Capítulo 17

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HELENA WEINBERG

-O que houve? _Clara perguntou confusa.

-é, então... o meu pai _coloquei a mão na testa e ela me olhou preocupada.

-o que que tem seu pai, Helena?

-ele tá subindo, Clara _fiz uma careta, a loira tinha uma expressão de espanto.

-meu Deus, o que ele vai pensar de mim? Não imaginei conhecer ele assim _ela dizia quase desesperada.

-ele vai te adorar... _tentei confortar a mesma.

-se te adorar, você não vai saber, ele não demonstra muito _Nic falou servindo um copo de água para si.

-ele vai ser educado _acariciei as costas dela.

-ele vai amar saber que você passou a noite com a filha dele _Dominic provocou, com um sorriso no rosto -a Helena ainda é a garotinha dele, tá? Ou melhor, niña de papito.

-Dominic, para de colocar medo nela! Ele não tá dizendo a verdade.

-você é ou não é niña de papito, Helena? _perguntou de braços cruzados. Eu era, então preferi não responder, apenas revirei os olhos.

-fica quieto!

-mas não tem como ele saber que eu passei a noite aqui, tem? _perguntou olhando para si mesma.

-você tá cheirando a Helena, sem maquiagem e tá muito cedo pra fazer visita para os outros _ele respondeu pessimista.

-você não está ajudando, Dominic _falei cruzando os braços.

Escutei a campainha tocar, fui até lá e abri a porta. Meu pai esperava com as mãos no bolso da calça jeans, quando me viu, ele tirou os óculos escuros e me abraçou rapidamente, quase não deu tempo de abraçá-lo também.

-oi, pai. Entra...

-oi, Nena _meu pai entrou, deixando uma mala perto da entrada. Eu fechei a porta e vi ele olhar para Clara com uma sobrancelha arqueada.

-essa é a Clara _ela o olhou sem jeito e estendeu a mão -Clara, esse é o meu pai _ele aceitou o gesto, mas logo desfez o contato.

-prazer, Clara.

-prazer...

-sou o Mathias! Dominic, no fala mais con seu pai?

-oi, pai _abraçou ele de lado -estás bien?

-sí, e você?

-tô legal...

-tomou café da manhã, pai? _perguntei e ele acenou positivamente.

-mas foi cedo, então já estou con fome...

-Dominic e eu vamos colocar a mesa _falei segurando na mão do meu irmão.

-Nena _meu irmão falou como se tivesse se lembrado de algo -caí da escada quando estava indo comprar pão! _contou como se não fosse nada, nós três arregalamos os olhos.

-e você tá bem? _olhei por todo seu corpo.

-não, tô morto. Isso aqui é minha alma, vim pra me despedir _revirou os olhos, dei um soco no braço dele -ai, pera aí pô! O que o meu cóccix tá doendo é sacanagem. Eu ralei o dedinho também _mostrou como uma criança que mostra o machucado depois de ter caído em meio a uma brincadeira.

-você só vive com seu cóccix doendo.

-iiihh, que papo estranho é esse, dona Helena? _ele cruzou os braços e eu ri.

-vai, me ajuda aqui _pedi puxando ele.

-Clara, sí? _meu pai perguntou se sentando no sofá -senta _ela se sentou próxima a ele.

Dependente - ClarenaOnde histórias criam vida. Descubra agora