🥇Vencedora do Concurso Cósmico;
1° lugar na Categoria Romance Dramático
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O que nós realmente sabemos sobre os sete mares? O que nós realmente sabemos sobre as lendas e mitos que circundam nossa existência? Tesouros, s...
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A luz que entra por alguma fresta esquenta um ponto em minha testa fazendo minha consciência retornar lentamente. Não me lembro de nada depois de estar frente a frente com o Princesa do mar, provavelmente me apagaram para que não pudesse ver para que lado zarpamos e nem traçar uma teoria sobre a rota.
— Olha o cabelo dele… Parece fogo… — uma voz infantil desconhecida soa admirada.
— Pois é, ele nasceu assim, da para acreditar?
Com um pouco de esforço abro meus olhos. Jimmy está ao lado da minha rede me encarando entediado, enquanto uma nova figura me chama atenção. Um garoto de talvez dez anos, suas feições orientais o tornam uma criaturinha fofa, seus olhos somem quando abre um sorriso para mim. O que uma criança está fazendo em um navio pirata?
— Bom dia, Bela adormecida. — Meu amigo me ajuda a levantar e uma dor horrenda na parte de trás da cabeça me aflige juntamente com um galo enorme. Queria me fazer desmaiar ou estourar meu crânio?
O ambiente ao meu redor é tipicamente o porão naval, porém mais bonito do que todos que já vi. Enquanto o exterior é de um azul vívido, o interior do compartimento é de madeira escura com pequenos detalhes em dourado expirando beleza e poder da reputação do navio mais famoso dos mares.
— Quanto tempo fiquei apagado?
— A noite inteira. — o garotinho responde. — Oi, meu nome é Angelo! Qual o seu?
— Thomas.
— Seja bem vindo a tripulação! Melhor correr para não ficar sem café da manhã. — o garoto não esperou nem mesmo minha mente processar os fatos para me puxar em direção ao convés superior. — O imediato Shang tem ordens do capitão de ser rigoroso com nossos horários.
— Você conhece toda a rotina do navio? — questiono seguindo à passadas desajeitadas. Preciso me acostumar com o balançar das ondas.
— Sim, sou o grumete do Princesa do mar desde os oito anos.
Eu deveria ficar exasperado por ver uma criança rodando em meio a criminosos tão cedo, mas não é algo de se admirar quando se sabe a dura realidade de pessoas que nasceram com um pé na pobreza. O desespero pode fazer até uma criança se misturar com a pior espécie de seres humanos. Uma pequena luz se acende em meu cérebro. Não é a ideia mais perfeita, talvez um pouco sem escrúpulos, mas estar por perto desse garotinho pode me render boas informações para minha missão e com meu sucesso posso proporcionar um futuro melhor para ele.
Na área superior, um grande aglomerado de homens comem pão e algumas frutas apoiados em qualquer superfície, alguns até bebericar o que eu imagino ser rum. Cada rosto, origem e idades é uma variação interessante. Angelo nos coloca em uma fila para o desjejum e quando chega a minha vez. Ela está mais uma vez diante dos meus olhos e fazendo meu corpo travar.
