Capítulo 4 - Um dia de gravações

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Romeu vestiu-se com roupas cinzas sem estampa, arrumou suas coisas na mochila e foi trabalhar no Motel Tulipa. Estacionou a moto no estacionamento dos funcionários atrás dos quartos. Foi para a recepção na entrada do Motel, onde era controlada a entrada e saída dos veículos.

— Chegou cedo hoje — falou a onça-pintada pouco mais velha que o urso. — Vai chover.

— Só porque eu cheguei cedo?

Entrou na sala da recepção, abriu a porta da dispensa e entrou no pequeno espaço onde quase prendia a respiração para poder entrar. Dobrou cuidadosamente os joelhos e se abaixou para abrir uma das portas do armário de ferro e guardou sua mochila. Fechou a portinha e levantou-se de novo.

Coçou atrás da cabeça e sentiu os pelos espessos entre seus dedos. Voltou à cabine da recepção, onde as telas monitoravam as entradas e saídas dos quartos, além dos corredores internos e dos estacionamentos.

— Teve algum movimento hoje? — o urso quis saber, sentando-se na cadeira acolchoada ao lado da onça-pintada.

— Teve um urso-polar que veio junto com um rapaz bem novo em um carro grande. Lembrei de você por ele ser um urso.

— Todo urso que aparece você lembra de mim — Romeu socou o ombro de seu colega. — Eu podia falar também que toda onça-pintada que eu vejo, me lembro de você.

— Mas todo urso que eu vejo, sempre vem acompanhado com um rapaz. É incrível! Até agora não vi um urso acompanhado de uma fêmea.

— Eu já — defendeu Romeu. — Semana retrasada teve três ursos acompanhados com fêmeas.

— Então foi só você que viu. Pois eu não vi nenhuma acompanhante fêmea.

— Cadê os óculos? — brincou Romeu, apontando para os óculos sobre a mesa. — Cadê?

A onça-pintada deu uma olhada fechada para o urso, esticou o braço até os óculos, pegou-os e abriu os braços da armação de metal e colocou-os no rosto diante dos olhos.

— Mais algum pedido senhor? — questionou a onça-pintada com a voz delicada e gesticulando de modo sutil imitando um mordomo.

— Quero que o senhor faça um filme pornô para que eu possa ver mais tarde e poder tocar uma punheta bem gostosa.

— Tá me estranhando, guri? — deu um empurrão de leve no urso. — Se for uma fêmea gostosona, eu aceito. Nossa senhora, o que eu não daria para comer uma fêmea agora.

— Me dá o seu cuzinho que eu te arrumo uma fêmea rapidinho — riu o urso.

— Ah, saí fora — a onça-pintada deu mais um empurrão de brincadeira no urso. — Dá o seu, oras. Você é quem gosta — a onça-pintada levantou-se e foi para fora. Depois de um tempo, o macho de pelo amarelo com rosetas escuras voltou à recepção. — Tinha um pessoal que veio aqui para gravar um filme pornô na semana passada.

— Quando? — os olhos se abriram de surpresa e curiosidade.

— Acho que na quarta. O chefe falou pra deixar a suíte japonesa reservada.

— A japonesa? Eles eram pandas?

— A maioria era felino — revelou a onça-pintada macho. — E eles viriam hoje para uma gravação.

— Eles devem estar atrasados.

Romeu imaginou-se estrelando um filme para poder fazer sexo o quanto quisesse e com vários rapazes. Imaginar-se consumindo sexualmente os outros rapazes o deixava excitado e o seu membro avolumou o tecido entre suas pernas.

Leite e MelOnde histórias criam vida. Descubra agora