Capítulo 18

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A queda.

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Kang Yuna

"Sem arrependimentos, eu enfrento, eu quebro,
Movendo-me de acordo com minhas próprias regras." -Drama, Aespa.

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Demos início ao plano.

Assim que saí do apartamento, peguei o táxi e ordenei que fosse até o endereço. Enquanto isso, as instruções do senhor Park eram repassadas passo a passo na minha mente.

"Primeiro, você vai pegar um táxi. Se tiver homens de vigia lá, eles podem marcar o carro. Além disso, de táxi, vai parecer que você continua se escondendo do avô."

O taxista para no lugar, eu o pago e saio do carro. Tento disfarçadamente procurar por algum carro suspeito, e não encontro, então, apenas sigo até o hotel e chego na recepção.

--- Oi... Me desculpe ter sumido. Vim aqui pagar as diárias que faltam e pegar minhas coisas. -Falo com a recepcionista, que me olha de baixo para cima.

--- Até que enfim apareceu. Uns homens estavam te procurando. Se meteu em roubada, é?! -Cuspiu ela.

Fiquei em silêncio até que ela me desse as chaves, e assim fez. Subo para o andar onde era meu quarto, e destranco a porta, entro e começo a juntar minhas coisas.

"Arrume suas coisas de verdade. Se chegar lá, e eles te encontrarem enrolando, pode ser que desconfiem."

Depois de um tempo, ou ouço sons de passos pesados, caminharem lentamente na direção da porta do meu quarto.
Eles estão aqui.

A porta é aberta bruscamente, e dois homens grandes aparecem. Eles me olham com desdém, e avançam para cima de mim. Tento lutar e fazer com que me soltem de algum jeito, mas como esperado, não consigo.

"Os deixe pensar que está surpresa por ter sido pega. Quando te segurarem, grite, lute, bata neles e o que for preciso. Mas dê trabalho."

Sou vencida quando eles injetam algo em meu braço, o que fez com que meu corpo amolecesse completamente, porém, permaneci acordada.
Sem forças nem para andar, fui jogada por cima de ombros largos e saímos do hotel. Ao passar pela recepção, encaro a moça que antes havia conversado, morta.

"Não se preocupe. Estaremos vigiando tudo."

Cada palavra de Jiun, ecoa dentro da minha cabeça, como se ele estivesse ali me dando as orientações, o que me confortou de alguma forma.

Depois de ser jogada no porta malas, tudo ficou escuro e o veículo começou a andar. Eu não pude ver o caminho, e sentia meu corpo doer por ter sido posta num local tão pequeno, sem contar, a estrada ruim em que foram se meter, eu era jogada de um lado a outro.
Meus braços e pernas não se mexiam por conta do sedativo, seja lá qual fosse, me deram um, que provavelmente, derrubaria um elefante.

Passou uns bons longos minutos, até que o carro foi parando aos poucos, até parar completamente. Acho que chegamos.
O porta malas é aberto e a luz forte invade minha visão de forma desconfortável, o que me fez fecha-los com força.
Os homens me pegaram e me levaram até uma fábrica abandonada, andaram por mais uns 20 metros e me colocaram no chão.

Minha visão estava turva, e a cabeça girava.

--- YUNA! -Ouço uma voz familiar e apavorada me chamar.

--- Senhora Shin... -Digo num sussurro, sem forças.

Ela estava sentada numa cadeira a uma distância considerável de mim. Seus braços e pernas estavam amarrados, e ela possuía alguns machucados pelo rosto.

--- Só assim para me obedecer, não é?

Agora ouço a voz de meu avô, acompanhado de seus passos se aproximarem de mim. O olho me encarar, e tento me levantar, mas não consigo ficar de pé.

--- Vovô... Por que...? Por que continua fazendo isso...? -Questiono fraca.

--- Yuna, não é pra mim que deveria estar perguntando isso. É para si mesma. Estava indo tudo tão bem. A gente se entendia... E eu não precisava fazer nada disso com você, e nem com a senhora Shin. -Falou ele firme. --- Você não tem capacidade para proteger a Lótus. Deixe que o vovô te ajuda. -Um sorrisinho maléfico e assustador, parou em seus lábios.

O velho possuía um olhar sombrio e travado em mim, como se fosse só um boneco possuído.
Ele estendeu as mãos para seu capanga nojento, e o mesmo lhe entregou uma prancheta. Ele colocou na minha frente, e então pude saber que aquilo se tratava daquele contrato idiota, onde eu renuncio tudo e passo para ele.
Reviro os olhos cansada dessa história, enquanto ele me força a segurar a caneta.

--- O senhor não tem nada melhor pra fazer? Seu filho mais velho é podre de rico. Tem bancos e os caralhos! Mata ele pra ficar com tudo e me deixa em paz! -Esbravejo tirando forças que nem sabia que tinha naquele momento.

--- Se você não assinar, a velha morre! -Cuspiu.

Um dos homens apontou uma arma na cabeça da senhora Shin, e aquilo estremeceu meu corpo de uma forma aterrorizante.
Ela manteve o olhar fixo em mim, como se me implorasse, enquanto lágrimas escorriam por suas bochechas.

--- NÃO! -Grito e me levanto.

Tento correr até o homem que a ameaçava com a arma, para arrancar seus olhos, porém, levo um tiro na panturrilha direita. Solto um grito com a dor e caio no chão novamente. Encaro o ferimento e vejo sangue se espalhar pela minha perna e escorrer no chão.

--- Na próxima, essa bala vai atravessar o crânio da sua amada, senhora Shin! -Avisou meu avô.

De repente, vejo uma silhueta se aproximar, parar atrás do velho e apontar uma arma em sua nuca. Seus olhos se arregalaram e ele engoliu seco.
Ao se virar lentamente com as duas mãos erguidas, encarou quem estava atrás dele, dando de cara com Park Jiun.

Suspiro aliviada.

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