Só uma noite

15 - Como cuidar de uma criança e de uma mulher bêbada

No caminho para o estacionamento, Seokjin observava Fernanda ir andando de forma errática alguns passos à sua frente. Ela se sentia feliz pela primeira vez em muito tempo. E ainda tinha o gostosão do vizinho dela, que com aquela pegada já tinha feito ela até se esquecer de que tinha marido. A brasileira nunca bebia muito, mas quando fazia, uma característica muito curiosa aparecia: sentia o seu desejo sexual aflorar com um pouquinho mais de força.

Toda vez que isso acontecia, seu marido estava lá para cumprir sua função. Nem sempre era tão bom, mas o álcool ajudava a parecer que tudo era ótimo. Chegando no carro, ela dançava do lado de fora, enquanto Seokjin acomodava o filho no assento do banco de trás. Resolvida a situação da criança, agora era vez da bêbada que girava e girava sem parar. Ele fechou levemente os olhos e riu, mas logo teve que se adiantar na direção dela, quando ela se desequilibrou e quase caiu no chão. Seokjin foi bem ágil e amparou Fernanda em seus braços. Ele observou como de perto ela era realmente muito bonita. Aqueles lábios carnudos estavam pedindo a gritos para serem beijados. Fernanda olhou em seus olhos de um jeito que mexeu com ele e apalpou seus braços fazendo uma expressão exagerada de surpresa.

"Que braços fortes Seokjin... eu sabia que por debaixo daquele moletom largo tinha um tesouro escondido..." - ela disse, embolando um pouquinho as palavras e encarou ele que observava as ações da brasileira em silêncio.

Ela, por sua vez, continuava a inspeção, alisando os ombros, tórax e o abdômen do homem que se divertia com as expressões dela. Quando ela chegou no cinto de sua calça se afastou balançando de forma veemente a cabeça, negando para si o direito de dar continuidade à sua ação. Apesar das condições não serem favoráveis, ele provocou:

"Por que você não continua?"

Ela riu se aproximando sedutoramente dele. Pelo menos na cabeça dela aquilo estava maravilhoso, contudo, o que Seokjin via era uma mulher com o rosto avermelhado e o olhar um pouquinho caído andando meio torta para a esquerda. Ainda assim, havia uma beleza instigante nela. Seus corpos se colaram e ela disse:

"Faz tanto tempo que eu não faço um sexo bem feito, que eu acho... eu acho... que voltei ao estado de virgindade..."

Essa última parte, ela pretendeu sussurrar no ouvido do homem mas saiu tão alto que até Hae poderia escutar de dentro do carro, se estivesse acordado. Seokjin sentiu uma forte palpitação em seu corpo. Não sabia se era o contato tão próximo ou a confissão que o fez imaginar muitas coisas. Ele acariciou o rosto dela e entendeu que queria uma noite com aquela mulher, mas não daquele jeito, então respirou fundo e abriu a porta do carro:

"Por favor, fale baixo por causa do Hae". - Ele sussurrou.

Ela se sentou no banco do carona sorrindo, fazendo sinal de silêncio. Ele deu a volta para assumir o volante do carro, tentando encontrar alguma paz para estar naquela situação e se controlar como o homem ético que sua mãe e seu pai lhe ensinaram a ser.

Enquanto ele fazia a volta, ela fechou a porta e começou a sentir tanto calor que abriu todos os botões da sua camisa. Quando Seokjin entrou no carro, fechou a sua porta e finalmente se virou para ver se estava tudo bem, arregalou os olhos ao encontrar a mulher com a cabeça jogada para trás e a blusa aberta. Ele só conseguia pensar que os seios dela naquele sutiã de renda preta à mostra eram bem melhores assim, pessoalmente. Ela se abanava em vão com as mãos.

"Por Deus do céu, que essa mulher vai me deixar louco!" - ele disse, fechando os botões que deixavam o torso dela muito à mostra, enquanto ela alisava seus braços e olhava manhosa para ele.

Seokjin respirou fundo tentando se lembrar se houve alguma outra vez em sua vida em que uma mulher se oferecia daquela forma e ele fechou a roupa dela quando, na verdade, deveria era arrancar aquilo tudo e foder essa mulher até dizer chega. Mas ele nunca faria isso com uma bêbada, ainda mais estando ele sóbrio, como era o caso.