Chapter 7

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DAEMON 

Acordei com o despertador, cliquei para desliga-lo, eu entendi que eu tinha que levantar, mas o meu corpo não. Depois de alguns minutos eu me sento na cama e começo a exercitar meu pescoço de um lado ao outro apenas ouvia os estalos. Me levanto da cama vou em direção ao banheiro para lavar meu rosto, ao me olhar no grande espelho que tomava toda a parede do banheiro me vejo diferente, talvez seja a idade. Não consigo descrever ao certo se era minha idade ou o que era, mas ja havia um tempo em que eu ja não me reconhecia mais. Algo mudou agora não sei se para melhor ou pior. 

Depois de me exercitar na academia que eu tinha em casa, tomei o meu banho e desci para preparar meu café. Rhaenys ja estava na cozinha, ela era minha empregada desde que comecei a ficar rico e isso ja fazem vinte e dois anos. 

- Bom dia Daemon, dormiu bem? - Ao me sentar no sofá ela veio com uma xicará de café de costume de todas as manhãs, sorri em agradecimento. 

- Obrigada Rhaenys, não dormi tão bem e você?
- Dormi bem sim - Ela estava se dirigindo a cozinha 
- Ei, espere. - Levantei - Rhaenys você sente que eu mudei? - Ela estranhou a pergunta ao erguer sua sobrancelha. 
- Sr Daemon, desde que se mudou pra cá sim, você mudou. - E ela simplesmente deu as costas e continuou o que estava fazendo na cozinha, caminhei em sua direção. 
- Eu mudei? 
- Sim Sr Daemon, já fazem dias que venho percebendo, está com aquele olhar de duvidas, espero que não esteja se metendo em encrencas. 
- Não, jamais. - Tomei um gole do café, estava no ponto em que eu apreciava, forte. - Duvidas é o que eu mais estou tendo ultimamente. 
- Então resolva, suas linhas de expressão estão gritantes. - Eu ri 
- Ok... ok... creio que devo resolver essas situações ao qual eu mesmo me coloquei. 

Saber que não é apenas eu que estou me sentindo diferente e sim as pessoas a minha volta me faz pensar que eu tenho e sou obrigada a resolver estas questões.

Laenor e eu estávamos na academia, ele usava seu traje social de sempre, aquele terno comprado no melhor espaço de alfaiataria com o melhor alfaiate da região, Laenor agenciava mais de 15 dos melhores lutadores da américa do norte. No nosso meio chamávamos ele de "o lábia" por falar tanto e conquistar as pessoas com suas palavras de incentivo. Laenor e eu crescemos juntos em uma academia em Aspen no estado do Colorado, sempre lutamos juntos e um viu as conquistas do outro, até que aos seus vinte e dois anos Laenor lesionou seu ombro e não pode mais exercer a profissão, mas isso não o deixou de praticar o que ele mais fazia, se comunicar. Com isso ele se profissionalizou em finanças e gestão de pessoas e agora é um dos maiores agenciadores de profissionais da luta. 

- Vai me fala qual é o nome dela? - Eu balancei a cabeça sorrindo 
- Cara ta tão nítido assim? 
- Daemon eu nunca te vi assim, então essas suas expressões só podem dizer uma coisa - Ele fez uma pausa fazendo-me olhar em seus olhos. - Você está apaixonado e eu preciso saber o nome dela. - Rimos 
- Rhaenyra e ela é uma mulher difícil - Passei a mãos nos cabelos. 
- Cara mulheres difíceis arrasam seu coração ou te tornam um homem melhor qual dessas duas opções são notáveis para ti? - Sai de dentro do ringue e sente na escada ao lado. 
- As duas, a uns dois dias atrás ela não queria nem olhar em meu rosto eu fiz algo que eu pensava não ser mais perdoado por ela. 
- Atropelou o cachorro dela? 
- Pior 
- O que pode ser pior do que atropelar o cachorro dela? - Ele arregalou os olhos. 
- Ela odeia lutas e o filho dela é matriculado aqui. 
- Jacaerys Strong... pela planilha que você me encaminhou da academia ele é o melhor lutador que temos. - Ele passou a mão sobre o rosto, eu sabia que ele iria se apavorar com a noticia. 
- Sim, ele mesmo. 
- Daemon não podemos deixa-lo de fora desse campeonato por conta de seus valores pessoais com a mãe dele, é a vida profissional dele, olha o que ele vai poder se proporcionar se profissionalizando nesse ramo em que ele é muito bom. - Ele se afastou colocando a mão na cabeça incrédulo. 
- Você acha que eu não me pergunto isso? O moleque é bom, muito bom, mas a mãe dele não aprova e isso torna o nosso relacionamento difícil de ser levado a diante. 
- Então escolha, faça a escolha certa. 
- Escolher? 
- Sim, ela ou a vida profissional do rapaz, o que você escolher eu assino embaixo só espero que ela te faça feliz se você escolher ela. - Ele colocou a mão em meu ombro - Daemon faça uma boa escolha. 


RHAENYRA 

Eu estava remando a comida em meu prato, ja faziam exatos trinta minutos que eu havia servido meu prato e não comido praticamente nem a metade da comida. Parecia que meu estomago não estava bom ou que tinha algo entalado em minha garganta. Eu havia convidado Daemon para ir ao culto e não sabia se iriamos juntos ou eu iria esperar ele lá, creio que eu deva ir sem ele e aguardar sua chegada, talvez ele nem apareça, sei que isso pode acontecer, ficou um clima estranho depois de eu convida-lo, duvidas surgiram em seu rosto e eu queria que não tivesse sido tão nítidas assim. 
Preciso tomar um rumo certo na minha vida e creio que apenas Deus pode me guiar, me afastei de minha religião após o divorcio com Harwin e preciso me reencontrar novamente e irei tomar esse grande passo hoje. Coloquei a comida do prato no lixo e pus ele na pia, me escorei nela olhando para o teto, que aflição estava me tomando, eu parecia ansiosa por hoje e queria saber qual a decisão que Daemon iria tomar. 

Irei olhar um filme ou uma série para espairecer, o tempo lá fora era nublado, os dias em Myrtle Beach eram ensolarados ou chuvosos, variava sempre. 
Quando clico para começar o filme, minha campainha toca e eu levo um susto, levanto do sofá e caminho em direção a porta de entrada ao abrir me deparo com Vicerys Targaryen, meu pai. 

- Oi - Digo baixo, que surpresa ele aqui, pois nossa ultima conversa não foi das melhores. 
- Oi filha, creio que precisamos conversar, eu posso entrar? - Me afastei para que ele pudesse passar. 
Fechei a porta após ele passar. 
- Quer uma água, chá ou posso preparar um café? - Ele se sentou no sofá. 
- Não preciso de nada, nem se incomode, serei breve. - Me sentei ao seu lado no sofá. 
- O que o trás aqui então? 
- O reverendo Norman da igreja ao qual você irá visitar hoje me ligou. 
- Nossa, não posso visitar outras igrejas? 
- Claro que pode, mas queria vir aqui lhe pedir desculpas pela nossa ultima conversa, eu não fui legal com você, Alicent passou dias chorando por conta da nossa briga e isso me cortou o coração, precisava ter vindo antes lhe pedir desculpas, sei o que aconteceu com você e Jace e não concordo com as escolhas que Harwin fez e incentiva o filho, sei que a vida que Aegon levou e o que ocasionou tem culpa minha e isso me destrói. - Suas lágrimas começaram a brotar e eu segurei sua mão fazendo-o olhar para mim. 
- Pai o que aconteceu com Aegon não é culpa sua, por favor não fale isso. 
- Eu não identifiquei a situação, foi tarde demais e acabei o levando para a morte, se eu tivesse impedido aquele campeonato idiota. - Segurei ainda mais forte sua mão - sua mãe teria orgulho da mulher forte que você se tornou, da vida que está levando e das decisões que tomou, sei que puxou a ela em tudo isso, você não possui traços meus. 
- Como não, a nossa briga foi de personalidades iguais, era você contra você mesmo. - Eu sorri tentando fazer com que amenizasse sua dor. - Pai eu te desculpo por tudo, mas quero que me prometa uma coisa? - Ele me encarou. 
- Pode pedir. 
- Que você não irá mais se culpar pela morte de Aegon, lembra que em nossas vidas a única coisa ao qual jamais iremos escapar é a morte? 
- Sim, eu ensinei isso a vocês. 
- Exatamente, então use seus ensinamentos ao seu favor, o que Deus escolhe, homem nenhum pode reverter. 


Meu pai fora embora um tempo depois, eu me encontrava no balcão da cozinha tomando um chá de camomila para ver se me ajudava com essa tensão toda que estava acontecendo. Algum tempo após o chá resolvi me deitar um pouco. 

DAEMON

Ja faziam mais de vinte minutos que eu estava correndo na mata, corria e pensava na decisão que eu tinha de tomar e tudo que envolvia o que iria acontecer no futuro, acabar com a vida profissional de um principiante na luta ou desistir de um amor que eu jamais tive. 
Esse tipo de decisão jamais se passou na minha vida, são lados opostos e eu não estava feliz com isso. A dor de perder Rhaenyra era o mesmo nível da dor de ver Jace sendo deixado de lado para um campeonato que mudaria sua vida, eu ja passei por isso e sei como é importante.

 O nosso sonho é importante. 

Após correr 7km entrei em casa completamente tomado pelo suor, Rhaenys morava comigo, mas nas tardes dos finais de semana ela saia para ir ao bingo, deixou meu shake dentro da geladeira tomei ele todo e fui direto tomar uma ducha gelada. 

Me joguei na cama após colocar minha bermuda, olhei no relógio do pulso ja eram duas e meia da tarde, o culto ao qual Rhaenyra mencionou começava as três. Me sentei na cama e fitei o chão, como Laenor disse, eu tinha que tomar uma escolha. Isso dependia de mim, esse futuro dependia de mim. 

RHAENYRA 

Após cochilar na cama peguei meu notebook desci para a sala, fiz um café e comecei a terminar outro projeto para entregar nesta semana. Estava terminando de tomar meu café e ja estava vestida para ir ao culto, fiz uma trança no cabelo e coloquei um vestido branco, olhei a hora e ja comecei a pegar as chaves do carro e minha bolsa para ir. 
Ao sair de casa olhei em direção a casa de Daemon e estava tudo escuro, sem sinal de vida dentro dela, ele pode ter saído para algum lugar me dando a resposta de que não iria comparecer. 

Eu entendi o recado. 

Estacionei o carro em uma das vagas do estacionamento, peguei minha bolsa e desci do veiculo. Olhei para a grande igreja presbiteriana de pedra ao lado do lago, esse cenário era lindo. As pessoas ja estavam entrando e se ajeitando nos bancos, eu cumprimentei alguns irmãos que estavam perto da entrada, me conheciam pois ja frequentaram a igreja de meu pai, obvio que conheciam a filha do pastor Vicerys, fazem exatos 7 meses que deixei de frequentar a igreja de meu pai e a saudade de estar neste ambiente era muita, fez parte de toda a minha vida. Deus me deu tudo que tenho hoje e agradeço imensamente a ele por ter apenas me fortificado. 
Procurei um lugar vago nos bancos em meio a multidão que estava em pé ou sentada, e dentre os penúltimos bancos achei um local vago que cabia duas pessoas bem a ponta perto do corredor. Duas pessoas, eu era apenas uma. 

Estava sozinha. 

O coral ja estava a postos para começar o louvor, algo que eu também amava, as musicas praticamente conhecia todas, cantava como se eu estivesse lá acima do palco. Enquanto eles cantavam seus louvores eu olhava para a entrada da igreja, a longa porta ainda estava aberta pois muitas pessoas chegavam atrasadas, eles deixavam pelo menos meia hora aberta até o pastor começar a pregar. 
Aquele pouco de esperança que ele viria, estava ficando longe e o obvio estava aparecendo, ele não iria vir e a sua decisão quanto a nós estava nítida, minhas mãos estavam suando e eu passava elas no tecido do vestido para seca-las. 

O louvor parou e o Pastor entrou, a igreja toda surtiu em aplausos. 

- Agradeço a presença de todos neste domingo maravilhoso, podem se sentar por favor. 

Nós todos sentamos, ajeitei meu vestido e a bolsa que estava em minha mão coloquei no lugar vago ao meu lado. Fitei o pastor no palco. 

- Esse lugar está reservado? 

Quando olhei para a minha esquerda Daemon estava em pé vestido com um dos melhores ternos que ja vi na vida, e esbanjando um sorriso largo em seu rosto, não acreditei quando o vi em pé ao meu lado. 

Ele estava aqui e acabara de tomar sua decisão. 


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AMO VOCÊS 


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