21 - O Tempo Acabou

143 34 3
                                    

Lorenzo Mazza

Sou acordado pelo som do meu celular vibrando em cima da mesa de cabeceira. Estendo minha mão para pegar o aparelho e pisco meus olhos algumas vezes para afastar o sono, que logo vai embora quando vejo o nome na chamada.

— Pegamos um dos homens ligados a Andrea — Matteo diz ao que eu atendo.

— Estão no galpão?

— Sim, estamos esperando você.

— Em trinta minutos estou aí — falo e encerro a ligação em seguida.

Olho para o lado e fico feliz que Jullian ainda dorme profundamente, com cuidado tiro seu braço que segura minha cintura e deixo um beijo em sua face ao sair da cama. Sorrio quando ele solta um resmungo e em seguida abraça meu travesseiro, enfiando sua cara na fronha. Sigo para o banheiro e tomo um banho rápido, me trocando em seguida. Saio de casa quinze minutos depois e sigo para meu destino. Minha casa é afastada do centro da cidade e decidi colocar nossa central no mesmo sentido.

Chego ao galpão exatamente no tempo estimado e cumprimento algumas pessoas que estão de guarda. Ajeito a máscara em meu rosto e respiro fundo antes de empurrar a porta de ferro e entrar no local. Sigo por um corredor e desço as escadas de ferro que levam a uma sala que usamos para "obter informações". Abro a porta pesada e o cheiro de mofo chega ao meu olfato, me levando a fazer uma careta. Vejo Matteo e outros dois subordinados ao redor de um homem sentado em uma cadeira de ferro. Todos os olhares se voltam para mim e meus olhos se fixam na nossa presa. Seu rosto está machucado, imagino que por socos, mas seu corpo ainda está intacto. Então a tortura ainda não começou...

— Don — ouço o coro em meu cumprimento e aceno para os três, dando passos para mais próximo deles.

— Já abriu a boca? — pergunto, olhando fixamente para o homem sentado.

— Eu não faço ideia de onde Andrea esteja, e mesmo se soubesse não diria. — O desconhecido diz, me fazendo sorrir.

Pego uma cadeira de ferro e a abro, me sentando de frente para ele, meus olhos o analisam de cima a baixo, parando em sua expressão. Ele não demonstra medo e me olha com superioridade, o que me dá um forte indicio de que ele tem informações que preciso.

— Você sabe que não vai ganhar nada se ficar de boca fechada, não é mesmo? — pergunto e pego a adaga que sempre carrego comigo, a analisando em frente meus olhos, vendo o brilho de sua lâmina.

— E o que eu ganho falando algo para você? — Ele pergunta com um sorriso de canto, soberbo.

— Uma morte rápida... bom, não?

— Talvez não seja eu a morrer hoje, senhor Mazza. — Ele diz, cínico, me fazendo arquear uma sobrancelha.

— Quer compartilhar algo que eu não sei? — pergunto e me recosto na cadeira.

— Não, você saberá em breve... só tenha paciência.

— Sabe, meu forte nunca foi a paciência, prefiro agir — falo e ao final das minhas palavras levo a adaga até sua coxa esquerda, fazendo um corte profundo que esguicha sangue fresco. Ouço seu grito de dor e sorrio, levando a adaga até sua outra coxa, fazendo outro rasgo. Olho para Matteo, que em seguida me estende um balde com água e sal, e não hesito em jogar a mistura nas feridas do homem, o ouvindo gemer de dor.

— Tirem a roupa dele — ordeno e os outros dois se aproximam para seguir minha ordem. Nosso convidado se esquiva, tentando fugir, mas é contido pelos dois homens e tem suas roupas arrancadas enquanto grita.

— Já decidiu se vai colaborar comigo? Sabe que também não estou feliz em ter que fazer isso — falo, o vendo me olhar com puro ódio.

— Ainda não me convenceu. — Ele diz com um sorriso, mesmo tendo medo em seus olhos.

Beleza Oculta Onde histórias criam vida. Descubra agora