Os últimos dias de Fernanda no Brasil foram marcados por muitas festinhas e jantares de despedida com familiares e amigos. Na última sexta-feira de agosto ela estava dentro de um avião partindo para Seul, para um semestre que seria uma grande ruptura na sua rotina. Seu coração batia forte ao pensar o que poderia vir pela frente. Como seria viver em Seul por tanto tempo sozinha?
Fernanda era muito organizada e saiu do Brasil com tudo esquematizado. Tinha alugado um bom apartamento perto da Universidade, com a parte do dinheiro que recebeu para esse trabalho. Estava tranquila por saber que já tinha um cantinho para viver seus seis meses fora do Brasil.
Viver!
Era o que ela mais esperava poder fazer: além do trabalho, queria visitar todos os museus e absorver todas as informações possíveis. Ela dedicava muito tempo de estudo às artes em geral. Amava, em especial, a arte contemporânea e iria aproveitar tudo o que Seul pudesse lhe oferecer nesse sentido. Além da arte, queria experimentar a culinária local nos seus mínimos detalhes! Ela tinha certeza de que amaria tudo.
Depois que chegou e se acomodou, Fernanda estabeleceu seu cotidiano, apesar da grande diferença cultural. Mas estava amando: tudo era perfeito! A cidade, a rotina, o apartamento onde vivia, o trabalho e os poucos amigos que tinha feito. O marido continuava lá no Brasil, ligando só para constar. Conversavam rapidamente e desligavam para seguirem as suas vidas. Apesar disso, tudo ia muito bem em seu primeiro mês.
No entanto, seu mundo virou de cabeça para baixo quando seu locatário ligou avisando que ela deveria entregar o apartamento dentro de duas semanas. O contrato iria até 20 de fevereiro, mas ele tinha recebido uma proposta irrecusável para vender o imóvel. Sendo assim, combinou que devolveria os pagamentos que ela fez adiantado. Mas Fernanda se perguntava de que valia ter o dinheiro e estar na rua? Ela chegou a procurar na internet, mas não achava nada que valesse à pena.
Na manhã seguinte, chegou no trabalho com cara de morta viva. Não conseguiu pregar o olho à noite, pensando naquele problema. Alguns colegas perceberam a expressão preocupada dela, que comentou sobre sua situação. Mina, uma jovem professora, que foi a grande responsável pela ida da brasileira para Seul, logo entrou em ação:
"Fernanda, o meu namorado conhece muitas pessoas. Você quer que eu veja com ele?"
"Nossa Mina, se ele puder me ajudar, não vou ter como agradecer!"
A coreana era aquele tipo de pessoa que dava vontade de colocar em um potinho e proteger de tudo e de todos. Uma doçura. Ela não parava de falar de seu namorado e Fernanda achava divertidas as coisas de casal que os coreanos valorizavam em suas relações.
Antes de entrar para dar sua aula, ela mandou imediatamente uma mensagem levando a questão para o rapaz. Depois de algum tempo ele respondeu. Quando se encontrou com Fernanda mais no final da tarde, Mina estava radiante e disse:
"Fernanda! Tenho a sensação de que o seu problema vai se resolver em breve! O meu namorado disse que um dos amigos dele tem um estúdio muito bom que costuma alugar sazonalmente.... Ele ficou de ver com o cara... Assim que ele tiver alguma notícia, vai me avisar e eu te falo, tá? Pode ficar tranquila, pois nós vamos resolver a sua vida!"
"Mina! Muito obrigada!!" - Fernanda cruzou os dedos e achou engraçado aquele comentário da coreana. Para eles resolverem a vida dela, era necessário muito mais do que um apartamento em Seul... Mas isso era outra história. Suspirou para tentar encontrar resiliência. Agora, seria necessário esperar por um retorno positivo sobre o assunto.
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Será que Fernanda vai conseguir um bom apartamento??
::: 13 de fevereiro de 2024
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Só uma noite
FanfictionKim Seokjin é um homem lindo de 30 anos, sócio em um restaurante super famoso em Seul. Ele também tem um estúdio para alugar, ao lado de seu apartamento. Um dia, a namorada de um de seus grandes amigos, pergunta ao namorado se ele conhecia alguém co...