Capítulo 37

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CLARA ALBUQUERQUE

-fala, Caetano!!

-ela vai me me matar, tia Clara _o garoto lamentou.

-ela não vai ter oportunidade porque eu vou matar ela primeiro _falei irritada.

-aonde é essa festa? _Helena perguntou já colocando um tênis. Bufei e me levantei para calçar meu salto enquanto o garoto falava.

-obrigada, Cacá.

-de nada, tia.

-tchau _mandei beijo para ele e desliguei.

-mãe, você tá de roupa de dormir e salto _Rafael disse segurando o riso.

-é bom que eu mato ela de vergonha e não preciso matar com as minhas mãos e depois ser presa _falei irritada fazendo os mais novos rirem, a Helena não riu, ela estava completamente séria -que inferno, Alana! _falei indo para o quarto e troquei de roupa rapidamente. Voltei para sala, como a morena não estava com roupa de dormir, já estava pronta. Peguei minhas chaves e dei uma última olhada no meu filho e na minha nora -se comportem, já não basta a Alana.

-não vamos fazer nada que você não faria, sogrinha...

-isso que me preocupa _revirei os olhos e eles deram risada.

Helena e eu fomos o caminho todo em silêncio, cada uma tentando organizar seus pensamentos e respirando fundo para não explodir.

-boa noite _o porteiro do condômino da casa do garoto falou quando chegamos perto.

-boa noite, tá tendo uma festa na casa do Guilherme Farias e minha filha tá nela, a gente só quer buscar ela e depois vamos embora, não vamos demorar _Helena explicou.

-vou precisar que ele libere a entrada...

-o senhor tem filhos? _perguntei.

-tenho duas, já são moças.

-por acaso elas já fingiram que iam pra um lugar e foram pra outro?

-algumas vezes...

-então o senhor sabe o desespero que dá, por favor, deixa a gente entrar, vai ser rápido _pedi e ele suspirou derrotado.

-tá, vão lá, mas por favor... não façam nada de errado, meu emprego depende disso_ele liberou nossa entrada e nós agradecemos. Dirigi até a entrada da casa, a porta estava aberta, havia uma boa quantidade de gente lá dentro e algumas do lado de fora com copos na mão. Pude ver uma pessoa sentada encolhida na escadinha da entrada da casa, tinha o cabelo ondulado, um vestido preto tubinho com uma jaqueta jeans preta. Parecia a Alana.

-é ela ali? _Helena perguntou tentando identificar.

-parece... vamos? _desliguei o carro e a garota levantou a cabeça olhando em nossa direção. Helena parou ao meu lado assistindo a menina levantar descalça, segurando seu salto e correr em nossa direção. Ela abraçou nós duas e chorava de soluçar, olhei para a Helena sem entender mas abraçamos ela de volta.

-Alana? _a morena chamou quando a garota já estava mais calma e nos separamos -o que aconteceu pra você estar chorando assim?

-eu não quero falar disso agora _disse de cabeça baixa.

-olha pra mim _pedi e ela o fez -por que você fez isso, Alana? Você mentiu pra gente e saiu sem permissão!

-me desculpa _pediu chorosa -eu...

-não, agora você vai escutar calada _falei irritada -e não adianta fazer essa carinha de cachorro sem dono. Nós estamos completamente decepcionadas, confiamos tanto em você que nem pensamos na possibilidade de estar nos enganando, mas você foi lá e fez. Essa confiança acabou, Alana, eu já tô por aqui da sua rebeldia sem causa! Você vai entrar na droga do carro e ir em silêncio o caminho todo porque se você falar mais alguma coisa, eu sou capaz de te mudar não só de escola, mas de país e te deixar de castigo até você completar dezoito anos _esbravejei completamente irritada. A Helena segurava no meu ombro, como quem pedia para eu me controlar, mas eu já estava cansada daquilo tudo.

Dependente - ClarenaOnde histórias criam vida. Descubra agora