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FERRAN TORRES 📸

📌 Barcelona
5 meses depois

Engoli meus remédios antidepressivos a seco logo observei a minha figura no espelho. Estava magro, com olheiras, fraco e não andava na minha melhor fase.

Desde que Cecília morreu, tenho vivido assim. Triste, quieto, sem vontade para sair com amigos, familiar e até mesmo jogar. O time estava me cobrando demais para que eu melhorasse, mas infelizmente, eu não conseguia fazer isso.

A mídia estava caindo por cima de mim, recebia matérias maldosas todos os dias. Muitos estranharam o fato de eu regredir de repente, em um momento bom da minha carreira.

E eu nem podia explicar para eles.

Peguei meu celular, abri minha lista de contatos e apertei no que estava com a foto de Cecília. Coloquei no viva voz e suspirei quando caiu na caixa postal.

"É a Cecília aqui, deixe seu recado."

Olhei o aparelho depois que a voz parou e bufei.

Eu ligava todos os dias e todas as horas para somente ouvir sua voz.

Respirei fundo largando o celular na pia e fui para meu quarto, olhei o computador da ruiva que morava em minha sementes sobre o móvel e me aproximei o abrindo.

Mexi indo até a galeria do notebook e suspirei abrindo uma pasta de fotos, todas tiradas por Cecília.

Abri um sorriso vendo a primeira foto onde era uma dela sorrindo, era o dia em que eu retirei algumas fotos suas, passei para o lado vendo mais algumas fotos da menina onde ela fazia algumas poses. Logo depois, apareceu imagens minhas com ela que havíamos tirado durante o tempo em que nos encontrávamos.

Mordi meu lábio sentindo uma enorme saudade no peito e fechei meus olhos deitando minha cabeça na mesa.

Esse pesadelo não acabava nunca?

Ferran? - ouvi a voz de Pedro.

Hm? - perguntei ainda de cabeça baixa.

— Como está hoje? - senti ele se aproximar e logo sua mão passou por minhas costas.

— Péssimo... Assim como todos os outros durante esses cinco meses. - levantei a cabeça.

Sim, eu havia contado para Pedro.

Eu precisava desabafar pelo menos com uma pessoa, mesmo que tivesse que por minha vida em risco por isso. Contei dois meses depois do dia, e até agora, ninguém veio tentar matar minha família.

Queriam apenas me colocar medo.

Vai se arrumar, cara. - o meio-campista tentou me levantar. — Vamos dar uma volta no parque.

— Quero ficar aqui. - sussurrei.

— Não, aqui está em um péssimo clima. Vamos respirar ar puro. - insistiu.

[...]

A tarde estava ensolarada, muitas crianças estavam brincando e logo, o pôr do sol iria acontecer. Eu e Pedro caminhávamos  lentamente pelo caminho arborizado, apreciando somente a beleza da natureza ao nosso redor. O silêncio reinava sobre nós.

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