12 - Visita

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Jullian Lopez

Enquanto beijo Lorenzo eu me sinto realmente como o protagonista de um filme romântico, aquele que tirou a sorte grande em encontrar um homem como dos seus sonhos. Ok, sei que ele não é perfeito e ainda tenho muito o que conhecer de sua história, mas apenas pela maneira como ele me trata eu já me sinto a pessoa mais especial do mundo. Lorenzo me olha e me toca como se eu fosse algo raro, algo importante.

— Acho que estou gostando dessa coisa de beijos — falo ao me afastar dele segundos depois e ouço sua risada.

— Posso dizer que estou me viciando... se soubesse que era assim já teria beijado há muito tempo. — Ele diz e meu sorriso se fecha.

Aperto meus olhos e me afasto dele, vendo sua expressão de confusão.

— Então seu primeiro beijo não seria eu? — pergunto, me sentindo totalmente incomodado.

Lorenzo me analisa por alguns segundos e então solta uma risada, o que me deixa muito frustrado. Eu por acaso estou fazendo piada?

— Está com ciúmes? — Ele questiona e suas mãos vão até meu quadril, me puxando novamente para ele.

— Por que, não posso? Esses dias você estava quase matando Alexandre com um olhar — falo e ele revira os olhos, o que é totalmente novo para mim.

— Ele ficava te agarrando, é diferente — Lorenzo se defende e é a minha vez de revirar os olhos.

— Ele é meu melhor amigo, o único na verdade.

— Matteo chora no banho com essa informação. — Ele diz e acabo rindo de sua fala.

— Para... ele também é meu amigo, mas tenho uma intimidade melhor com o Ale, talvez seja porque nos conhecemos naquela situação — falo e Lorenzo assente.

— Ok, vamos deixar esse ciúme de lado. E saiba que eu jamais mudaria a pessoa com quem dei meu primeiro beijo.

— Hummmm — resmungo, vendo um novo sorriso se abrir em seu rosto bonito.

Lorenzo deixa um selinho em minha boca e então decidimos almoçar. O prato principal é nhoque de abóbora com molho rose e muito queijo. Eu me delicio com a comida e dou a sugestão para que Lorenzo faça para nós em casa. Conversamos amenidades e me sinto totalmente à vontade em sua presença. Apesar do frio na barriga por ter ele perto de mim, eu me sinto confortável ao seu lado.

— Me conte um pouco de você. Sinto que não sei muito quando você já teve um dossiê da minha vida — peço em certo momento, quando o garçom deixa duas xícaras de café para nós dois.

— Minha história não é nem um pouco interessante, mas... eu nasci em Nápoles, fui rejeitado por minha mãe logo após e criado por meu pai. Ele morreu quando eu tinha cinco anos, foi atropelado quando voltava do trabalho. Sem ter ninguém fui mandado a um orfanato e permaneci lá até os doze anos, quando fui adotado por Ítalo Mazza. Por um momento eu cheguei a ter esperança de uma vida feliz, mas esse homem foi meu pior pesadelo e ainda é. — Ele conta e sinto a tristeza, ódio, dor e muita mágoa em sua voz.

Estendo minha mão por cima da mesa e pego a sua na minha, vendo o contraste da pele marcada com a minha lisa.

— Desculpa, não queria fazer você reviver coisas ruins — falo, sincero, e ele nega com aceno.

— Não, eu realmente quero compartilhar minha história com você... só é um pouco difícil.

— Eu entendo e não tenho pressa. Estarei aqui quando quiser se abrir, sei como é difícil compartilhar algumas dores.

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