17. Therapist

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Maratona.
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Pov Maria Luisa.

- Assunto particular? - Valentina questionou sorridente assim que entrei na mesma sala que conversei com Carolyna há pouco tempo.

- Não, mas imagino que você não vá querer mais pessoas nos ouvindo, certo? - Falei me sentando em uma das cadeiras.

- Isso soou bem sexy, Maria Luisa, preciso confessar. - Sorriu maliciosamente enquanto se sentava em uma cadeira de frente para mim, cruzando as pernas e exibindo sua coxa torneada através da fenda do seu vestido.

- Tô pouco me fudendo para o que soou pra você. E não era você a pessoa mais apaixonada pela Priscila? Já está querendo dar em cima de mim? Tsc tsc tsc que menina gulosa, Valentina. Não se pode ter tudo sabia? - Ri daquele tom malicioso que ela usava.

- Sim... mas sabe que eu passei tanto tempo me comportando adequadamente que acabei canalizando para algo mais possível sabe? Quem sabe uma ou duas noites... Ainda mais agora que ela e a Carolyna não estão juntas.

- Eu não teria tanta certeza se fosse você. - Falei sorrindo ironicamente.

- Não é o que a ausência da aliança me diz. - Respondeu no mesmo tom.

- Valentina... por favor não seja ingênua. Acha mesmo que vai conseguir ir para a cama com a Priscila só porque ela não está usando uma aliança na mão esquerda? Mas que visão retrógrada essa sua. Alianças são apenas mais um símbolo do patriarcado em nossa sociedade, não devia se atentar tanto a elas.

- Não me importo. Sei que elas não estão juntas. Assim como eu sei que você como uma perfeita cadelinha da Carolyna é quem tenta a todo custo silenciar a mídia para que ela ganhe tempo tentando voltar. Qual é Maria Luisa, todo mundo sabe que aquela mulher é doente de ciúmes e a Priscila merece coisa muito melhor. Eu por exemplo não me importaria em dividir ela com ninguém... - Riu
jogando os cabelos para trás.

- Me surpreende que você tenha passado tanto tempo com a Priscila e não tenha enxergado que ela é estritamente monogâmica, ou melhor. Carolynagâmica. - Ri a minha própria piada.

- Acho que a Carolyna se sentiu bem ameaçada né? Para ter te mandado aqui pra tentar me coagir... - Ela se levantou e ficou andando pela sala com aquele tom irônico.

- Não... ao contrário do que você diz, eu não sou cadelinha da Carolyna. Eu trabalho para ela sim, mas também sou a melhor amiga da Priscila e se você não se lembra, sou também a pessoa que te indicou para trabalhar na PCC. - Cruzei as pernas e deixei ela absorver as minhas palavras.

- E o que quer dizer com isso?

- Simples, a mesma mão que dá, pode tirar... então, pense bem antes de fazer alguma coisa que vai se arrepender.

- É sério isso? Acha que depois de todo esse tempo, de todas as provas que eu dei para a Priscila de que mereço estar aqui, ela vai te ouvir? Ela não ouviu a própria mulher e até terminaram um casamento, Maria Luisa, se toca! Por que acha que ela iria te ouvir? - Ela exaltou um pouco a sua voz, se mostrando mais nervosa.

- Você realmente não conhece a Priscila. - Sorri ironicamente. - Valentina, Priscila está pouco se lixando para você. Priscila é uma mulher de negócios, de dados, informações, números e principalmente estratégia! Você só está aqui porque dá retorno financeiro a ela. Mas não vai passar disso. Experimente não dar retorno a ela um mês e talvez você entenda que a única mulher com quem ela se importa mesmo é a Carolyna. Você é só mais uma, como todos os funcionários daqui. A partir do momento em que não render mais, será descartada.

All In | Capri - 2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora