five.

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Arthur B.

ontem foi aniversário do gs. A gente não comemora mais com tanta animação, não como antes. Parece que tudo se liga a ela, ela era a energia. Tudo que envolvia ela ficava animado, espontâneo e inesquecível.

teve uma vez, no meu aniversário, os quais eu  não ligava muito, ela apareceu na minha casa 00:00, com bolo, balão, etc. De presente ela me deu uma blusa, com um V grande atrás, ela disse que era pra eu lembrar dela quando visse o V. Eu ainda tenho essa blusa, sempre que vejo aquele V lembro da inesquecível Carolina Voltan.

a Carol era uma pessoa que demonstrava de todos os jeitos possíveis, tempo de qualidade, palavras de afirmação, toque físico.

ela me deu um álbum de fotos nossas, sei onde está, mas sempre perco a coragem de olhar, porque sei que irei olhar aqueles olhos que eu tanto era e ainda sou apaixonado, os que vi escorrerem lágrimas no dia que tive que a deixar.

por mais que a máfia esteja em uma situação ótima aqui, não queria ter deixado minha terra, ter deixado minha família, meus amigos, minha loira.

sinto muita falta dos meus pais, da loucura da minha mãe, das cantorias do meu pai, amava o jeito que nossa família era. Tenho certeza que os meninos também sentem falta, nenhum de nós queríamos estar aqui.

Marcos tinha sua vida de farra por lá, Gabriel vivia sua vida meio louca por lá, Gilson tinha seus romances por lá, e eu tinha tudo lá.

sou tirado dos meus pensamentos quando vejo a porta abrir, logo avisto Marcos.

carregamento chegou, vamos?- Marcos informa. Só levanto da cadeira a qual estava sentado a horas e o sigo.

de repente vejo que já é hora do almoço, chamo os garotos para ir almoçar. Confesso que me assusto e me irrito quando chego ao meu quarto e vejo uma das nossas funcionárias mexendo em uma caixa com coisas pessoais.

porque caralhos você está mexendo nas minhas coisas?- vejo a moça que mexia nas coisas me olhar com um semblante de medo- já disse a todos que não gosto que mexam nas minhas coisas, principalmente essa caixa.

me desculpa, seu Arthur. Eu perdi a cabeça, minha curiosidade foi maior que minha consciência, perdão!- a garota fala nervosa.- por favor, não me demite, eu preciso muito desse emprego.

você nunca mais vai entrar aqui, NUNCA MAIS!- ordeno para a garota que assenti. A mesma olha para as coisas espalhadas no chão, ela deve estar querendo perguntar quem é a garota, mas não arriscaria seu emprego por isso.- eu arrumo isso. Agora, sai daqui, por favor!

a garota sai do quarto de cabeça baixa, agora quem olha para as coisas espalhadas pelo chão sou eu. Junto as coisas tudo de uma vez, mas antes de fechar a caixa, observo nossa foto, o olhar brilhante de Carolina, seu sorriso cativante, o jeito que me abraçava. Sem eu mesmo perceber, vejo um pingo cair sobre a foto, imediatamente fecho a caixa e enxugo meus olhos, saio do quarto, eu precisava me distrair.

quebra de vista.-volsher.Onde histórias criam vida. Descubra agora