Eyes Rolls

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A boca rosinha se abriu descrente, enquanto olhava quem menos esperava.
Desde o acidente, no qual impediu a visão de um cidadão tremendamente belo, para ver um ônibus, Felix se perguntava se um dia o veria novamente.

Porém o universo sempre pregaria peças.
Com o gemido baixo, achava de pés juntos que morreria gozando a seco em uma lanchonete.

O homem de olhos violetas estava sentado com as coxas grossas expostas por uma bermuda jeans larga, enquanto ao seu lado, havia um rapaz de estatura média e fios em castanho claro, porém com as sobrancelhas franzidas, notou que o rapaz reclamava sobre a cor chata em seu cabelo.

Não era um fofoqueiro, mas precisava saber o que eles falavam.
Como uma "Maria Fifi", se sentou em uma mesa para casal atrás dos dois homens, ouvindo como um espião, tudo o que falavam.
Podia jurar que se arrependeria, porém não foi bem assim.

– Lino, eu estou enjoado desse castanho feio. Quero voltar para meu azulzinho petróleo! – o Han disse resmungando, arrancando um olhar arregalado de Felix, que ouvia sem sequer ser notado.

Aquele rapaz era um baita gostoso, mas quem diria que agora estava louco para ver ele de fios azuis?

– O dinheiro não é meu mesmo. – Minho disse balançando os ombros como quem não se importasse, mas voltou a atenção para o amigo – Você continua sendo um gostoso com qualquer cor, então não se importe em mudar novamente... Só não me peça dinheiro.

– Pobre! Odeio pobre, tenho alergia! – o Han zombou, fingindo vômito e alergias para arrancar um olhar irritado do amigo – Ah, vai dizer que levou para o coração?

– Vai se foder. Sou classe baixa de luxo, piranha! – o Lee rebateu.

Não demorou muito para as gargalhadas soarem, enquanto Minho tentava ser sério e falhava miseravelmente.
Felix por um instante sentiu inveja.
Eles pareciam felizes, e se ele e Hyunjin pudessem ser assim? Sequer podia ter o luxo de levar o homem para um encontro, pois de acordo com o mesmo, Christopher iria o encontrar seria pior para os dois, então se questionava, por qual razão, Hyunjin podia se encontrar com outros homens, mas não com ele?

Não soube quando começou, mas leves lágrimas escorriam por sua face, o soluço baixo ecoou, era baixo para ninguém ouvir, ou seria, se sua cadeira não estivesse tão perto de Jisung e Minho.

O Han se virou confuso com o som choroso, vendo a carinha de bebê chorando como uma criança que perdeu seu docinho favorito, deixando-o cair.
Minho foi o segundo a se virar, dando-se de conta que conhecia aquele homem.

Era o rapaz que havia quase o feito perder seu ônibus na esquina de sua casa.

– Não chora não, bebê. Quer conversar? – Minho queria socar a cara de Jisung, suas orbes se revirando em ódio.

Jisung tinha essa mania de não respeitar espaço alheio e se meter aonde não era chamado, se o rapaz estava chorando, ele não deveria sair falando merda. E se ele tivesse perdido o melhor amigo? Família? Amante? Tantas opções e Jisung simplesmente não tinha freios na língua, metralhando mil e uma pergunta ao rapaz que agora faltava se fundir a cadeira.

Minho não entenderia que a vergonha de Felix era ser reconhecido por si e além disso, ter chamado a atenção das pessoas que até a segundos atrás, estava ouvindo a conversa com tanto afinco.
Felix não esperou muito, correndo para pagar sua conta e saindo daquela lanchonete às pressas.

Minho compreendia o desespero do rapaz como uma forma de fugir de Jisung, afinal, no lugar de Felix, ele também sairia correndo.

– Ele fugiu! Viu? Ele olhou sua cara feia e saiu correndo! – Jisung ainda zombou do Lee, que faltava saltar no pescoço do amigo.

Sinceramente, sentia vergonha do amigo que tinha na maioria das vezes que saiam juntos.

Enquanto os amigos comiam normalmente, Felix travou os passos quando se viu numa distância segura, sentindo seu telefone vibrar com o toque personalizado.
Seus olhos se voltaram em uma órbita perfeita.

– E aí? – Felix forjou indiferença, tirando uma risada fraca do outro lado da linha.

– Oi Lixie... Sou eu. – a voz suave do Hwang soou, Felix queria muito a chance de simplesmente dizer que estava "pouco se fodendo", mas ele tinha a chance, apenas não tinha era a coragem. – Eu... Estou um pouco machucado, pode vir me buscar?

O Lee suspirou, fechando as orbes com força. Sua vontade era socar a cara de Hyunjin, porém não conseguia, principalmente quando sabia que metade do valor que ele ganhava, ia para a casa que ele pagava e para um futuro confortável.
Sabia que os "machucados" eram devido a Christopher.

Mais uma vez pensava... Sua vontade realmente era socar a cara de Hyunjin.

Não havia a necessidade de ser justo Christopher, existiam muitos homens capazes de pagar bem assim, homens que não iriam os ferir dessa forma, mas obviamente Hyunjin era um teimoso.

– Me passa o endereço.

Messalinos (DanceRacha Centric)Onde histórias criam vida. Descubra agora