7. Eu não quero alimentar o fogo monstruoso em meu peito.

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#LaçosdeVingança 🥀

Jungkook.

A batalha no armazém alcançou seu ápice, marcada por disparos e gritos que ecoavam entre as paredes desgastadas. A fumaça se misturava com o cheiro de pólvora, enquanto os homens de Joon Ho lutavam desesperadamente contra meus capangas.

Kang Joon Ho, astuto e covarde como sempre, percebeu que estava prestes a perder a luta que começou e, optando pela fuga, desapareceu nas sombras como um fantasma. Seus homens, leais a um chefe que os abandonara covardemente, pagaram o preço por sua devoção.

Mesmo ferido, eu, Jungkook, coordenava a retirada da minha equipe do caos do armazém. Abandonamos para trás o cenário ensanguentado, os corpos caídos e a sensação de que estávamos no epicentro de uma guerra particular. Já havia dado a ordem para que uma equipe viesse limpar o local, não precisa de mais uma manchete nos jornais. Havíamos tido poucas baixas do nosso lado naquela noite e havia me certificado de que cada um dos que perderam suas vidas tivessem seus corpos devolvidos à família e a recebessem um funeral decente, fora outras coisas mais que representavam a minha gratidão por terem morrido lutando ao meu lado.

Com o tempo, me acostumei com a dura realidade das perdas e as responsabilidades que vinham com o comando. A guerra e a violência deixaram cicatrizes profundas, mas também me ensinaram lições valiosas sobre liderança, sacrifício e a importância de valorizar aqueles que estavam dispostos a arriscar tudo por uma causa.

No caminho de volta enfaixei o meu braço, em breve garantiria que o ferimento fosse corretamente tratado, mas aquilo serviria por enquanto. Felizmente o tiro tinha sido apenas de raspão, mas eu tomaria quantos tiros fossem necessários para proteger Yuna. A ideia de que o próprio pai dela havia atirado à queima roupa em nós dois não me passou despercebida. Ele não se importou em atingi-la... Sua própria filha. Aquilo provou o meu ponto de que ele não se importava em passar por cima de qualquer um, mesmo que fosse sangue do seu sangue.

Ao chegar à mansão, uma urgência silenciosa me conduziu ao quarto de Yuna. Ao entrar me deparei com a sua figura serena deitada na cama, contrastando com a violência que acabáramos de enfrentar. Ela permanecia inconsciente de como os eventos que presenciou haviam acabado, uma inconsciência que, de certa forma, a protegia da cruel realidade que orbitava sua vida.

Observei-a por um momento, enquanto as suas pálpebras fechadas pareciam proporcionar uma trégua temporária a toda tormenta que a cercava, mas as linhas de tensão em seu rosto não pareciam tão suavizadas quanto deveriam estar e o leve farfalhar de seus ombros de seus ombros me chamou atenção.

Me aproximei da cama em alguns passos cuidadosos, tentando não perturbá-la. Seu corpo tremia ligeiramente, como se ela lutasse contra algo em seus sonhos. Mesmo inconsciente, Yuna transmitia a angústia que sentia através de sua expressão.

Deixei escapar um suspiro pesado. Eu sabia o quão doloroso era ter o sono perturbado, lidando dolorosamente com as memórias assustadoras que me perseguiam enquanto eu dormia quase todas as noites. Hesitei por um momento, mas eu odiaria ver Yuna passando pelo mesmo que eu, e então estendi a minha mão para tocar suavemente o seu braço.

— Yuna... — Murmurei, minha voz baixa e suave, tentando não assustá-la.

Seu corpo reagiu instintivamente, os músculos tensos sob a pele delicada, como se mesmo inconsciente ela estivesse pronta para lutar ou fugir. Seus olhos se abriram, inicialmente vidrados em uma sombra de confusão e medo, mas logo percebi esses sentimentos serem substituídos por reconhecimento e alívio. Ela se sentou rapidamente, seus olhos passeando rapidamente pelo meu peito desnudo e pelo meu braço enfaixado antes de me encarar.

Bond By Revenge {JUNGKOOK}Onde histórias criam vida. Descubra agora