Capítulo X: O Que as Cartas Dizem?

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Oh, meu Deus, não consigo lembrar
De quem eu fui no último mês de Dezembro
O que eu fiz, como cheguei aqui?
O que eu fiz?
Oh, meu Deus, olho no espelho
Eu era jovem, sem nada a temer
O que eu fiz, como cheguei aqui?
O que eu fiz?
❜⌗ Oh My God - Alec Benjamin

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𝐀 𝐭𝐫𝐚𝐣𝐞𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐞𝐧𝐭𝐫𝐨 𝐝𝐨 𝐜𝐚𝐫𝐫𝐨 𝐚𝐭𝐞́ 𝐨 𝐥𝐨𝐜𝐚𝐥 𝐟𝐨𝐢 bem silenciosa, nenhum dos dois cogitou em dizer uma palavra sequer. Será que ele está bravo comigo por eu ter saído de casa e encontrado o corpo do Romain?, pensou Pierre ao olhar para o tio, e ver que o mesmo desviou para fazer uma curva.

Pierre pensou em pedir por perdão, mas não pôde, pois chegou ao seu destino. O tio apenas disse " se cuide, garoto. " claramente ele estava aborrecido. O jovem desceu do carro, dando uma despedida representada no aceno de mão.

Ao redor da zona, várias fitas amarelas de listras pretas preenchiam o local, coladas na parede de uma casa e terminando na outra, que diziam " fique fora " ou " cena do crime ". Vários policiais e algumas viaturas também eram presentes, alguns tiravam fotos, outros conversavam com policiais, alguns examinavam. Como será que eles conseguiram achar a sacola com o corpo do Romain? Estava bem escondido., indagou.

Ele quase não reconheceu Vincent pois ele estava de costas, mas foi em direção até ele onde estava conversando com Chloé, a mesma policial que apareceu no dia da escola junto com o detetive para praticar interrogações.

━ Detetive Vincent?

━ Pierre, que bom que você veio. ━ falou, enquanto segurava um café no copo de isopor branco, com uma linha que preenchia a parte do meio, na cor marrom, mostrando um símbolo de café e a marca, nela escrita " Vincenzo " ao invés do seu nome correto. ━ Encontramos o corpo do Romain. Sabe, vocês não foram muito bons em escondê-lo; simplesmente empurraram um pouco o container de lixo para a frente e despejaram a sacola fechado com o corpo atrás, empurrando novamente o container para o seu devido lugar.

━ Não queríamos que algum cachorro ou qualquer outro predador comessem a... cena do crime? ━ recitou a pergunta lentamente, como se estivesse com dúvida. O policial riu.

━ Como você achou ele?

━ Você quer mesmo saber? ━ retrucou. Vincent o encarou, ainda não acreditando na coisa sobrenatural.

━ Estão tirando fotos do lugar e prestes à levar o corpo para uma análise laboratorial. - explicou, bebericando o seu café. ━ Conhece esse lugar?

━ Meus tios já me contaram sobre este lugar, uma vez. Pelo o que eu me lembro, já estive aqui, mas faz muito tempo.

━ Acha que eles estão disponíveis hoje para uma visita?

━ Acho que sim.

━ Você está ciente de que, apesar de ter passado dois dias no hospital por ter corrido demais, correu até aqui novamente? ━ Vincent arqueou uma sobrancelha.

━ Como o senhor sabe disso?

━ Eu sou um policial. Estou ciente de praticamente tudo o que acontece aqui. ━ piscou. ━ Brincadeira. Foram os vizinhos. ━ Pierre estranhou. ━ Pode me descrever o que você fez quando chegou aqui?

Será que eu devo falar que Romain se apoderou do meu corpo? Estive consciente mentalmente, mas não fisicamente., deduziu. Ele poderia ter dito da cobra, mas não achou que isso seria relevante para o caso. Analisando todos os outros policiais que se encontraram no mesmo local, sentiu uma dor de cabeça ao olhar fixamente para o chão, onde uma enorme poça de sangue deixava um rastro vindo de dentro do armazém.

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