Ivan acordou com sua filha pulando na cama e deitando em sua cabeça. A pequena Júlia estava alegre por ser seu aniversário, enquanto que o macho adulto panda-vermelho, Ivan, mal sabia que dia da semana era. Estavam na terça-feira? Ou na quarta-feira?
A pequena Júlia saiu de cima de sua cabeça, levantou-se sobre a cama e começou a pular de alegria enquanto gritava que era seu aniversário.
A cabeça de Ivan pulsava devido ao álcool consumido na noite anterior e agora o efeito negativo estava se apossando de seu corpo. Além disso, ele não comprou presente algum, muito menos comprou um bolo para o dia tão especial para sua pequena.
Onde estava a mãe dessa garota para fazê-la parar de fazer barulho?
O panda-vermelho levantou-se da cama. O peito nu, vestido apenas com uma cueca samba-canção, pois tinha dormido com sua esposa e era um macho adulto casado para ter essa liberdade.
— Vem cá, filhota — esticou os braços para sua filha, que pulou em direção a eles e foi pega no ar pelo seu pai. Ele fez cócegas na barriga dela e a carregou até a cozinha, onde sentiu o cheiro do café pronto. — O que será que a mamãe preparou?
Ao chegar na cozinha, deparou-se com o pão com manteiga pronto em um prato de plástico com um copo de suco de uva ao lado, para a pequena Júlia comer. Ivan ajeitou-a na cadeira frente a mesa e ele próprio sentou na mesa ao lado.
— Quantos anos você está fazendo hoje, Julinha? Mostra pro pai nos dedinhos! — pediu Ivan, forçando um sorriso para disfarçar a ressaca que batia em sua cabeça como um martelo.
Fazia um tempo que a mãe estava ensinando os números para a filha e ela aprendeu a contar até dez. Ela mostrou os sete dedos, indicando a idade.
— Assim, papai! — ela sorriu mostrando os dedinhos.
A esposa, Natalina, saiu para comprar alguns mantimentos, levando a pequena Luana, a filha mais velha com três anos de diferença da mais nova. Natalina percebia a dificuldade da filha e pediu para que Ivan desse um jeito de coloca-la em um reforço escolar.
De onde vou tirar dinheiro para isso? Ele havia pensado. Aproveitou de sua sexualidade para fazer um dinheiro extra. Vai ter que servir, pensou ao contar as notas.
Depois de conseguir algumas aulas de reforço para a filha, percebeu que seu corpo também virou um instrumento de trabalho, e passou a se cuidar um pouco mais.
Quando a esposa descobriu, teve um breve surto, que se acalmou quando viu o dinheiro na mesa.
— Esse é o dinheiro para nossa filha estudar — argumentou. — Você acha que nosso salário consegue bancar essa casa, essa geladeira farta e, principalmente, nossas meninas?
Eram bons argumentos, mas ela não conseguiu esconder o desgosto em saber que o marido se prostituiu. No entanto, se acostumou quando o dinheiro extra investido nas filhas gerou resultados positivo no boletim da filha mais velha. A qualidade da educação melhorou ao ponto da esposa considerar uma escola particular.
— Então você vai pagar — disparou Ivan. — Eu não estou ganhando tanto assim, não!
A ideia apareceu duas ou três vezes, até que ela teve que aceitar que a filha não iria para uma escola particular. Para acalmar os ânimos da esposa, o perfume mais caro da revista que a vizinha encomendava da fabrica serviu, além de um conjunto de maquiagens e um vestido rosado. Ela usou aquilo para se preparar como a fêmea mais bela com a qual já se casou.
Eles combinaram de não entrar em detalhes sobre o trabalho extra de Ivan para não gerar aquele climão indesejado. E, quando a oportunidade de trabalho extra com atuação adulta surgia, Ivan se limitava a dizer que aquele tipo de trabalho foi ofertado. Claramente Natalina virava a cara, mas o pagamento era bom para ser recusado.
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Leite e Mel
RomanceRomeu é um urso-pardo em busca de uma companhia masculina para poder satisfazer seus desejos e ele utiliza de vários meios para encontrar o que procura. Onde essa busca poderá leva-lo a seguir?