eighteen.

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Arthur B.

a visão da varanda mostra o céu nublado, o vento fazendo com que as folhas das árvores balancem com frequência. O ar gelado invade o quarto.

acordei por volta de 5:30, ou melhor, mal consegui dormir. Não entendo o porquê do tamanho nervosismo que senti em relação do Gabriel e a Carol se "conectarem" novamente.

somente de escutar o nome dela meu mundo para, eu paraliso. Minha mente se recorda do sorriso dela, aquele maldito sorriso que sempre me fazia parecer um completo bobo, do olhar dela, o qual sempre me prendeu, fazia com que eu realizasse tudo que ela pedisse com aqueles olhinhos hipnotizantes.

se isso acontece só de ouvir a pronúncia do nome dela, imagina se eu ver ela na minha frente, acho que desmaio.

já é 9:20, essa hora eu estaria assinando trezentas coisas, mas hoje decidi ir só depois do almoço, não só eu, mas os garotos também. Os quais devem estar dormindo, principalmente o Gabriel, roncando igual um animal, não sei como alguém consegue dormir com aquele garoto.

uma coisa já vem me tentando a algumas horas, eu tenho a senha da conta do Gabriel, poderia tentar ver algo da Carol. Mas era certo? Era o momento?

a curiosidade fala mais alto. Pego meu celular na cama e logo entro no Instagram, já acessando na conta de Gabriel.

tento me recordar de como era o nome, mas minha memória é horrível pra lembrar de certas coisas.

vou nas notificações e vejo que Gabriel tinha realmente aceitado ela. Com a mão trêmula e a respiração descontrolada clico no perfil.
Solicitado. Porra, ela ainda não aceitou.

queria ter visto pelo menos uma foto, só uma.

meus pensamentos caem em uma dúvida tremenda; se eu tentasse solicitar ela pelo meu Instagram, ela me aceitaria?ou simplesmente ignoraria?

ouço três batidas na porta e somente grito pra entrar, desligando o celular.

bom dia, irmão! Já tá de pé essa hora?-gs diz com a voz rouca e cara de sono.

já, faz tempo, não consegui dormir direito.-digo ao garoto, que agora me encara como se quisesse descobrir algo.

aconteceu algo?-ele pergunta.

não.-minto, mas todos os garotos sabem quando eu minto, então, Gilson não parece acreditar nada no que eu digo.-na real, aconteceu e me deixou meio pilhado.

quer falar sobre?-ele pergunta, Gilson gosta de fofoca, mas é um conselheiro bom pra porra. Fico em silêncio por um tempo, até que o garoto percebe e diz algo enquanto vai fechando a porta.-tá, entendi. Se precisar de algo, me chama.

mudo de ideia em segundos e acabo nem percebendo que grito pra gs.

gs.-chamo o garoto que logo me olha de novo.-o que tu faria se tivesse se afastado do amor da tua vida por anos e tudo que tu mais quis em todos esses anos foi saber dela, achar algo dela, mas quando você finalmente encontra, você simplesmente fica perdido, sem saber o que fazer.-termino de falar e o garoto adentra no quarto fechando a porta atrás de si.

nossa, acho que desabafei.

isso é receio?-ele diz e olho para ele.-medo de não ser igual a antes?

acho que um pouco de tudo.-digo pro garoto agora sentado na minha cama.-eu não sei como reagir. Eu não mais de nada sobre o que ela quer, se ela ainda me deseja tanto o quanto eu desejo ela.

é algo complicado, mas eu acho que tu deveria tentar. Se arrisca, tenta falar com ela.-ele diz.-vai se reaproximando aos poucos. Tu nunca vai saber se não tentar.

eu tenho que tentar.

quebra de vista.-volsher.Onde histórias criam vida. Descubra agora