18 - Me conheça um pouco mais

509 51 8
                                    


Jullian Lopez 

Eu não entendi errado, não é? Lorenzo acabou de dizer que seremos uma família. Ela já é nosso coração fora do peito, esse bebê marca uma nova fase em minha vida, que eu creio será de muita alegria e felicidade. Ouvir seu coração foi tão surreal, e me deu ainda mais vontade de proteger e amar esse pequeno ser humano.

— Então você a quer também? — pergunto quando estamos apenas nós dois no quarto.

A equipe médica já foi e deixou claro que está tudo bem com nossa bebê. Deus, eu ainda não acredito que vou poder chamar essa criança de minha filha. Confesso que nunca tive a pretensão de ser pai, mas agora isso é o que mais faz sentido para mim.

— Sim, se estiver tudo be...

— Amor... é claro que está tudo bem, saber que você também quer cuidar desse bebê me deixa imensamente feliz.

Lorenzo sorri. Estamos sentados no sofá que há no quarto, um pouco distantes da cama hospitalar onde Renata está, mas seus olhos não deixam de observar a barriga dela.

— Sendo sincero isso não havia me passado pela cabeça antes, mas após a conversa que tive com meus advogados e eles perguntarem se íamos adotar juntos me fez pensar se queria ser pai. Antes eu nunca me imaginei sendo, mas foi impossível imaginar um futuro diferente quando ouvi o coração dela. E por um momento eu pude imaginar nós três no futuro, sendo uma família.

Sorrio ouvindo suas palavras e meu coração volta a acelerar, então eu não ouvi errado... nós seremos uma família. Eu terei uma família minha.

— Acho que já podemos nos considerar uma família, não? — falo e o vejo desviar o olhar, me abrindo um sorriso.

— Sim, nós já somos. — Ele responde e deixa um beijo em minha testa, me fazendo sorrir.

— O que os advogados disseram? — pergunto e fecho meus olhos, encostando minha cabeça em seu ombro.

Ouço Lorenzo suspirar e isso me deixa um pouco apreensivo, me afastando para poder o olhar.

— Eles disseram que seria muito difícil que você a adotasse sozinho, por isso o questionamento se eu entraria no processo, pois como italiano tenho mais chance. Mas o ponto principal é nossa união, eles opinam que se fôssemos casados as chances são muito melhores, pois você teria direito à cidadania, assim como nossa filha, e também perante o juiz a sentença se torna certa.

— E o que você acha? — pergunto, ainda um pouco bobo em ouvi-lo se referir a bebê como nossa filha.

— Eu te amo, Jullian... não há dúvidas disso. Quero ficar com você para sempre...

— Mas... — insinuo, tentando conter meu coração que bate como um louco em meu peito.

— Não queria me casar com você apenas para que tenhamos chance de adotar, gostaria que esse momento fosse especial. Também não sei se quer se casar comigo. — Ele diz e por um momento eu preciso rir. Ele é louco?

— Se você não me pedir, claramente eu não posso mesmo aceitar — brinco e o vejo me olhar cético. — Mas sério, eu não me importo que essa seja a circunstância, desde que eu tenha certeza sobre o que nós dois sentimos. Talvez estejamos sendo precipitados, mas isso só o tempo pode dizer... ou não. Eu comecei a acreditar em destino quando te conheci e sei que o meu é ao seu lado.

— Ok, isso ainda não é um pedido, mas nós vamos nos casar.

— Estou louco para ter Mazza como meu sobrenome — respondo, vendo o sorriso em seu rosto aumentar.

Beleza Oculta Onde histórias criam vida. Descubra agora