Tendo a maioria dos alunos retornado das férias, era preciso muita cautela para sair do quarto sem ser pego, e com o auxílio do mapa ficava muito mais fácil realizar esta tarefa. A maioria dos alunos já estavam no salão comunal tomando café, Sírius entrou acompanhado por alguns olhares curiosos e cochichos.
— Padfoot! — Lilian ergueu o braço e acenou.
— Bom dia!
— E o Moony? — Thiago olhava para a porta esperando que Remus aparecesse.
— Deixei-o descansando! — Sírius se sentou ao lado dele. — Foi trabalhoso deixar ele tranquilo o suficiente para dormir. Vou levar alguma coisa para ele depois!
— A prof. Minerva disse as 9h:00min todos os alunos da Grifinória devem estar na sala comunal! — Lilian bebeu um pouco do suco de abóbora. — Ela disse que tem um comunicado importante para fazer!
— O que será? — Sírius comia com muita pressa. — Fiquei curioso.
— Padfoot, come mais devagar!
— Ainda tenho que levar o café do Remus, Prongs! — Ele respondeu de boca cheia. — Além do mais ele não sabe sair de lá!
— Então se apresse!
Com algumas coisas da mesa enfiada por baixo da capa juntamente com o mapa, Sírius correu até o retrato da mulher gorda que dava passagem a sala comunal da Grifinória.
— Sua senha, por favor? — Respondeu a mulher.
— Godric!
O retrato se abriu. Olhando o mapa para garantir que não estava sendo seguido, ele dirigiu-se até o último andar da torre e com aceno de sua varinha a porta apareceu e logo sumiu atrás dele assim que entrou no cômodo... Remus ainda desfrutava de um sono merecidamente tranquilo, incapaz de acordá-lo, ele apenas ficou ali o admirando como se ele fosse uma pintura.
— Acho que eu ainda tenho muitos pedidos de desculpas que ainda não pedi a você! — Cochichou ele.
Por um minuto tudo pareceu estar na mais perfeita paz, mas tudo foi arruinado quando mais uma vez ele sentiu que estava sendo puxado para dentro do próprio corpo. A sensação já era conhecida, mais uma batalha pelo controle de seu próprio corpo acabara de começar, mesmo sem forças, perder não era uma opção.
— Você acha que vai conseguir me manter longe por quanto tempo?
— Por quanto tempo eu achar necessário seu parasita!
Sírius se contorcia no chão, as veias de seu pescoço estavam todas avantajadas e seus olhos quase tão vermelhos quanto sangue fresco. Remos que gradualmente vinha despertando de seu sono, ao se levantar da cama ficou completamente horrorizado com o que viu.
— Padfoot! — Ele atirou-se no chão.
— Ele é forte, tenho que reconhecer, mas isso não vai durar muito!
— Deixa ele em paz... Sírius não é uma pessoa ruim!
— Mas carrega sentimentos ruins e isso é o bastante... O pobre Sírius, torturado pelos pais, lutando contra si mesmo... E é claro a cereja do bolo. A pegadinha!
— Isso foi a muito tempo, nós nos acertamos e eu o perdoei!
— Você acha que ele se perdoou?
Uma gargalhada sombria ecoou por todo o quarto e por alguns minutos Sírius pareceu submerso em algum lugar longe dali até que conseguiu voltar a si novamente.
— Você está bem?
— Eu acho que... Aii! — A dor em suas costas que pareciam estar se rasgando irrompeu de uma vez.
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O Monstro Em Mim - Sirius Black
FanfictionAcometido por uma maldição lançada em sua estrela de nascimento, Sírius cresceu entre a linha do bem e do mal. Travando uma luta incessante contra a coisa que tentava a todo custo tomar o controle de seu corpo ele se vê obrigado a abrir mão das cois...