Capítulo 07

108 8 19
                                    

#momento da verdade

Elisa Vitorino

Na segunda-feira, enquanto acompanhava Samuel ao o aeroporto, eu ainda não podia acreditar em tudo que aconteceu no final de semana...

Eu acabei bebendo muito na boate e na hora que Samuel tentou me levar para casa eu não queria ir. Briguei e fiz birra como uma adolescente!

Uma vergonha terrível!

- Eu vou para casa com o Gabriel - Falei e isso fez com que Samuel olhasse para o irmão.

- Vamos todos juntos para casa Elisa - Gabriel fala tentando amenizar as coisas.

Eu não deixo que Samuel me pegue pelo braço e vou acompanhando Beatriz.

- Dai-me paciência - Ouço Samuel falar irritado. E eu não aguento.

- Você é nervosinho e chato! - Falo alto.

Beatriz e eu gargalhamos!

- Então por qual motivo ainda tá comigo? - Ele fala sem paciência.

- Eu também não sei, Samuel... afinal você não sabe nem me chupar direito - Falo e me arrependo na mesma hora que falo.

Ele me olha em choque!

Eu olho para Gabriel totalmente sem graça e ele fingi que não escutou e segue andando com Beatriz que está tão bêbada que amanhã não lembrará da maioria das coisas que aconteceram hoje a noite.

Eu não tenho coragem de olhar para Samuel.

Ele bate a porta do carro furioso e Gabriel pega a chave do carro.

- Acho melhor você não dirigir ! - Gabriel fala e se senta no banco do motorista. Eu me sento atrás com Beatriz e afundo no banco do carro.

- Chegamos - Ouço a voz de Samuel quando chegamos ao aeroporto e essa foi a primeira vez que ele olhou em meus olhos ao falar comigo.

Nossas conversas estavam monossilábicas desde que voltamos da casa de praia.

- Faça uma boa viagem - Digo mal conseguindo fitar seus olhos. Estou envergonhada, culpada. Ele pega em meu queixo e faz com que eu o olhe.

Uma culpa enorme me invade, pois Samuel não é um homem ruim. Ele foi tão bom comigo nos momentos em que eu mais precisei, e eu fui uma puta com ele.

- Me desculpe por ontem - Falo chorosa. Ele passa as mãos pelos cabelo e murmura.

- Não sei o que aconteceu ontem, mas você não é assim Lis e eu sei o que realmente importa para você e eu prometo que vou melhorar na chupada - Ele fala e eu fico morrendo de vergonha.

- Samuel - Murmuro e lhe dou uma tapa no braço dele. Ele me abraça e sorri.

Eu retribuo seu abraço com um peso enorme no meu coração e sei de uma coisa, eu preciso resolver de forma definitiva a situação com Gabriel.

Não posso colocar tudo a perder com Samuel, pois estávamos muito bem até  Gabriel aparecer.

Volto para casa e começo a procurar o anel que Gabriel me deu anos atrás e quando encontro me sinto aliviada, pois ao entregar isso a ele, sei que ele se lembrará quem sou eu e colocaremos fim de uma vez por todas nessa situação.

Ouço a campainha, mas não estou esperando por ninguém.

- Quem é? - Pergunto e meu coração bate forte como se já soubesse a resposta.

- Gabriel - Ele fala e eu sinto um medo absurdo de ficar a sós com ele. Lembro de ontem, de como derreti sobre seus dedos e seus lábios.

A lembrança me faz aquecer e minha deusa interior já está se abanando.

A safada que habita dentro do meu corpo nem se lembra de Samuel, mas forço o meu lado racional e pergunto sem abrir a porta.

- O que você quer ? - Falo.

- Você pode abrir, por favor? Temos que conversar - Diz e eu sei que é o melhor a fazermos, mas tenho medo de acabar me entregando a ele.

Respiro fundo e aperto o anel em minha mão e abro a porta. O impacto vem rápido, ele está usando uma camisa polo branca, que abraça o seu peitoral e com um óculos escuros que não me deixa ver seus olhos.

O seu cheiro me invade e me afasto rapidamente para que ele possa entrar. Ele entra, avalia o meu apartamento e murmura.

- Parece com você - Diz.

- E o que você sabe sobre isso ? - Falo irritada.

- Achei que já tínhamos passado dessa fase - Ele diz me fitando. Eu percebo como ele está me sondando.

- O que você quer tanto conversar? - Sou direta.

- Quero terminar o que não concluímos ontem. Eu fui dormir com o pau doendo de tão duro e minha língua ainda tem seu sabor - Sussurra e me faz exalar profundamente. Eu não estava esperando que ele fosse falar sobre ontem.

Na verdade eu queria enterrar o que aconteceu e esquecer disso para sempre. Se eu pudesse apagaria algumas memórias que tenho de Gabriel e a noite passada seria uma delas.

- Eu queria apagar a noite passada e apagar você de uma vez da minha vida - Falo e ele fica surpreso com minhas palavras.

- Ontem a noite enquanto gozava na minha boca você não pensou nisso - Fala de maneira baixa e lhe dou uma bofetada.

- já é a terceira tapa que recebo de você - Fala irritado e puxa-me pelo braço.

- Esse ódio todo é desejo reprimido! Seu noivo não lhe satisfaz! - Ele debocha e tenho raiva por ter cedido tão fácil a ele.

- Cala a boca Gabriel, você não sabe do que está falando. Samuel é muito mais homem do que você - Digo irritada e com isso vejo que o atingir.

- Para que você voltou ? - Falo irritada.

- A gente já se conhecia ? Ele pergunta e vejo como estreita os olhos em minha direção.

Cansada dessa tensão. Eu abro minha mão esquerda e lhe mostro o seu anel na palma da minha mão.

- Talvez isso te ajude a refrescar a memória - Digo e ele pega o anel em suas mãos.

- Você é a menina do vestido vermelho, da minha última noite no Rio. - Fala em choque e com isso ele se senta no sofá e coloca as mãos na cabeça como se isso fosse ajudar em algo.

Ele fica um tempo parado me olhando como se tivesse relembrando de tudo. Quando finalmente fala algo, é algo que me deixa estarrecida.

- Você foi minha naquela noite, e agora está noiva do meu irmão! - Ele diz como se não pudesse acreditar.

- É isso que você tem a me dizer ? - Falo em choque, pois foi ele que foi embora e ele que não lembrou da gente.

- Que porra mais você quer que eu diga? Eu tentei lhe procurar e cheguei a achar que tinha enlouquecido naquela noite, que tinha sonhado ou que tinha tido alucinações por causa da droga e agora descubro que a mulher que procurei durante dias vai casar com meu irmão - Fala transtornado.

- Você não pode está falando sério. Eu me entreguei a você, Gabriel. Você não tem noção do quanto eu sofri... e agora você fala que estava tão drogado que mal lembrou-se da gente?

- E por qual motivo você vai casar com ele? Se me amava tanto, por que não me procurou? - Ele tem a coragem de me culpar.

- Como não lhe procurei? Eu lhe mandei mensagem quando você viajou, mas você visualizou e nunca me respondeu. Para bom entendedor o silêncio basta - Falo com os nervos a flor da pele.

- Eu nunca vi nenhuma mensagem sua - Diz me fitando, mas não acredito.

- Samuel sabe disso? - Pergunta de maneira fria.

- Claro que não. Eu nunca tive coragem de contar - Falo.

- Se você não quiser que ele saiba, é bom você fazer tudo que eu mandar - Fala de maneira fria e eu o olho de boca aberta.

Minha deusa interior e eu estamos incrédulas!

A última noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora