Capítulo 9 - Carinhos

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Romeu ligou no dia seguinte para a raposa, que o atendeu no meio do segundo toque.

Oi?! Romeu?

— Oi, Beto! Como você está?

Ótimo! — a raposa estava contente. — Você está disponível hoje?

— Só depois do trabalho — revelou. Bufou de raiva pois, assim como a raposa queria vê-lo, ele também queria ver a raposa. Seu membro ficou rígido imaginando o momento que poderiam ter juntos e a raposa também queria o mesmo, pelo que percebeu, no entanto, se seguraria mais para poder desenvolver melhor a relação entre eles.

Contudo, a raposa quis saber qual era o horário de saída do urso. A animação da raposa animava o urso também e ele sentia água na boca.

Desse jeito ficava difícil de se segurar. Ainda mais com uma raposa de pelo macio e cheiroso.

— Posso ir até sua casa — sugeriu.

Ouvir aquilo deixou o urso ansioso. Será que deveria convida-lo ou deveria esperar mais? Seu membro já estava rígido de imaginar uma bela noite com a raposa, além do mais, a raposa também queria, ao que notou.

— Mas se não quiser, tudo bem — continuou.

— Eu tenho muita coisa pra arrumar — não era muita coisa, mas não queria que tudo acontecesse rápido e acabasse se decepcionando. — Mas talvez seja melhor irmos para outro lugar, o que acha?

— Por mim, tudo bem — consentiu a raposa, o que fez o urso soltar um suspiro de alívio. — Você pode passar na minha casa se quiser — ofereceu a raposa.

— Eu vou sair tarde, Beto — falou o urso.

— Não tem problema, eu vou ficar acordado até tarde fazendo edição do filme.

— Tem certeza? Eu não vou te atrapalhar muito? — quis saber o urso.

— Não, amigo! Pode vir tranquilo.

Depois de combinarem, só bastou o urso terminar o seu expediente de trabalho para poder montar em sua moto e ir de encontro à casa de Beto, que demorou um instante para abrir o portão.

— Tem chá! — avisou. — Você gosta?

— Depende do chá — falou o urso.

— Err... — a raposa pensou um pouco, tentando lembrar qual erva utilizou. — É erva-verde!

— Pode ser. Gosto de erva-verde — não se lembrava qual era o sabor de chá de erva-verde.

Guardou a moto no canto da casa, adentrou a moradia da raposa em seguida, chegou à cozinha onde uma chaleira quente liberava o vapor da água.

Beto pegou um copo de uma caixa, abriu uma caixinha menor que continha os saches de chá e colocou um no copo de vidro a água quente da chaleira que pegou do fogão. Devolveu a chaleira à boca do fogão, mexeu um pouco o sache no copo para espalhar o chá na água e, por fim, adicionou um pouco de açúcar que tinha em um pote de metal menor.

Mexeu tudo com uma colher e depois entregou o copo quente ao urso que cuidadosamente pegou a bebida.

— Obrigado — falou Romeu, vendo o líquido verde dentro do copo. — O filme que você está editando é o meu? — quis saber.

— Eu finalizei esse ontem mesmo — informou. — Agora estou fazendo outro que o Pablo terminou de filmar. Esse foi rápido.

— Nossa — Romeu ficou pasmo, questionando-se quanto trabalho Pablo tinha apenas com pornografia. — Onde será que ele vai exibir o meu filme? Será que vai exibir no cinema?

Leite e MelOnde histórias criam vida. Descubra agora