Certamente que nos corredores da escola não se falaria em outra coisa por muito tempo. A caminho da sala do diretor, Sírius não soltou a mão de Remus nem por um instante. O sentimento terrível de que ele poderia perdê-lo novamente ainda o atormentava. Chegando finalmente na frente da gárgula de pedra que guardava a sala do diretor ela girou abrindo a passagem de modo que todos puderam entrar.
— Sr. Lupin! — O prof. Dumbledore quebrou o silêncio de forma mais pacífica. — É verdade o que seus amigos estão dizendo?
— Infelizmente sim, professor! — Remus engoliu em seco permitido que as lembranças vissem com toda a força. — Depois de um momento difícil, Pedro me deu a poção fingindo que era suco, ele dizia que queria apenas me consolar...
— Você me ama Moony! — Pedro sorriu sadicamente.
— Sob o efeito da poção me senti rendido e ele podia me manipular da maneira que achasse melhor e por várias vezes ele... Tentou... Tentou..
— Moony?! — Sírius o encarou nos olhos sentindo a raiva arder novamente. — O que ele tentou?
Remus não foi capaz de colocar em palavras, mas dada sua expressão de profundo terror já era possível imaginar a que ele estava se referindo.
— Moony, eu nem encostei em você!
— Porque eu sempre me neguei! — Remus sentiu as pernas bambas. — Mas você sempre me agarrava, suas mãos me apertavam, aquela maldita poção me fazia ter um amor tão cego por você que eu apagava todas essas memórias... Você me prendeu em um sentimento que não era verdadeiro, tornou minha vida ainda pior, me obrigou a viver uma mentira!
— Seu desgraçado... Eu te mato!
Sírius partiu para cima de Pedro, antes mesmo de ser separado dele conseguiu lhe acertar um soco no nariz. Remus sempre fora uma pessoa machucada, tanto por dentro quanto por fora, mesmo que no exterior só lhe restasse cicatrizes, as feridas exteriores ainda estavam abertas e agora, sal havia sido jogado em todas elas.
— Eu não posso acreditar no que eu estou ouvindo, Sr. Pettgrew! — Dumbledore parecia realmente bravo.
— Eu não fiz nada de errado! — Ainda de uma forma muito sádica Pedro tentou justificar o mais cruel de seus atos. — Só estava correndo atrás da minha felicidade!
— Você é realmente PODRE! — Lilian abraçava Thiago realmente horrorizada.
— Eu quero sair daqui! — Remus estava mais pálido que papel.
— Podem levá-lo, ele precisa de uma boa noite de descanso! — O prof. Dumbledore disse sem tirar os olhos de Pedro. — Eu resolvo as coisas por aqui.
Ao tentar se levantar, as pernas de Remus lhe abandonaram a própria sorte de modo que ele não conseguia sustentar o peso de seu próprio corpo, mas desta vez Sírius estava a ali para pegá-lo.
— Moony, consegue andar?
— Acho que não, Padfoot! — Sua voz falhava.
Sem mais delongas, Sírius tomou Remus em seus braços, uma coisa que ele vinha querendo fazer a muito tempo. As poucas pessoas que ainda estavam nos corredores depois do jantar não podiam deixar de notar a cena inédita que ocorrera a caminho da torre da Grifinória.
— Senha por favor! — Disse a mulher gorda.
— Escama de dragão! — Respondeu Sírius que logo contemplou a sala comunal da Grifinória, ainda com alguns alunos que se recusavam a dormir.
— Estão todos olhando! — Remus cochichou.
— Não ligue para isso Moony. Vamos!
Com a alma de um verdadeiro encrenqueiro de primeira, Sírius sempre foi muito bom em ignorar as opiniões alheias e concentrar-se somente no que ele queria ouvir. Talentos bem úteis para situações como aquela.
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O Monstro Em Mim - Sirius Black
FanfictionAcometido por uma maldição lançada em sua estrela de nascimento, Sírius cresceu entre a linha do bem e do mal. Travando uma luta incessante contra a coisa que tentava a todo custo tomar o controle de seu corpo ele se vê obrigado a abrir mão das cois...