Capítulo 21

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Um coração de gelo, que se partiu.

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Park Jiun

"Você é louca,
perfeita mentirosa..." - Love Is madness, Halsey & Thirty Seconds To Mars.

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--- Vinte bilhões? Senhor, isso é loucura! -Disse Je Ah, se levantando da cadeira, perplexo, depois de ouvir tudo sobre Yuna.

--- Eu sei que é. -Concordo, engolindo o whisky de uma vez.

Estávamos em um bar, o que nós dois sempre frequentamos juntos. Apesar da relação profissional, eu e ele, somos muito amigos. Je Ah, é o único para quem conto coisas pessoais minhas, além disso, ele sabe todo o meu trágico passado familiar.

--- Acha que o Kim Mo Sik estava blefando? Talvez, para tentar levar o senhor para o lado dele, te comprando? -Questionou.

--- Pode ser. Mas, ainda sim... Pensa comigo, um homem como Kim Mo Sik, faria tudo o que fez para proteger uma herança avaliada em 10 bilhões de wones? Porque se chutamos por cima, é esse o valor estimado que a família Kang tem. -Digo o forçando a pensar na teoria.

--- É... Ele parece querer garantir que a senhorita Kang permaneça ao seu lado, de um jeito obsessivo. E de fato, a ganância de Mo Sik, vai além de 10 bilhões de wones.

--- Je Ah, eu tô achando que essa história é verdade. E que a herança de Yuna, tem muito mais do que se estima.

--- E o que vamos fazer? Ela não sabe de nada disso. Inclusive, precisa de uma senha para acessar o tal cofre, onde nem sequer sabemos o endereço. -Listou nossos empecilhos para descobrir.

--- Vamos perguntar para alguém que entenda. -Digo, bebendo mais da bebida.

(...)

Adentro a sala de Lee Jae Min, um antigo conhecido meu que é dono de um dos maiores bancos da Coreia.

--- O que devo a honra da visita ilustre de meu amigo? -Disse, ao me ver.

Ando até ele e me sento na cadeira a sua frente.

--- Vim aqui para te perguntar uma coisa. -Falo, relaxando o corpo na cadeira estofada e confortável. --- Vamos supor, que eu seja herdeiro de um dos maiores conglomerados do país, mas, a minha herança é administrada por um tutor, que não me conta todos os detalhes, e é desonesto comigo. Eu não sei a real grandeza da minha fortuna, e ele sabe. O meu tutor, sabe o valor exato da minha herança, que é na verdade, muito mais que imaginei. E que esse dinheiro, está preso num banco cofre, que só o titular da conta pode ter acesso ao endereço e senha. Me explica isso. -Peço, depois de detalhar os fatos por cima.

--- Tá... Para esse dinheiro estar num banco cofre, provavelmente é uma quantia exorbitante de alta. Tanto que, esses bancos abrigam apenas 15 cofres, ou seja, 15 contas abertas.

--- Então, são bancos com vagas? -Pergunto confuso.

--- Sim. Por segurança. -Respondeu firme. --- E por mais que haja um tutor, o endereço desse cofre só será liberado, caso o dono do dinheiro queira.

--- E a senha?

--- A senha não é o banco que dá. É o titular que faz. Em casos de herdeiros, seus antecessores lhe deixam a senha para que eles possam ter acesso ao dinheiro. -Falou, me deixando intrigado.

--- Então, está dizendo, que o herdeiro sabe da senha? -Pergunto nervoso.

--- Sim. Ou, o antecessor pode ter deixado para ele de algum jeito. Anotado em algum lugar, ou com alguém altamente confiável. Além disso, o endereço pode estar junto com a senha.

Sinto minha garganta seca, e puxo todo o ar para meus pulmões.

--- Por que esse interesse do nada? Conhece alguém que está nessa situação? -Perguntou Jae Min.

Ignoro sua pergunta e me levanto para ir embora.
Ouço ele me chamar, mas continuo sem lhe dar atenção e saio da sala.

--- Senhor, descobriu algo? -Indagou Je Ah, assim que me vê.

--- Acho que temos um problema. -Respondo, quando saímos do banco. --- Me leve até o apartamento onde Yuna está.

(...)

--- Estou impressionado. Eu nunca fui tão enganado, em toda minha vida. -Digo, enquanto encaro o rosto angelical de Yuna.

Estávamos sentados no sofá, um de frente para o outro.
Ela sorriu de lado, e cruzou as pernas de forma elegante e confiante.

--- Eu não te enganei, senhor Park. Você queria me ajudar, eu apenas aceitei. -Retrucou ela.

--- Você me levou a querer te ajudar. Eu me pergunto como conseguiu arquitetar tudo isso tão perfeitamente.

--- Eu precisava de alguém forte o bastante para me proteger e ceder contatos... Você fez mais do que eu precisava.

Mesmo sabendo de tudo, era difícil para mim acreditar que ela havia me enganado daquele jeito, era como se estivesse encarando outra pessoa.

--- E por que você me usou? Se sabia do dinheiro no banco cofre, tendo o endereço e a senha, por que não foi até lá? Por que não retirou seu dinheiro de uma vez? -Questiono tentando entende-la.

--- Porque isso é muito mais importante pra mim, do que todo esse dinheiro. Recuperar a Lótus e empurrar meu avô do pedestal em que está, é o que devo fazer. Pela minha mãe, que sofreu nas mãos dessa família sádica e cruel. Tudo o que eu quero é honrar seu nome e cravar seu legado na testa destes monstros! -Cuspiu as palavras, cobertas de ódio e rancor.

Eu vi em seus olhos, a fome por vingança e destruição. Após respirar fundo e se controlar, ela continuou:

--- Mantê-lo ao meu lado, fez meu avô estremecer, agora ele acha que não pode me tocar. Além disso, deve está morrendo de medo. Sem contar, a casa, comida, roupas e segurança 24 horas que me forneceu, senhor Park. Mesmo tendo vinte bilhões de dólares, eu ainda não peguei nesse dinheiro, óbvio que não tinha como chegar tão longe, sem essa ajudinha. -Confessou ela, com um sorrisinho sarcástico.

Eu ainda me recusava a acreditar naquela história.

--- Então... Foi tudo mentira? -Pergunto com nós na garganta.

--- Eu nunca menti para você. Eu fui abusada e manipulada pelo meu avô desde que nasci. Cresci e decidi que viraria o jogo. Tem idéia de quanto tempo levou para que eu organizasse todo o meu plano? -Questionou irritada.

--- Então foi isso que fui para você? Parte de um plano? -Indago sentindo o ódio se misturar com a decepção dentro de mim.

Como eu, sendo quem sou, pôde cair nas lábias de uma mulher desse jeito?

--- Por que está tão decepcionado, senhor Park? Pessoas como o senhor fazem coisas piores por poder e dinheiro. -Cuspiu ela, me forçando a concordar. Golpes, desvio, lavagem de dinheiro e até contrabando, isso não era nada novo para mim. --- Espera... Não me diga... Que gosta de mim?

Me levanto irritado, assim que sinto o sal tocar na ferida. A olho com raiva e engulo seco, sentindo meu peito se apertar ao olhar para seus olhos novamente. Aqueles belos olhos.

--- Você tem até amanhã para sair do meu apartamento. E por favor, não apareça mais na minha frente! -Cuspo as palavras e saio daquele lugar.

Kingdom ComeOnde histórias criam vida. Descubra agora