Tão graciosa como uma rosa

113 10 36
                                    

Sua coloração avermelhada e suas pétalas delicadas eram características marcantes de uma das flores mais populares, embora a rosa tenha seu lado delicado, seus espinhos as fazem distintas das outras flores, já que perfuravam os dedos de muito das pessoas que tentavam pegá-la, e Vitor comparava elas com Maxy, a ruiva de rosto delicado que tinha uma personalidade indomável.

Os sons de chutes e leves grunhidos estava atrapalhando a leitura matinal de Vitor, o moreno se levanta da cadeira de seu escritório e caminha a área de fora do jardim, encostando a lateral de seu corpo no batente da porta e cruzando os braços com uma expressão neutra enquanto encarava Maxy dando chutes e socos em um saco de areia, pendurado abaixo de uma alta estaca de madeira.

— Acredito que isso não seja uma conduta aceitável de uma lady. — As palavras de Vitor fazem Maxy errar o chute, os olhos intensos da ruiva fuzilam o homem com uma expressão nada amigável, mas por algum motivo ela não retrucou, apenas continuou a treinar, deixando Vitor com uma expressão surpresa, e desapontado.

— Ei esquentadinha! Eu tô falando com você! — Ela permanece focada, com o suor escorrendo de seu pescoço até seu abdômen, os olhos do moreno seguem a gota se suor e sente borboletas no estômago ao olhar o corpo da ruiva, ele sacode a cabeça e a encara com uma expressão irritada. — Maxy! Vai ficar que nem uma criança e me ignorando? — ele a provocava, praticamente desesperado pela a atenção dela.

— Dá de você calar essa maldita boca? — Ela dá um ultimo soco no saco de areia e suspira. — O quê faz aqui?

— Ora.. eu estava lendo e seus barulhos estavam me incomodando, então vim ver o quê era. — ele cruza os braços.

Ela suspira e arruma o cabelo, dando mais uma apertada no rabo de cavalo com alguns fios emaranhados.

— Você não é mais uma garota para se machucar como tal. — Ele vai até ela e segura seus punhos, examinando o machucado com atenção.

Maxy sente um arrepio quando sua mão se encosta nas mãos grandes e quentes do moreno, calejadas no dedo do meio e no indicador, e algumas cicatrizes nas costas dela.

— Só são arranhões, me solte. – ela tenta recuar a mão.

— Nada disso.. pode infeccionar sabia? Ou você é tão negligente ao ponto de não se importar com isso? — Ele suspira e pega um pacote de gaze, ainda envolvendo a mão pálida da ruiva firmemente, mas não para machuca-la, apenas para impedir que ela recue a mão novamente.

Maxy respira fundo, tentando controlar a vontade de acertar um soco em cheio a face bonita e irritante de Vitor.

— Faça isso logo, eu não tenho o dia to.. — Ela é surpreendida quando Vitor se senta em um banco e a faz se sentar em uma de suas pernas. — Você ficou louco por acaso? Não pode simplesme-

— Shhh! — ele coloca o dedo indicador sob seus lábios e logo se encarrega de esterelizar seu pulso com álcool e algodão. — Vai arder um pouco, mas você é forte. — Ele murmura tentando disfarçar seus batimentos cardíacos que estavam mais rápidos que o normal.

Maxy vira a cara, engolindo aquilo a seco e abaixando a cabeça para esconder o leve rubor que se forma em suas bochechas, não imaginava que o colo do homem mais irritante que já conheceu seria tão... Confortável.

Ele termina a higienização e enfaixa seus pulsos com a gaze, enquanto fazia isso, Vitor nota seus dedos pálidos e delicados, e como suas mãos eram pequenas em relação as dele, um sorriso escapou no canto dos lábios do moreno, ele encara Maxy com os olhos brilhando.

— Cuidado com as mãos da próxima vez. — Sua voz era calma e sedosa, despertando a atenção da ruiva, ele leva as dela até os lábios e  deposita um beijo quente nos nós de seus dedos.

O rubor que antes estava em suas bochechas se espalha por boa parte no rosto da ruiva, seu corpo estremece com o contato repentino.

— Sabe.. — Ele alisa delicadamente as mãos dela com o polegar. — Sei que posso parecer chato.. mas.. — Seus olhos se encontram com os olhos esverdeados da mulher em seu colo. — Eu só quero o seu bem, Maxy... — Sua voz saí aveludada.

Suas palavras soaram tão doces que fez o coração de Maxy acelerar, ela não se opôs e continuo em seu colo, com as mãos próximas aos lábios dele e seus olhos fixos nos de Vitor.

A outra mão de Vitor deslisa até se pescoço, fazendo uma leve carícia nos cabelos grudados a nuca.

— Me diga Maxy, me diga que não é só eu que sinto uma atração insuportável por sua teimosia e chatisse.. por favor.. — Suas pupilas dilatam. — Diga que também sente isso... — Ele aproxima suas faces, podendo sentir seu cheiro de baunilha, seus olhos se fecham instintivamente, enquanto inspira aquele delicioso aroma. — Eu estou ficando louco.., louco com seu cheiro, seus olhos tais quais duas esmeraldas.. esses cabelos vermelhos que não consigo deixar de lembrar toda vez que deito a cabeça no travesseiro.. — Ele diz quase desesperado.

Maxy permanece em um estado de transe, ainda perplexa com tudo que estava acontecendo. — Vitor.. — Ela balbucia.

Vitor continua se aproximando até estar com seus lábios tocando a concha da orelha da ruiva. — Me diga um motivo para que eu não te beije, aqui e agora.. — ele aperta seus quadris, tentando ao máximo manter seu auto controle, que aos poucos ia se esvaindo.

Maxy encara ele com os olhos confusos, a mãos apertando a barra da camisa tentando conter sua ansiedade, e a sensação de seu estômago rodar a cada vez que encara aquele par de olhos castanhos.

— Está brincando comigo. — Ela finalmente fala.

— Brincar? Claro que não! — Ele leva a mão dela até o peito, a fazendo sentir seu coração acelerado. — Ele bate assim toda vez que eu a vejo..

A mulher finalmente abaixa os ombros, rendida a ele de uma forma silenciosa, suas pupilas se dilatam e leva a língua para umedecer sus lábios vermelhos.

Aquilo foi a gota d'água para Vitor.

O moreno a puxa pelos quadros a fazendo se sentar ainda mais em seu colo, a deixando sentir o quanto ele a desejava.

Ele então aproxima os lábios do ouvido da mulher, levando a mão até seu pescoço, dando uma leve pressão com a ponta dos dedos.

— Quero te possuir de tantas formas minha ruivinha.. — Ele diz quase ronronando.

Maxy fecha os olhos respirando fundo, e quando os abre, está repleto de amor e ternura, em um gesto silencioso ela abre os os lábios pra ele, fecha os olhos e apoia a mão em seu uniforme.

Sem mais um segundo para sequer raciocinar, Vitor possui finalmente aqueles lábios carnudos e macios que tanto almejava senti-los, o gosto doce das frustas ao qual ela ingeril antes do treinamento agora estavam acrescentando mais desejo no beijo.

Ele aprofunda o beijo, levando uma das mãos até as costas delas e a outra ainda em seu pescoço, fazendo uma leve pressão fazendo a ruiva gemer baixinho entre seus lábios, aquilo inflou o ego do moreno, que já era gigantesco por si só.

Suas línguas dançam com sincronia, como se fossem já treinadas para fazerem isso, seus corpos se encaixam perfeitamente, aquecendo um ao outro daquele inverno rigoroso que cobria a cidade de neve.

Ele enfim rompe o beijo, encarando ela com um olhar vulnerável e as bochechas levemente rosadas, Maxy nunca imaginaria que veria Vitor daquela forma.

E também não conseguia imaginar ele ficar mais Bonito do que já era, mas agora contemplar o amigo irritante de seu amigo sem fôlego e marcado pelo batom de seus lábios agora ela sabia.

Continua...

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 20 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Reflexo da alma° | Luotto Onde histórias criam vida. Descubra agora