Kingdom Come

Capítulo 23

Como te superar?

~~~•••~~~

Park Jiun

"Confesso, estou obcecado com a superfície." - Nervous, The Neighbourhood.

~~~•••~~~

No meu escritório, resolvia planilhas e averiguava trabalhos extras da empresa.

--- Foi descoberto que, na verdade, o grupo Lótus havia uma herdeira. Kang Yuna, estava na Finlândia desde que nasceu. -Minha atenção é automaticamente sugada para a televisão. --- Ela ficou afastada enquanto o avô cuidava da herança, para quando a neta estivesse pronta para assumir o controle de tudo.

Enquanto falavam, imagens de Yuna sorrindo e posando lindamente para paparazzis, apareciam na minha tela.

--- Ela está ainda mais brilhante... -Falo, com os olhos presos nas imagens.

Caio na real, e desligo a TV. O que me deixou frustrado, já que agora, eu não conseguiria voltar a me concentrar.

--- Entre! -Digo ao ouvir batidas na porta.

Era Je Ah, que entrou e fechou a porta.

--- Senhor, vim para lembrá-lo do baile de máscaras que o prefeito organizou.

--- Ahh! Eu já havia me esquecido. Obrigado, Je Ah! Vamos! -Digo, ao encarar as horas e ver que já estava atrasado.

Saímos juntos da empresa, e adentramos o carro. Je Ah, deu partida e dirigiu para minha casa.

(...)

Chego ao baile, e me dirijo até a mesa onde o prefeito estava, sentado com algumas pessoas e sua filha.

--- Jiun, meu convidado de honra! Como vai? -Perguntou ele, assim que me vê.

--- Vou bem, senhor prefeito. -Respondo, apertando sua mão.

Ga Young, me encara e sorri de lado.

--- Parece que você e aquela mulher dos artigos não estão mais se encontrando... Descartou ela rápido, ein! -Falou se aproximando de mim, e cruzando seu braço no meu.

--- Não começa, Ga Young!

Me esquivo dela, e caminho para uma outra mesa, na esperança de poder me distrair. Paro ao lado de algumas comidas, e pego salgadinhos.

--- Vejo que não te ofereceram nenhuma bebida. Que anfitriões mal educados! -Ouço uma voz familiar dizer nas minhas costas.

Me viro, encontrando o par de olhos que me assombra todas as noites. Os lábios avermelhados, no qual eu tive o prazer de sentir o gosto e a textura dias atrás, e o cheiro do perfume, que impregnou em minhas narinas, como forma de me punir sempre que lembro dela.

Ela estava ali, na minha frente.

--- Como vai? -Perguntou, me entregando uma taça de espumante.

Encaro a taça com o líquido e o pego sem agradecer. Bebo um gole, e aprecio a bebida doce e quente.

--- Vou bem. E você? Vejo que atingiu bem seus objetivos. -Digo sarcástico.

Ela sorriu sem mostrar os dentes e fitou o espumante em suas mãos.

--- Sim. Eu consegui. Mas não cheguei aqui sozinha. -Falou, me olhando sério nos olhos. --- Sei ser grata a quem me ajuda, senhor Park.

Dou leves gargalhadas ao ouvir tamanha baboseira.

--- Sabe ser grata? Fico imaginando se não fosse... Seria pior do que já é? Senhorita Kang. -Provoco, vendo resquícios de ira em seus olhos.

--- Amor! Por que saiu de perto de nós? -Perguntou Ga Young, se pendurando em meu ombro.

Vejo ela encarar Yuna e ambas trocam raios com os olhares. Eu acharia a situação engraçada, se não estivesse de mal humor.

--- Ga Young, me espere na mesa com seu pai, eu já vou. Ok? -Peço para ela que sorri, e beija meus lábios repentinamente.

--- Vou esperar. Não demore!

Ela saí, me deixando sozinho com Yuna novamente.

--- Está namorando a filha do prefeito? -Perguntou ela, com um semblante nada angelical ou fofo, pelo contrário, seus olhos transbordavam raiva.

--- Vou me casar com ela. -Falo, bebendo mais um gole do espumante.

--- Se casar? Por que vai se casar com ela?

A olho estranhando seu comportamento. Ela parecia indignada.

--- E não posso me casar com ela?

--- Não! -Respondeu direta, me deixando surpreso.

--- Por que não?

--- Porque você é meu!

Confesso ter sentido meu peito faiscar com a sua fala, e minhas pernas fraquejaram com sua afirmação.
Antes que eu pudesse me render, sorrio ironicamente.

--- Me desculpe, senhorita Kang. Mas eu não sou de ninguém. E meu casamento com a filha do prefeito, me trará ainda mais status e poder. -Afirmo, tentando provoca-la. --- Por que não me casar com ela?

--- Acha que a filha de um prefeito tem tanto poder assim? Eu posso fazê-los comerem nas minhas mãos! -Cuspiu irritada. --- Você disse que se casaria comigo, porque se rebaixou a esse nível?

--- Foi você quem me empurrou para ela. A única pessoa que causou isso entre nós, foi você, Yuna! Então pare de agir como se o errado aqui, fosse eu!

Saio dali, a deixando para trás e me junto a mesa com o prefeito, Ga Young e outras pessoas da elite.
Meu coração batia acelerado dentro de mim, e me implorava para voltar lá, agarra-la e leva-la para longe.

Durante o baile, eu a via conversando com uma ou outra pessoa, mas sentia nela a vontade de sair dali o mais rápido que pudesse. Era como se ela estivesse sufocada, e apenas fingindo conforto e felicidade para aquelas pessoas.

--- Muitos sorrisos falsos. -Sussurro, ao vê-la conversar com um chaebol.

Durante o diálogo, vejo ele puxa-la sutilmente, e sussurrar algo em seu ouvido. A proximidade deles me incomodava, e o jeito com que ele tocava nela, me fazia imaginar cortando a suas mãos de diversas formas, das mais dolorosas possíveis.
Além disso, como Yuna ousava sorrir daquele jeito para aquele desgraçado?

O estopim para mim, foi o momento em que ele a puxou com mais força e apertou a bunda dela.
Porém, antes que eu fosse até lá quebrar os dedos dele, a vejo socar o rosto dele e sair às pressas da festa. O desgraçado, começa a segui-la.

Decido segui-los. Quando os alcanço, me deparo com aquele verme segurando Yuna a força, enquanto gritava com ela para que ficasse quieta. Foi instantâneo. Meu corpo todo enrijeceu com a fúria, e a única coisa que meu subconsciente me ordenava a fazer, era mata-lo.
Porém, antes que pudesse chegar até eles, vejo homens de preto se aproximarem e baterem nele.

--- A senhorita está bem? -perguntou um deles.

Pelo jeito, eram os seus seguranças.

Yuna balançou a cabeça confirmando, mesmo ainda atordoada, acompanhou seu segurança até o carro.
Enquanto isso, o cretino permaneceu caído no chão, gemendo com a dor do chute, levado no estômago.

--- Senhor Park... Me ajude! -Pediu, assim que me viu o encarando ali.

--- Peguem ele! -Ordeno aos meus soldados, que surgem no lugar.