4. Eu preciso de você mais do que gostaria.

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Jungkook.

2009.

Enquanto me preparava para minha iniciação na máfia, meu coração ainda estava envolto em luto. A perda da minha mãe e da minha irmã ainda ecoava em cada respiração, como uma ferida que se recusava a cicatrizar. Em breve faria um ano desde que fui confrontado com o horror da sua partida, e cada dia parecia uma batalha para encontrar algum tipo de paz.

Nesse meio tempo, com auxílio do meu pai, eu me preparava cada dia mais para ser inserido no mundo sombrio da máfia, guiado por algo que queimava dentro de mim com uma intensidade feroz: a sede de vingança.

Kang Joon Ho, homem responsável pela destruição da minha família, andava por aí e erguia o seu império achando que poderia destruir minha família e sair impune, o que era um terrível engano. Ele não tinha roubado apenas a vida minha mãe e da minha irmã, mas também a minha inocência e paz de espírito. Enquanto eu vivesse e tivesse forças, me prepararia e faria de tudo para acabar com tudo que ele tivesse. Eu destruiria a sua vida, assim como ele destruiu a minha. Nem que eu tivesse que atravessar os portões do inferno para encontrá-lo.

Parei em frente ao quarto da minha irmã, ainda intocado mesmo depois de meses. Eu sentia falta da sua risada enquanto ela brincava com suas bonecas e da sua cara de brava sempre que eu pedia para ela falar mais baixo enquanto eu tentava estudar alguma merda da escola.

Observei a foto em cima da cômoda. Aquela havia sido a última que tínhamos tirado juntos. Ji Yeon tinha um sorriso contagiante e olhos brilhantes enquanto eu puxava suas tranças para trás, provocando-a como irmãos mais velhos sempre fazem.

A culpa era um peso insuportável em meus ombros, uma sombra que me seguia aonde quer que eu fosse. Eu era seu irmão mais velho. Eu deveria ter estado lá para protegê-la, mas falhei. Eu deveria ter sido morto naquela noite, não ela.

Na foto, ao lado de Ji Yeon, havia outra pequena pessoa. Seus olhos arregalados e cheios de vida de sempre, revelando a sua curiosidade recorrente.

Observando aquela imagem, eu me perguntava se ela ao menos sabia da perda precoce de sua melhor amiga pelas mãos de seu próprio pai. Será que sua inocência infantil a protegeria da cruel realidade que a cercava? Eu me via em uma encruzilhada, desejando protegê-la tanto quanto desejava vingar a morte de minha própria irmã.

Eu prometi a mim mesmo que daria um jeito de protegê-la. Eu falhei com a minha própria irmã, mas não falharia com Yuna. Eu a via como uma irmãzinha também, e faria qualquer coisa para mantê-la segura, mesmo que isso significasse me perder ainda mais na escuridão que me consumia.

Agora.

A presença de Yuna ainda pairava em minha mente mesmo depois de deixar o quarto onde ela estava. Ter entrado em território inimigo e tê-la trazido comigo já deveria ter sido o bastante para uma noite só, mas seu perfume doce e seus olhos castanhos expressivos continuavam a me assombrar, como se fossem uma lembrança constante de um passado que eu preferiria esquecer. Mas os olhos dela ainda eram os mesmos de quinze anos atrás. A porra dos mesmos olhos que eu via nos poucos sonhos que eu tinha.

Não seria capaz de permanecer na mesma casa que ela sem pensar em todas as coisas que eu poderia fazer para transformá-la em minha aliada e atingir o seu velho pai. A ideia de usá-la como uma peça em meu jogo de vingança era tentadora, mas também perigosa. Eu nunca a machucaria. Então precisava ser cauteloso e precisava manter o controle sobre meus impulsos mais sombrios.

Bond By Revenge {JUNGKOOK}Onde histórias criam vida. Descubra agora