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                      FERRAN TORRES 📸

Fiz um biquinho analisando a barriga de Cecília enquanto meus amigos conversaram animadamente sentados no sofá de minha casa. Havia chamado Pablo, Pedro, Fermín e João Félix para meu humilde lar no intuito de ficarmos de bobeira mesmo.

Minha namorada já estava com nove meses, então eu não gostava de deixá-la sozinha em casa.

— Vou pegar mais suco para mim. - a ruiva ao meu lado falou e eu a impedi de levantar.

— Eu pego para você. - me levantei.

— Relaxa, eu consigo. - ela me ignorou e se levantou. — Sou Cecília Fournier, eu consigo. - deu ombros logo desfilando para a cozinha.

Sorri fraco observando a menina até ela sumir de minha vista, me sentei novamente no sofá e prestei atenção nos meus amigos que jogavam FIFA em meu console.

— Ei, Tutu. - Gavira chamou minha atenção e eu o olhei. — Posso mandar um papo pra você?

— Fala. - me ajeitei no sofá.

Pablo entregou seu controle para Fermín, que era seu adversário, e veio sentar ao meu lado. Pedro o encarava curioso assim como os outros dois jogadores presentes na sala.

— Cara, você não acha que a Cecília está te enganando? - iniciou baixo e eu arqueei a sobrancelha.

— Como assim? - falei confuso.

— Olha, ela sumiu de repente e voltou grávida de você. E se essa criança não for sua? E se tipo, for um golpe da barriga? - ele continuou.

Era óbvio que as pessoas pensariam assim, afinal, não sabiam da verdadeira história.

Respirei fundo observando todo o rosto de Gavira que me olhava esperando alguma resposta, olhei para Pedro que mordia o lábio sem reação.

— Pablo, eu sei me cuidar. - falei somente. — Eu conheço a Cecília o suficiente para saber que ela é confiável, essa criança é minha e que ela não é uma golpista. - concluí.

— Mas... - quando o camisa seis iria tentar falar algo, Pedro rapidamente o cortou.

— Cara, deixa o Ferran. - bufou. — Ele já se resolveu com a Cecília e já decidiu tudo, não é problema nosso.

Amém.

Pablo concordou meio sem graça e se levantou voltando para o seu lugar entre João Félix e Fermín que antes curiosos, nem prestaram atenção na conversa.

Ouvi passos se aproximarem logo olhei na direção vendo Cecília ali segurando seu copo de suco de laranja. Abri um leve sorriso a seguindo com o olhar até que ela se sentasse ao meu lado.

— Sobre o que falavam? - me olhou dando um gole em seu suco.

— Nada. - lhe mostrei um leve sorriso e ela concordou dando atenção a televisão.

Era lógico que Cecília não era uma golpista.

Cecília era a pessoa que eu mais confiava agora. A mulher que mesmo tendo a missão de me matar, me protegeu e fez de tudo para que não me matasse. A mulher que não pensou duas vezes em entrar na frente de uma bala por mim e se sacrificar no meu lugar, para que eu pudesse viver.

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