Vocês tão paquerando?

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Dançamos por vários minutos, sinto meus pés calejando olho ao redor e não vejo nenhuma mulher ou mãe maluca, respiro fundo aliviado, não preciso me livrar delas.

Por enquanto.

Meu olhar vagueia pelo salão até chegar na mulher à minha frente.

Era incrível como ela sorria espontaneamente, e.. eu acho legal o efeito que seu cabelo tem contra a luz do sol, parecia que brilhava, era.. bonito. Desvio meu olhar dela quando percebo ela me olhando de volta. Que droga!

- Aqui está cheio de pessoas importantes, não é, Duque? - Ela me encara com um sorriso fino nos lábios.

- Ah... É.. é. - Limpo minha garganta. - E chatas também. - Murmuro e ela solta uma risada tímida, fazendo meu estômago saltar.

Que merda é essa?

- Era pra você ser mais gentil, duque. - Seu sorriso aumenta, fazendo suas bochechas ficarem rosadas. - Há muitas pessoas cultas por aqui, por exemplo.. o autor do meu livro preferido!

- Ah é? - arqueio a sobrancelha. - E.. qual o seu livro preferido?

- enemies. - arregala os olhos levemente.

- Ah.. eu já li esse, mas.. - espremo os olhos. - Esse livro é bastante caro. - Levanto um pouco meu braço, fazendo ela rodar na ponta dos saltos.

- É eu sei.. eu li só o prólogo e dois capítulos.. foi tudo que eu encontrei desse livro quando estava limpando o porão da minha casa.

- Então.. você não leu tudo? Como pode ser seu preferido então?

- Bom.. - Ela passa os braços ao redor de meu pescoço, fazendo suas unhas roçarem na minha nuca levemente. - A proposta de pessoas que não se gostam acabarem se apaixonando é inovadora, não acha duque?

Me pego encarando seus olhos profundos e intrigantes, era da mesma coloração que o de Maxy, mas.. diferente dela seus olhos eram inocentes.

- Duque! - Ela estrala os dedos, me assustando. - Está tudo bem?

- Han? - Olho ao redor, varias pessoas estavam nos encarando. - Ah.. sim.. eu.. - Respiro fundo e cerro os dentes quando vejo Maxy nos olhando. - Mas que droga garota! Você realmente não sabe dançar, esmagou meus pés!

- Ah.. me desculpa senhor..

- Saia da minha frente. - Serro meus olhos para ela, vejo Luísa arregalar os olhos e dar passos para trás.

Aproveito que ela saiu do meu caminho e ando aonde Maxy estava, no canto do salão, se embebedando com seu whisky.

- Vejo que adorou dançar com a minha aprendiz! - ela agarra meu braço.

- Coitada.. ter você como professora?

- Cale essa boca. - Ela cruza os braços. - Mas.. me diz uma coisa. - Diz em um tom malicioso. - Vocês estavam paquerando?

Quase me engasgo com o vinho que estava bebendo.

- Pa-paquerando? - Sinto meu rosto arder. - Que palavriado mais mundano.

- Ah.. senhor certinho eu.. - Vejo o olhar de Maxy escurecer.. isso não é bom.

- Mana? O quê.. - Ela agarra meu braço e me puxa para o lado externo do local, dando a vista para um imenso jardim.

- Tem um assassino de elite aqui. - Ela sussurra com a voz trêmula.

- O quê? - Arregalo os olhos. - Como..

- Vi no exato momento que ele perfurou o visconde com uma agulha com veneno.

- Tá brincando.. - Murmuro. - Deixe que eu cuido dele não precisa.. - Fecho a cara quando Maxy some de minha visão. - Mana? Mana! - entro novamente no salão e a avisto conversando com um homem.
Meu olhar logo vai para o cós de sua calça, algo brilhava em sua cintura. Era ele.

Maxy tem minhoca na cabeça para conversar tão amigavelmente com esse homem?

- Mana! - Seguro em seus ombros. - Finalmente te encontrei. - Sorrio enquanto encarava o sujeito por cima de seu ombro. - Não quer.. me apresentar seu novo amigo? - O fuzilo com o olhar.

- É um prazer conhece-lo, vossa graça.

- Igualmente.. vamos conversar lá fora, tomar um ar puro, o quê acha? - Ponho a mão em seu ombro, estou perto demais dele.

Qualquer deslise.. estou morto.

- Será uma honra, duque. - Ele sorri e caminhamos juntos até o jardim.

- Maxy é uma bela mulher, não é? - ele comenta enquanto encarava minha irmã com perversidade.

- É.. é sim..

- Tão jovem.. é um desperdício.. mas não tem o quê fazer. - Vejo ele retirar a agulha de seu bolso rapidamente, ele puxa Maxy pelo braço e põe a agulha há centímetros de distância de sua garganta. - Hum? - ele me encara. - Não vai fazer nada?

- Não preciso. - Ponho minhas mãos no bolso antes de Maxy dar uma cotovelada em seu fígado e o jogar no chão, pisando em seu abdômen logo em seguida. - Tá, saí daí, vou dar um jeito nele. - Me aproximo dele que murmurava de dor. - Quebrou o braço dele Maxy?

- Ah.. me desculpa.. mas era o braço com a agulha com veneno. - Sussurra.

- Deveria ter quebrado os dois.. - Digo entre dentes, que ousado, tentou matar a minha irmã.

- QUE HORROR IRMÃO! - Exclama alto.. até demais.

- Vamos logo, antes que suspeitem de nós. - Pego ela pelo braço e a guio para dentro do salão.

Ficamos no canto do salão até a festa acabar, e o visconde? Bom, nunca saberemos, ele desapareceu do nada e não deixou nenhum vestígio.

Luisa ainda dançava com aqueles saltos altos e apertados, não sei como ela aguenta.











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