Capítulo 8

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Venda-me a sua alma.

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Kang Yuna

"Me ajude, me ajude
Eu sinto como se estivesse sem ar
Me liberte, me liberte
Como se eu fosse derreter, tão doentio" -Oh My God, (G)-IDLE.

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Horas antes...

--- Aí que fome! -Resmungo enquanto caminho até a geladeira.

Olho o conteúdo de dentro e não encontro absolutamente nada para comer, apenas bebidas e água. Suspiro frustrada e bato a porta da geladeira.
Ando até minha bolsa e checo quanto ainda tinha de dinheiro.

--- Droga! O dinheiro tá acabando...

Depois de juntar uns trocados, visto uma jaqueta e saio do hotel, andando até a loja de conveniência, que já estava acostumada a frequentar.
No caminho, ouvia música nos fones e me concentrava na vista noturna das ruas. Mas fui pega de surpresa, quando sou agarrada por trás e obrigada a inalar clorofórmio. Tento exitar, mas a força do homem que me segurava, era três vezes maior que eu pudesse suportar.

E foi então, que tudo escureceu.

(...)

Sinto minha cabeça latejar e meu corpo preso a alguma coisa. Aos poucos, fui recuperando a consciência e abrindo os olhos. Foi quando notei que estava amarrada a uma cadeira, dentro de um quarto pequeno e sujo.

Começo a sentir o desespero tomar conta de mim, assim, que percebo que havia sido raptada.

Olho ao redor e procuro por algo que possa me ajudar a sair dali, sentir medo e esperar o que quer que fosse acontecer, não estava em meus planos, era necessário agir. Foi aí, que vi um estilete caído no cantinho do quarto, a uns 2 metros de distância, eu só precisava cair e me rastejar para pegá-lo.
E foi exatamente o que fiz, joguei as costas para trás com força, conseguindo cair no chão, em seguida, fitei o estilete lá, e me dei conta de que seria mais difícil na prática, do que planejado na minha cabeça. Eu estava com as mãos amarradas para trás, como pegaria a faca?

A única coisa que me restava, eram os pés. Então, tentei. Tentei, tentei e tentei de novo. Não consegui. Além do mais, rastejar naquele chão, estava sendo doloroso, já que o chão, não possuía acabamentos e muito menos pisos. Parecia que meu corpo estava sendo arrastado pelo asfalto.

Ouço sons de passos pesados andarem pelo corredor de fora, e parar de frente a porta do quarto em que eu estava. Engoli seco e controlei minha respiração o máximo que pude. Estava com medo.

A porta é destrancada e aberta bruscamente. Vejo pés de homens adentrarem e andarem até mim.

--- Por que você tá caída aí? -Perguntou me levantando. --- Chefe?

Outro homem entrou, e logo meus olhos pousaram nele.

--- Vovô?

Sim, era meu avô. Ele sorriu e se aproximou mais de mim. O ódio instaurado dentro do meu corpo, voltou a tona, como sempre quando eu o via, só que dessa vez, era diferente.
Eu estava amarrada, dentro de um quartinho estranho, sendo segurada pelos cabelos pelo capanga dele.

--- Oi, querida! Vamos conversar sério agora. -Falou, com as duas mãos no bolso da calça social. --- Coloquem ela no closet. -Ordenou para seus homens.

Eles me seguram a força e me arrastam até uma porta dentro do quarto, segundo meu avô, aquele ali era o closet. Porém, quando a porta é aberta, me espanto ao ver grades lá, aquilo parecia uma cela de prisão.
Os caras me jogaram lá dentro, trancaram a jaula e eu pulei para tentar impedir, mas foi aí, que eles puxaram meus braços e amarraram nas grades.
Meus braços ficaram suspensos ali, o que me preocupava, já que logo eu começaria a cansar.

Vovô puxou uma cadeira e se sentou a minha frente. Seus capangas colocaram uma pequena mesa a minha frente, com papéis em cima, acompanhados de uma caneta.
Logo li o que dizia nos papéis.

"Renúncia de Herança"

Engoli seco desviando meus olhos daqueles papéis. Eu estava ferrada.

--- Eu vou tentar ser bonzinho com você, Yuna. Mesmo depois de me desobedecer. Assine agora, e eu te deixo ir. Melhor, você nunca mais me verá, poderá ser livre e fazer tudo o que quiser. Mas precisa assinar.

Fico em silêncio por um tempo. A opção de ser livre das manipulações de meu avô, era tentadora, porém, tudo o que ele queria me tirar a força, me pertencia, era meu. Então, por que eu deveria entregar de bandeja?

--- Não. Eu não vou assinar. -Levanto o olhar e o encaro com sangue nos olhos. --- Por que eu deveria?

O olhar dele era sombrio, como o céu que escurece antes de uma tempestade. Ali eu vi, havia o provocado.

--- Comece. -Ordenou para o homem ao seu lado.

Meu avô se levantou e seu capanga se aproximou de mim. Ele puxou meu braço mais forte e pegou o estilete que estava caído no chão antes.
Minha respiração começou a acelerar, e meu coração pulava.
A lâmina começou a cortar meu pulso direito, enquanto meus gritos ecoavam pelo lugar. Ele fez três cortes lentos e dolorosos na horizontal do meu braço. Meu avô observava a cena com plenitude, como se fosse um rei.
Em meus olhos, lágrimas transbordaram e escorriam pelas minhas bochechas. Eu sentia raiva, nojo, dor, tristeza e pena de mim mesma.

--- Chega! -Falou meu avô.

Meus braços tremiam, e minhas costas doíam.
Vovô se aproximou de mim, e pegou nos meus cabelos através das grades, ele me forçou a olhar em seus olhos e então, me disse:

---Eu posso cortar você toda, até que assine esses papéis. -Cuspiu diabólico.

Mesmo tremendo de dor e exaustão, eu ri. Gargalhei e o fitei ainda mais confiante.

--- Vai em frente. Me corte. Só não me mate, caso contrário, não terá nada do que quer... -O desafio.

Irado, ele grudou no meu pescoço e começou a aperta-lo. Meus olhos permaneceram sustentados aos dele, enquanto sua vontade de matar transbordava pelos seus.

--- Abra. -Ordenou ele, me soltando.

Seu capanga desamarrou meus braços e eu caí para trás. Em seguida, ele abriu a porta e meu avô adentrou.
Me levantei e o olhei com medo. Foi aí, que ele começou a me bater. Ele desferiu socos, tapas e chutes em mim, enquanto eu gritava caída no chão.

--- Eu não gosto desse olhar confiante que você tem. -Cuspiu, me segurando pelos cabelos e me olhando com raiva.

Ouvimos um tiro do lado de fora do quarto, e prontamente os homens ficaram em alerta. Os tiros foram ficando cada vez mais altos, mostrando que seja lá quem fosse, estava se aproximando.

--- Senhor, precisa sair daqui. -Disse o capanga.

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