Capítulo 22

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CLARA ALBUQUERQUE

-mãe _acordei com o Rafa entrando no quarto. Me sentei rapidamente e meu cérebro demorou um pouco para processar que Helena e eu dormíamos abraçadas.

-o que? O que foi, Rafael? _perguntei preocupada pelo tom de voz dele e acabei acordando a morena, que parecia meio perdida.

-vocês fizeram as pazes? _perguntou com uma pontada de felicidade.

-ainda temos que conversar, mas a Helena ficou me fazendo companhia e acabamos pegando no sono. Rafael, tem como você falar o que é?

-a Alana, meu Deus _arregalou os olhos.

-o que tem a Alana? _Helena perguntou tão preocupada quanto eu.

-ela tava de fone, esbarrou em uma taça...

-sua vó vai matar ela _neguei com a cabeça.

-me deixa terminar. Não percebeu que a taça tinha caído e pisou _arregalei os olhos levantando da cama e a Helena fez o mesmo -Kate e eu lavamos com água, checamos se tinha algum pedaço de vidro mas não tinha nada, e enrolamos em um pano _contou enquanto descíamos para o andar de baixo com pressa -mas achamos melhor chamar você porque parecia fundo, deve precisar levar ponto.

-quando ela sair daquele hospital, ela vai estar proibida de usar o fone tão alto ao ponto de não escutar o mundo _falei séria. Não demorou para chegarmos na cozinha e lá estava ela sentada em um banquinho, fazendo careta e conversando com a Kate.

-mami? Passou a noite aqui? _perguntou sorrindo.

-acabei pegando no sono. Como você tá?

-nada legal. Acho que vou precisar levar ponto _fez biquinho.

-acho melhor a gente se arrumar rapidinho pra levar ela logo, Clara _ concordei com a cabeça -amor, a taça que você derrubou, fui eu que deixei ali, desculpa.

-tá tudo bem, eu que fui descuidada.

-não, eu deveria ter prestado atenção em ter colocado longe da beira.

-eu que não deveria ficar com o fone tão alto e...

-gente, tá sangrando! _a Kate falou tentando parar as duas.

-vamos nos arrumar _falei olhando para o pé dela. Alguns minutos depois já estávamos prontas dentro do carro da Clara, a caminho do hospital.

-nossa, o tempo tá terrível _Helena falou e eu observei o céu nublado.

-é pra combinar com o meu estado _Alana ironizou -impressionante _ela falou parecendo estar sentindo bastante dor -foi só falar que sou estabanada que aqui estou ferrada... de novo!

-não perde a piada nem com dor _Helena riu.

-eu quero muito chorar, mas tô tentando me fazer de forte _ela disse com os olhos cheios de lágrimas -mas tá doendo _riu de nervoso olhando para o pé tampado por um pano.

-tem certeza que não tem vidro aí? _perguntei aflita.

-eu acho que se tiver, só pequenininho _disse chorosa -mas não encontramos nada.

-meu amor, você pode chorar! Sua mãe e eu não vamos julgar _falou olhando ela pelo retrovisor. Vi a minha filha deixar algumas lágrimas cair.

-talvez a gente até chore junto de você _brinquei e a garota riu em meio a lágrimas.

-aguenta, tá? Já estamos chegando _foi interrompida pelo toque do celular. Era seu pai -Clara, atende pra mim por favor?

-eu?

Dependente - ClarenaOnde histórias criam vida. Descubra agora