e a mamãe não tava na cama, me levantei e ia ver ela, mas ouvi um barulho forte, três vezes seguidas e então corri para minha cama tapando meu ouvido com o travesseiro. -disse por fim e naquele momento era impossível não ver a emoção e revolta nos rostos de alguns presentes ali.

Era desumano o quanto uma criança de apenas 10 anos já tinha passado, a Clary não só parou de falar por conta do trauma ela parou pois se tornar uma sobrevivente também machuca por dentro, principalmente por dentro.

-Senhor Juiz a criança passou meses sem falar e está claramente sem uma avaliação psicológica, não pode ser válido esse argumento ela está confusa e pode ter sido manipulada pela tia e avó materna, meu cliente ama a filha e jamais faria isso. -o advogado de defesa disse sem o menor escrúpulo.

-Meritíssimo eu protesto, a criança é tão vítima quanto a mãe e tudo ficou claro esse homem é um estuprador, agressor e assassino. -digo com todo o ódio em meu coração.

-Protesto negado. Advogada de acusação se acalme por favor. -o juiz diz e aquilo me irritou profundamente. -Essa audiência está suspensa até a criança ter uma avaliação psicológica, a audiência será retomada em cinco dias. -o juiz diz por fim e bate o martelo finalizando sua fala e em seguida começa os burbúrios e todos se levantam para a sua saída.

.....

Não havia sido o fim, e sem dúvidas havia algo errado naquele juiz eu precisava falar com o Andrei, havia algo errado. Tranquilizei a família e lhes dei suporte além de deixar dois seguranças com elas e ir embora somente com um segurança.

Estava entrando no carro quando vi alguém passar por mim e dizer "Boa sorte senhora Smirnov", e quando olhei me dei conta que era o advogado de defesa com um sorriso debochado passando. Posso estar imaginando coisas, mas a forma como ele chamou meu sobrenome foi diferente parecia algo mais pessoal, eu uso o sobrenome do Andrei desde que cheguei aqui por ser de grande influência, mas foi a primeira vez que ouvi alguém me chamar assim, nesse tom.

×××
Estão ouvindo?! O barulho de pescoços se partindo por mexer com a rainha? A mulher que não manda, ordena e o Andrei faz. Porque eu estou.