Liberdade

|TRINTA E CINCO|

Allana é levada de volta a sua cela, enquanto isso ela é cercada de olhares a julgando pelo seu choro. Quando enfim ela chega no final do corredor, onde fica sua cela, o policial a joga como se fosse um animal para dentro.

-Aqui esta Christian, sua amiguinha.

-Ahhh. Reclama Allana.

-Você não pode fazer isso com ela seu filho da puta! Diz Christian.

-Do que você me chamou seu bostinha?

-Filho da puta!

-Olha aqui se-

-Frank, volte aqui preciso de você. Diz uma voz de longe.

-Por pouco você escapou, mas você ainda me paga por essa audácia. Frank sai de cena.

Allana está sentada em um canto chorando de cabeça baixa, como se fosse uma criancinha. Christian tenta não se importar pra o que está acontecendo, mas a preocupação com Allana é cem vezes maior. Ele então senta no lado dela e decide abraçá-la. Ele então começa a fazer carinho em seus cabelos e pergunta para ela o que aconteceu.

-O que foi Allana, conta pra mim...

-Muito que você deve estar preocupado comigo né?

-Olha aqui, se eu não estivesse preocupado com você eu não estaria aqui te fazendo a porra de um carinho.

-Foi minha mãe...

-O que ela te fez?

-Ela veio me visitar, mas acabou que ela não acreditou em mim e  me xingou de tudo que é coisa. Disse que não acreditava em mim, que eu era uma assassina e que a partir de hoje eu não era mais a sua filha. Além do mais, ela disse que eu não tinha mais família alguma, e que era pra mim pagar pelo o que fiz sozinha, já que quem causou isso tudo foi eu. Eu tentei Christian, eu tentei falar pra ela a verdade, mas ela não acreditou em mim.... não sei mais o que eu faço, eu estou em furacão...

-Não diga mais nada, Allana. Se essa vadia da sua mãe não quer mais saber de ti e nem o desgraçado do seu pai, não insista eles não valem a pena. Se eles te amassem de verdade, eles jamais teriam te abandonado, eles não faltariam. E digo mais, eles já falharam tanto com voce e agora que você mais precisa deles e que eles poderiam fazer a diferença, eles sumiram. Eles não merecem seu amor, Allana. Assim como eles te esqueceram, esqueça eles. Porém quando você se reerguer, não os aceite de volta.

-Não sei se vou sair desse buraco.

-Não diga isso, a gente vai dar um jeito, eu te prometo! Não vou ficar nesse buraco e nem ir pra morte, quem dirá deixar isso acontecer com você!

-Por que está me dizendo isso? Você se importa comigo?

-Claro que me importo, afinal somos amigos. Gostei de ter uma colega de cela, afinal não é tão ruim assim.

-Nunca pensei que ganharia um amigo logo aqui.

-Poise, mas você arrumou! E amigos de verdade não abandona o outro!

-Você tem razão, Christian! Conte comigo pra tudo também. Mas me diga uma coisa, ninguém da sua família ou amigos nunca vieram de visitar?

-Nunca! As pessoas só apontaram o dedo pra mim. Na verdade eu nunca tive amigos, eu pensava que tinha e que eles me entenderiam. Mas ninguém me compreendeu. A única pessoa que se interessou saber a minha versão foi você, por isso te considero como minha amiga e minha protegida.

-Nossa, eu não pensei que me considerasse tanto assim!

-Poisé, mas eu te considero. Espero que seja recíproco.

-Pode ter certeza que é sim! Espero que mesmo depois de julgados  a gente possa se ver.

-Vou tentar conseguir isso.