Tempestade

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A flores foram devidamente postas em um elegante vaso de cerâmica posto em cima da mesa de jantar, e Luísa pôde regalas com calma, já que fora da casa estava chovendo fortemente e uma grande quantidade de raios caindo, só então ela se lembrou.

Amélia, sua gatinha de estimação, estava dormindo no jardim antes da chuva começar.

Luísa põe o regador no chão e abre as portas da casa, dando um passo para trás quando o vento frio da madrugada e as gotículas de água atingem seu corpo.

— EI LUÍSA! — Max com uma mão a puxa para perto da lareira que deixava o local quente e com a outra fecha as portas. — O quê acha que está fazendo? — Ela franze as sombrancelhas irritada, ou melhor, preocupada.

— Amélia! Minha gatinha está do lado de fora.. ela é muito pequena.. — Diz em meio a soluços enquanto esfregava os olhos. — Se eu não ir ajuda-la ela pode morrer.. — Ela esconde o rosto repleto de lágrimas com as mãos.

Maxy solta um leve murmuro e encolhe os ombros, seu olhar percorre o piso de madeira da mansão, logo encarando os olhos esverdeados de Luísa.

— Vá para dentro, está ficando frio.

Luisa arregala os olhos inconformada, como ela pôde agir como se estivesse tudo bem?

— Senhorita!

— Vá para dentro, agora Luísa! — Seu olhar esmeralda era amedrontador, Luísa apenas subiu as escadas cabisbaixa e foi em direção ao seu quarto, onde passou várias horas esperando a chuva passar.

Até que adormeceu.

Ela acordou com os raios de sol clareando o ambiente, então se pôs de pé, fez sua higiene e desceu as escadas, aonde encontrou somente Maxy tomando seu café

— Bom dia lady Maxy. — Ela se sentou junto a ela.

A ruiva era perspicaz, sabia que ela ainda estava magoada por causa de suas ordens na noite passada.

— Bom dia lu! — diz em um tom meigo. — Adivinha quem veio! — Ela se abaixou e pegou a gata branca de Luísa, completamente seca e saudável

— AMÉLIA! — Luísa abraça o felino com um sorriso radiante no rosto. — Obrigada lady Maxy, muito obrigada mesmo!

— Está tudo bem. — Ela sorri. — Agora deixe Amélia um pouco de lado e vamos tomar café.

E assim Luísa fez, pôs a gata no chão e lavou as mãos, se pondo na mesma logo em seguida.

— Aliás.. senhorita. — Ela bebe um pouco de café. — Aonde está o duque? Ele não tomou o café hoje?

— Meu irmão está indisposto. — Ela morde um biscoito de amêndoas. — Ele ficou com resfriado, está repousando.

— Ah.. espero que ele melhore. — Luísa sorri.

— Bom.. agora preciso ir trabalhar, até mais Luísa. — Maxy colocou suas luvas e se retirou da mansão.

A curiosidade tomou conta de Luísa, que deu um gole rápido no café e se retira da mesa rapidamente, subiu as escadas e parou em frente ao quarto de Otto.

Ela girou a massaneta com delicadeza para caso ele esteja dormindo, não acorda-lo.

Então entrou, e fechou a porta atrás de si.

Otto estava febril, deitado em cima da espaçosa cama e coberto com vários corbetores, o olhar da D'Ávila desvia para seu manto completamente encharcado, pendurado em um cabide.

Seus olhos se arregalaram, ela logo deduziu que não foi Maxy nem nenhum dos empregados que enfrentou a tempestade para ir atrás de sua gatinha... Foi..

O duque.

Mas.. por quê ?

Ela engole a seco e se aproxima da cama, se ajoelhando e apoiando os braços na borda da cama, e então encara Otto.

Seus cabelos estavam soltos e caído sob sua testa suada, suas bochechas e pescoço estavam vermelhos por causa da febre.

Ela afasta os cabelos caídos em sua testa e põe sua mão em cima dela, arregalando os olhos logo em seguida com quão quente ele estava.

— Lu.. Luísa? — Sussura abaixo e rouco.

— Duque.. — Diz em um tom gentil enquanto passava um pano morno em sua testa, tirando o excesso de suor.

— Vo-você não.. — se interrompe quanto tosse. — Não deveria estar aqui..

— O senhor salvou Amélia, sou muito grata por isso! — Ela sorri para ele, e pega sua mão, a apertando com cuidado, um gesto de dizer " obrigada".

Otto, que já estava com o rosto avermelhado agora ganhou um rubor ainda mais forte.
Ele vira a cabeça para o outro lado, envergonhado.

— Irá passar. — Ela se levanta.  — Vou preparar um chá para o senhor.

— Espere. — Luisa sequer saiu do lugar, ela olha para ele e percebe que Otto segurava na barra de seu vestido. — Er.. eu.. — Ele suspira pesadamente. — Fique um pouco aqui, se eu.. piorar você chama o médico.

— Ah claro! Tem razão. — Ela trouxe uma poltrona para perto da cama e se senta nela. — O duque ficará bem! E mais uma vez, muito obrigada!

Ele vira a cabeça para sua direção e a encara mais uma vez limpando seu o suor que escorria em sua testa.

Os dedos dela deslizam até seus fios negros, aonde lá, ela fez uma carícia suave.

As pálpebras do duque ficam cada vez mais pesadas, então as fecha, enquanto aproveita as caricias e os cobertores que aqueciam seu corpo.

" Se alguém além de Maxy me tocasse dessa maneira certamente perderia a mão.. por quê estou abrindo uma excessão? "

Questiona a si próprio.

" Mas.. é tão bom"

Aos poucos ele se perde em seus pensamentos e adormece.

Reflexo da alma° | Luotto Onde histórias criam vida. Descubra agora