I wold talk

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Os dedos trêmulos se agarraram em um abraço solitário.
Estava apavorado, assustado, amedrontado.

O sentimento no misto de dor, pavor e arrependimento corroía, sendo massacrado em seu coração com a dor da perda e da solidão. A dor da negação, de não ter consentimento, de não ter importância.

Christopher era um maldito, isso não era muito difícil para se chegar nesta conclusão, bastou um mês de convivência e não precisava de nem um dia a mais para saber o quão podre era o Bang.

Não demorou para conhecer os podres do homem, começando pela quantidade absurda de pessoas que eram sequestradas pelo Bang e torturadas na sua frente.
Não se passaram dois dias e estava vomitando todas as vezes que pensava no Bang.

Na primeira semana, estava sendo cúmplice ao ver as torturas e não poder sequer denunciar, na segunda semana, foi obrigado a torturar, a arrancar pedaços de pele e ouvir os berros de misericórdia.

Christopher era um monstro.

Não demorou ao trauma aparecer, sempre que o via, temia que fosse significado de mais torturas pela frente, sempre que o Bang aparecia, se não queria sexo, então queria que Minho cortasse e machucasse outra pessoa.

Minho estava a beira de um colapso.

– Sabe, garoto... Tem uma pessoa um pouco irritante que passou a ser uma baita pedra no meu sapato. – o Bang sussurrou, entrando no quarto que deixava o Lee trancado – Felix era o namorado do meu antigo vadio.

Minho franziu as sobrancelhas, ele não o conhecia, pelo menos, não por nome.

– E foi ele quem matou seu amiguinho. – a notícia o apunhalou pelas costas, arrancando de si um olhar desesperado – Tudo o que eu fiz, foi te mostrar o que aquele garoto fez com seu amiguinho.

Minho não conseguia segurar as lágrimas que escorriam por sua face.
O pedaço de pele que era obrigado a arrancar, o rosto sendo arrancado por bisturi, os olhos sendo colados no espelho, usar um livro para abrir a cabeça da vítima, espalhar os órgãos no porão e pintar um papel com o sangue da vítima.

Tudo isso foi o que Jisung havia passado, ele não estava lá para ajudar, mas agora, havia feito a mesma coisa que o assassino de seu melhor amigo, não apenas uma vez, mas repetidas vezes.

A um mês que morava com Christopher, a três semanas era obrigado a torturar as pessoas inocentes que eram sequestradas.

– O que... O que eu fiz para você me odiar tanto? – o Lee perguntou, baixo e sussurrado, olhando para o mais velho com lágrimas fartas escorrendo por sua face.

– Você? Nada... Agora Felix? Ele matou meu melhor amigo, de brinde, matou o homem que eu verdadeiramente me importava. – o Bang disse com um sorriso falso no rosto, enquanto se ajoelhava na frente do Lee – Sabe o que mais? Seungmin não era uma pessoa ruim, ele apenas era obediente, eu pedia e ele fazia, não era motivos para alguém mata-lo.

O Lee engoliu o vômito que queria descer, sentindo os dedos firmes segurarem seu queixo, sentia seu maxilar doer do tão esmagado que estava sendo.
Sua vontade era chutar Christopher e correr, mas a unica vez que tentou, apanhou tanto que ainda tinha fraturas pela coluna.

– Esse merda do Felix está a caminho daqui, meus seguranças disseram apavorados. Sabe o pior? Ele não está sozinho. O maldito Jeongin está junto e armado. – o Bang murmurou o final entre os dentes, respirando fundo antes de voltar com o sorriso falso – E é aí que você entra. Eles querem um culpado para a morte de Jeonghan e Hyunjin. Adivinhe? Eles terão o culpado!

Minho franziu as sobrancelhas, como assim? Quem diabos era Jeonghan? Como assim um culpado?

– Jeonghan foi morto com um tiro na testa, e adivinhe? Você também treinou por três semanas e matou várias pessoas inocentes atirando em seus crânios! – o Bang soltou uma gargalhada, próxima ao que tanto chamavam de "coringar" – Hyunjin foi morto estuprado, enquanto era sufocado e com as pernas quebradas, adivinhe? Você também já fez isso!

O Lee não conseguiu segurar, o vômito escapou entre seus lábios, sujando seu corpo e o chão, sendo falsamente calentado pela mão forte do Bang.

– Não precisa ficar assustado, você foi drogado tantas vezes... Mas ainda assim, você foi um bom garoto. Eles vão te torturar, mas até lá, eu já estarei bem longe. Ah, também não se preocupe em pedir misericórdia, eu fiz tudo para que eles realmente acreditem que foi você. – o Bang gargalhou, estapeando de forma leve a face do Lee antes de se levantar e caminhar lentamente para fora da mansão.

Ali já não era seguro.

Minho gritou, correndo para a porta, sendo pego de surpresa quando percebeu a mesma trancada.
Não fazia sentido, era óbvio o rancor que os dois assassinos sentiam por Christopher, eles jamais iriam matar um inocente.

O Lee pensou, porém suas sobrancelhas se franziram imediatamente com o pensamento. Não fazia sentido, a partir do momento em que, Jisung era inocente, ainda assim, ele foi torturado.

Um soluço escapou de sua garganta, enquanto se permitia deslizar pela parede, até desmaiar de exaustão naquele chão frio.
Estava cansado, com fome, com sede e sujo de vômito.

Estava deplorável, mas não o suficiente, não o suficiente para Jeongin e Felix, que estavam a poucos metros daquela mansão.

Messalinos (DanceRacha Centric)Onde histórias criam vida. Descubra agora